sábado, 26 de fevereiro de 2011

Singularidade no campo da estratégia


Desde sempre o Homem busca superar as suas limitações e amplificar as suas capacidades, e em algum momento despertou para sua natureza singular, ao descobrir que era dotado de inteligência, e que poderia dedicar uma parcela de seu tempo interrogando as verdades no desejo de confrontar os desejos e as promessas, com a realidade.
Com isso, passou a contar com uma pluralidade de opções, para o seu quotidiano de soluções de sobrevivência, e para as questões, acerca dos caminhos dos diferentes futuros possíveis.
O conceito de singularidade representa o momento em que a evolução apresenta uma ruptura em relação as preferência e a percepção. É o ponto onde são geradas as novas incertezas, de um novo mundo de oportunidades para a construção de uma nova história.
O Cenário futuro de qualquer ponto se singularidade, impõe uma transformação estratégica, onde a certeza de que a melhor maneira de prever o futuro é construí-lo.
Para Marcel Proust, escritor frances, “a única viagem real da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”.
Em relação às estratégias organizacionais, para as áreas públicas, o olhar para o cidadão é descobrir a paisagem do não usurpador, e deste novo ponto de vista, perceber que não existe a melhor organização de prestação serviço para o cidadão, mas sim, o cidadão com a melhor segurança, educação, saúde, justiça, e assim vai...
Esse olhar diferente impõe novas estratégias, não mais para as estruturas, mas sim para o ser humano, a comunidade, a população de uma nação e do planeta.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ano Internacional da Química - Confira WebElements

Home of the periodic table

http://www.webelements.com/

As Nações Unidas decidiu que 2011 será o ano internacional da Química. Assim, fui buscar algumas curiosidades sobre a composição elementar de um ser humano? Ou seja, quais os elementos químicos e em que quantidade média são presentes num ser humano?

O texto a seguir de António Piedade, publicado no blog Rerum natura, ilustra como conhecer o peso de uma pessoa (Patrícia) de 55 Kg.

“É espantoso! Transportamos connosco cerca de metade dos elementos conhecidos! Alguns em maior quantidade do que outros, mas a variedade é deveras surpreendente! Até temos vestígios de Ouro (Au) e Urânio (U)!”.

Quais os mais abundantes? Segundo a calculadora existente no sítio da Webelements, Patrícia possui cerca de 5,5 kg de Hidrogénio, 12,7 kg de Carbono e 33,6 kg de Oxigénio (valores médios e com uma incerteza de cerca de 5%). Estes são os elementos mais abundantes no corpo humano.

Patrícia pensa em substâncias que contenham estes três elementos. Em combinações e proporções diferentes, encontram-se na composição de moléculas como proteínas, lípidos (gorduras), hidratos de carbono (açúcares), ácidos nucleicos (DNA, RNA), hormonas, neurotransmissores… e claro, o Oxigénio e o Hidrogénio compõem a molécula da água.

E o nosso corpo é composto por cerca de 70 a 75% em peso de água! Ora 70% de 55 kg é igual a 38,5 kg de moléculas de água no corpo de Patrícia.

Patrícia sabe que algumas daquelas biomoléculas possuem outros elementos na sua composição. Por exemplo as proteínas, que se encontram em grande abundância nos músculos, são constituídas por aminoácidos, e estes possuem sempre, para além daqueles três elementos, Nitrogénio (N) na sua composição.

Através da calculadora, Patrícia encontra o valor de 1,43 kg em Nitrogénio no peso do seu corpo. Alguns aminoácidos contem também Enxofre (S) na sua composição. Neste caso Patrícia tem 110 g de Enxofre na constituição do seu corpo.Antes do Enxofre, no mesmo período na tabela periódica, está o Fósforo (P). Este elemento faz parte da constituição dos fosfolípidos (constituintes das membranas das células), e dos ácidos nucleicos. Patrícia encontra o valor de 605 g para a quantidade do elemento fósforo no seu corpo.E quanto sal de cozinha, ou seja, cloreto de sódio (NaCl), tem no corpo? Cerca de 143 g: 77 g de Sódio (Na) e 66 g de Cloro (Cl).E de Cálcio (Ca) na matriz dos seus ossos? 770 g, regista Patrícia.

Agora Patrícia faz um ponto da situação de todos os valores até agora encontrados. A soma é igual a 54,858 kg de H, C, N, O, Na, Cl, Ca P e S.A incerteza associada aos valores calculados faz com que os cerca de 140 g que faltam, para atingir os 55 kg do seu peso, sejam pouco significativos em relação à quantidade na realidade existente. Contudo, é indicativo da presença de outros 36 elementos que, de uma forma mais ou menos vestigial, estão presentes no seu corpo.

