sexta-feira, 26 de março de 2010

Que futuro você quer?


O futuro pode ser o resultado do querer e do acaso. Como a previsão do acaso está inserida na esfera da adivinhação ou do pressentimento, resta para os pragmáticos, a construção de um futuro possível, desenhado pelo querer.

Para algumas pessoas o presente é o suficiente, para outras, o "status quo" é algo para ser superado. Assim, as novas fronteiras são descobertas por poetas, sonhadores, aventureiros, filósofos e cientistas.
O que há de comum entre pessoas é o desejo, e o que as diferencia é o "querer", que dá impulso para a estrada da vida, cujo destino é incerto, mas cuja recompensa, somente a alma daquele que realiza a caminhada, pode vivenciar a plenitude dos sonhos realizados.

Esse impulso para o futuro, decorre da ação que se apropria da vontade, para dar movimento à vida dos livres pensadores, que pode ser contrariada, segundo as contingências, inerentes do livre arbítrio, e da previsibilidade, que elimina tudo o que é ilusão, pelo pensar consciente.

Este querer, pensado e estruturado, acordado consigo mesmo, é que permite imprimir um traçado desenhado de um futuro possível. Assim, diante da lógica exposta, pode-se afirmar que a sustentabilidade e a felicidade da sociedade humana, estão limitadas apenas pelo “querer”.

"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo."
Inscrição no oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios (c. 650a.C.-550 a.C.)

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Nova Inteligência


Daniel Pink, o autor do livro "A Nova Inteligência" (Academia do Livro), vislumbra novas perspectivas para a ciência da Administração, ao abordar “Design, história, sinfonia, empatia, diversão e sentido”, disciplinas reguladas pelo hemisfério direito do cérebro, e que devem ser destacadas na nova economia do século XXI, assumindo um papel mais relevante, perante o raciocínio lógico, sequencial e analítico, características predominantes na economia do século XX, que assentava em processos repetitivos e mecânicos.

Para o autor, em um breve resumo:

Design – O design não está só nos produtos, mas também nas necessidades. Não basta seguir as tendências. Isso é apenas decoração. O design deve ser usado para resolver problemas complexos.

História - A história de um produto, quem o fez, onde, como e porquê, pode ser determinante para a decisão de compra.

Sinfonia – A capacidade de perceber todo o contexto. De ter uma visão abrangente e de ligar todos os pontos, descobrindo um padrão ou uma tendência que será crucial no futuro.

Empatia – Capacidade de perceber as necessidades dos outros ao ocupar o lugar do público-alvo. Há uma ligação direta e oposta entre os líderes e a empatia. Quanto mais alto o posto, menor a empatia. Os líderes precisam de ter noção disto, pois há uma correlação entre design e empatia que permite perceber e criar necessidades num mercado potencial.

Diversão – Essencial na ligação entre empregador e empregado ao criar um ambiente leve e acolhedor.

Sentido – A busca de um significado para o que se faz. Não basta trabalhar apenas para ter lucro, mas também é necessária uma finalidade. Uma finalidade que seja maior que o próprio produto

sexta-feira, 19 de março de 2010

A segunda pele


Todos temos uma segunda pele por cima da nossa. Está na roupa que usamos, nos símbolos que ostentamos, no nome que temos e nos títulos que o precedem, nos cheiros e cores que nos enfeitam, nas perfurações e plásticas com que moldamos a pele ou o corpo que a natureza nos deu. É idealizada e construída por nós e por quem nos é próximo. É aquilo que nos representa e nos apresenta aos outros. É a nossa identidade.

É pela identidade que vivemos. É ela que nos liga aos nossos próximos e aos vários colectivos a que pertencemos. É ela que liga cada pessoa ao seu passado e lhe dá coerência. É também ela que viaja para o futuro onde encontra a esperança ou o desespero. Por isso, condiciona tudo o que fazemos. É ela que faz de nós pessoas e que nos torna humanos.

A identidade é tão óbvia que só pensamos nela quando se avaria. Às vezes idealiza-se tanto que se desliga do passado e nada tem a ver connosco. Outras vezes desdobra-se em várias ou usa a pele de outra pessoa, viva ou morta. Às vezes, pura e simplesmente, desaparece. São patologias que enchem os consultórios psiquiátricos e o espectáculo das seitas religiosas.