Patrícia contempla a tabela periódica dos elementos e pressente a química viva na rica constituição elementar do seu corpo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Licença para falhar

Eu gosto dos momentos de crise. São mais ou menos como o inverno; momentos tristes mas necessários. São uma oportunidade para refletir sobre o nosso trajeto de vida, e planear os ajustamentos, as mudanças e as rupturas necessárias para que haja de novo esperança. A seguir a um inverno há sempre uma primavera. É importante que sejamos capazes de transmitir uma mensagem de esperança às pessoas. Portugal tem vários problemas estruturais, que resumo nas seguintes ideias-chave (atitude, valores, participação, cultura empreendedora e de risco, ética e responsabilização, crescimento e acrescentar valor):

Atitude: os países, antes de espaços geográficos, econômicos ou políticos, são essencialmente as suas pessoas. Isso significa que o futuro depende em grande parte da forma como essas pessoas encaram a sua vida, se relacionam com os outros e desenvolvem a sua atividade. Atrair e fixar pessoas tem de ser por isso o nosso primeiro objetivo. E devemos estar particularmente interessados naquelas pessoas que procuram oportunidades, que as sabem identificar e têm o arrojo para definir objetivos e persegui-los com determinação. Na verdade somos todos muito bem comportados, uns “penteadinhos”, como gosto de dizer, que passamos do bibe ao fatinho numa vida toda certinha. Precisamos de mais gente “mal comportada”, isto é, gente criativa, com vertigem do risco, que vive como pensa sem pensar como viverá.

Valores: deixamos cair grande parte dos valores que já nos fizeram um país grande. O valor do trabalho, da necessidade de esforço para obter resultados, do rigor, do profissionalismo, da honestidade, da palavra dada, da honorabilidade, do direito de reserva, da liberdade, do reconhecimento que é devido ao mérito e ao esforço dos outros como pedras basilares de uma sociedade saudável, justa e fonte de progresso. É preciso, de novo, colocar estes valores na essência da nossa construção social, para que de novo se tornem valores característicos da nossa sociedade, para que de novo se tornem valores culturais. Vai demorar tempo, eu sei, não é uma tarefa que possamos fazer no curto prazo, mas é necessário começar.
Participação: participar na vida de uma comunidade é querer saber e estar informado, é debater com elevação, é avaliar, é fazer perguntas, é não aceitar respostas cheias de coisas técnicas, sabendo que quem não é capaz de explicar de forma simples então também não sabe muito bem o que está a dizer, é votar (mesmo que em branco), é perceber que em democracia a ausência de participação é uma atitude muito perigosa que tem geralmente consequências desastrosas.
Cultura empreendedora e de risco: o empreendedorismo e o risco são conceitos que é necessário incutir para que adquiram uma dimensão cultural e virulenta. Isso significa formar melhor, aliando à qualidade de informação o incentivo ao trabalho individual, original e criativo, procurando alertar para a necessidade de ir para além do que é pedido, para superar expectativas, avaliando os riscos inerentes. Mas significa também enfrentar a verdadeira cultura antiempresarial e de desvalorização do empreendedorismo e do risco por parte da sociedade portuguesa, e que se manifesta na total ausência de estímulo ao risco, ao planeamento, à organização, à gestão de recursos (do tempo, por exemplo), na ausência do mercado e das suas regras nos cursos superiores (especialmente os das áreas não económicas) e no ensino secundário, na ausência de valores relacionados com a competitividade e com a gestão de oportunidades.
Ética e responsabilização: são comportamentos que devem estar na base de todo a nosso estrutura organizativa. E devem ser exigidos pelos cidadãos nos organismos do Estado, nos respectivos procedimentos, no exercício de cargos públicos, nas empresas e na forma como elas se relacionam com o mercado.
Crescimento, acrescentar valor: todos temos de ter a noção que não podemos passar por um assunto sem lhe acrescentar algo. É uma ideia simples, mas de muito significado e de grande alcance: na nossa atividade temos de acrescentar valor a tudo o que fazemos, melhorando aquilo que encontramos. É essa a única forma de ter um crescimento sustentado.
Texto de
J. Norberto Pires
Editorial do comCentro
Diário As Beiras
4 de Fevereiro de 2011
Retirado do Blog Rerum Natura