Com ou sem patologia, a identidade está em crise no mundo ocidental. O choque de culturas, a dissolução dos coletivos, o peso do presente e o temor do futuro fazem com que a segunda pele fique descomposta. Ficamos bizarros uns para os outros, excepto quando temos de nos entender no trabalho. Resta-nos então a identidade profissional. Por isso, já não lutamos por ideais: lutamos pela nossa corporação.

Crónica do médico psiquiatra José Luís Pio de Abreu, publicado no DeRerum Natura

100 Anos de vírgula...

Sobre a Vírgula
Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere...
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Detalhes Adicionais:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.
* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Esquerda versus esquerda


O presidente Lula disse, mais de uma vez, que um dos sinais do grande avanço político do Brasil nos últimos anos é o fato de que nas próximas eleições presidenciais só concorrerão candidatos de esquerda. Nesses termos, não haverá derrotados, pois ganhe quem ganhar todos estão do mesmo lado.
É só uma disputa de cargos, não de ideias. Mais espantoso que sua declaração foi o silêncio que a ela se seguiu. Um silêncio de consentimento ou temor, mas não de reflexão. A afirmação do presidente pode até expressar uma realidade partidária, mas está longe de assinalar uma realidade psicossocial efetiva.

Não é verdade que a sociedade brasileira seja, em seu conjunto, de esquerda. Basta lembrar a rejeição que provocou o recém-divulgado Programa Nacional de Direitos Humanos, confirmado em seus pontos essenciais pelo programa de governo de Dilma Roussef, que resume a agenda da esquerda.
Pesquisas recorrentes mostram que a maioria da população é conservadora. Reprova as invasões do MST, a remoção de símbolos religiosos de locais públicos, o casamento gay e a liberação do aborto, entre outros pontos dessa agenda, que não cabe aqui discutir.
O que importa é que, além de nenhum partido vocalizar essa rejeição, a população não a conecta à disputa política. A conduta situacionista só é criticada no quesito corrupção, que, embora tenha de fato superado o padrão clássico, já de si intolerável, não encontra muitos oposicionistas em condições de denunciá-lo com plena autoridade.
Acaba sendo uma disputa sobre quem pecou menos, e ninguém atira com convicção a primeira pedra. Também não é verdade que a sociedade brasileira seja de direita, até porque essa designação passou a ser utilizada não para identificar ideologicamente alguém, mas para ofender e excluir do jogo político, por desqualificação moral, os que ousam dissentir.
Ninguém, nem a maioria conservadora, quer ser chamado de direita. E o motivo é simples: associa-se à direita tudo o que de mais nefasto se produziu na humanidade nos últimos tempos, os regimes fascistas, nazistas, as ditaduras militares, os campos de concentração e a exploração dos pobres.
De fato, numerosos regimes, inclusive aqui, no Brasil, deixaram um legado de desolação em face dessa ideologia. Mas do lado socialista não foi menor. Ao contrário, bem maior. Somem-se os mortos da Rússia soviética – mais de 50 milhões – e os confronte com todos os regimes autoritários da América Latina noséculo XX (menos de 300 mil), e é possível dimensionar essa contabilidade macabra.
O regime militar brasileiro matou, segundo dados das próprias organizações que o denunciam, menos de 500 pessoas (o que não o absolve, claro) - e aprisionou 2 mil. Isso num universo de 100 milhões de habitantes (média da população no período), enquanto o regime cubano, com população média de 8 milhões neste mais de meio século de ditadura castrista, soma mais de 100 mil mortos.
Se algum matemático se dispuser a aplicar ao Brasil a proporção cubana, terá uma ideia da dimensão de ferocidade daquele regime, que, no entanto, é saudado como politicamente correto e defendido com ardor pela intelectualidade latino-americana.
O comunismo chinês matou 100 milhões, quase o dobro das duas guerras mundiais somadas (em torno de 60 milhões). E assim por diante. Os números são eloqüentes e devem ruborizar Hitler e seus sequazes. No entanto, é de bom tom proclamar-se de esquerda, mas de direita é fatal, ainda que os dois extremos se equivalham.
No Brasil, e na América Latina, essa falsa dicotomia se sustenta a partir de estratagemas que exploram a ignorância histórica da maioria da população. Quem não é de esquerda é de direita, como se entre um polo e outro nada houvesse, nenhuma alternativa civilizada de projeto político. À esquerda, são citados personagens queridos e admirados dos meios artístico e cultural; à direita, são lembrados os tiranosfascistas, ao lado de quem, óbvio, ninguém quer estar.
Isso cria um bloqueio mental, que expressa um patrulhamento ideológicosistemático, ao ponto de nenhum candidato a presidente ousar dizer que não é de esquerda, pelo temor de vir a ser associado à direita, mesmo ciente do artifício perverso que isso representa.
Nada empobrece mais o debate político que a falta de clareza e sinceridade de seus agentes, confinando-o a uma indigente gincana para saber quem rouba mais ou menos. Ideias, nem pensar.

Texto do Jornalsta Ruy Fabiano - retirado da Intenet

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um novo Ministério Público para todos

Para aqueles que teimam em acreditar que mudanças fundamentais não são possíveis, vale a pena ler o artigo do Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Marco Vinício Petreluzzi, publicado na data de hoje na Folha de São Paulo, é muito interessante.

Segue um trecho:

"Muitas vezes já me perguntei porque um advogado, um médico, um jornalista, um operário ou um trabalhador da terra não pode, como eu, votar na eleição de Procurador-Geral de Justiça (...).
Afinal, o Ministério Público é uma instituição que defende o interesse da coletividade, e a boa ou má condução da instituição afeta toda a sociedade, e não apenas seus membros. Procurador-Geral não é presidente de sindicato ou associação - esses sim, defensores dos interesses corporativos dos associados.".

segunda-feira, 8 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Avaliação Legislativa


O Poder Legislativo precisa com urgência alterar o paradigma legislativo, que hoje possuí a preocupação de apenas medir a quantidade de leis produzidas, para uma nova perspectiva legislativa, vinculada a qualidade das leis produzidas.
Esta mudança, pressupõe que para fazer "melhores leis", a sua aplicação deve ser constantemente avaliada, e sempre que possível, deverá atender aos critérios de regionalização, segmentação por sexo, renda, escolaridade, e demais variáveis, que permitam um diagnóstico real, da efetividade da lei, diante do publico alvo, destinatário da mesma.
Se a avaliação da aplicação das leis é absolutamente essencial, então, a periodicidade da avaliação, deve ser incluída no próprio corpo da lei, assim como, o resultado que se espera com a sua edição, de forma que a avaliação permita identificar, se a lei está atendendo os objetivos, e se sua vigência será de prazo determinado ou indeterminado.
A lei, neste novo cenário legislativo, deverá atender a requisitos, que ultrapassam o processo burocrático de sua aplicação. Toda lei, deve dizer de forma clara e objetiva, qual a demanda, problema ou oportunidade que visa atender. E para isso precisa estar vinculada a um ou mais indicador de resultado.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Metro da Ciência


Clicar para ver melhor.Este "mapa do metro" foi publicado há algum tempo na revista "Superinteressante" (versão espanhola, pelo menos).

terça-feira, 2 de março de 2010

Espaço não será problema

É o que promete a CompactFlash Association, ao finalizar a versão 5.0, do cartão de memória, que aumentou o endereçamento de 28 para 48 bits. Com isso é possível aumentar consideravelmente a capacidade máxima de armazenamento dos cartões de memória, passando dos atuais, 137 GB de espaço para armazenamento de arquivos, para até 144 petabytes.
Para refrescar a memória: 1 Petabyte = 1 024 TB = 1 048 576 GB. Ou seja, 144 PB = 147 456 TB 150 994 944 GB. É muito mais espaço do que os discos rígidos possuem atualmente.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O que os filósofos fazem


Todos possuimos crenças filosóficas, quer dizer, crenças fundamentais acerca, por exemplo, da natureza das coisas, da diferença entre o certo e o errado, da existência ou inexistência de Deus, etc. Mas todas estas crenças filosóficas são discutíveis mesmo que não percebamos que:
a) as temos;
b) que são filosóficas;
c) e que são disputáveis.
Como não é possível evitar possuir crenças filosóficas, também não é possível evitar problematizar a verdade dessas crenças. Ora, é justamente isso que os filósofos fazem. Poderá alguém legitimamente perguntar: para quê? Bem, para tentar encontrar a melhor resposta possível para as questões que não podem ser resolvidas pela ciência, pelo senso comum ou pela fé.
«Uma vida não examinada não merece ser vivida.» Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.)