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domingo, 20 de junho de 2010

Solstício de Inverno


O Solstício de Inverno é o momento em que a Terra está mais inclinada em relação ao Sol e por isso recebe menos luz. O Solstício de Inverno no hemisfério sul, em 2010, acontece no dia 20 de Março de 2010, às 17h32m.

Curiosidades sobre o Solstício de Inverno nas diferentes Culturas
O Solstício de Inverno era conhecido como o “nascimento do sol”. Este acontecimento astronómico era muito importante visto marcar o início do novo ciclo do Sol sobre a Terra, com dias cada vez maiores e mais quentes até ao novo retorno. A esta data associavam-se rituais ou festas muito importantes. Por exemplo: As civilizações mais antigas consideravam o Sol como sendo o filho da luz, a luz para eles representava Deus em vida. Entre os druídas, o solstício era comemorado como o dia da fertilidade e muitas mulheres tentavam engravidar nesse dia.

Os Maias elaboraram um calendário perfeito usando o solstício como o início do ciclo do sol e da lua na Terra. As eras cronológicas em 2010, são todas referidas ao calendário gregoriano.

O dia 14 de Janeiro corresponde ao dia 1 de Janeiro do calendário juliano.

O ano 2010 da era vulgar, ou de Cristo, é o 10.º do século XXI e corresponde ao ano 6723 do período juliano, contendo os dias 2 455 198 a 2 455 561.

O ano 7519 da era bizantina começa no dia 14 de Setembro.

O ano 5771 da era israelita começa ao pôr-do-sol do dia 8 de Setembro.

O ano 4647 da era chinesa (ano do tigre) começa no dia 14 de Fevereiro.

O ano 2786 das Olimpíadas (ou 2º da 697ª), começa no dia 14 de Setembro, ao uso bizantino.

O ano 2763 da Fundação de Roma «ab urbe condita», segundo Varrão, começa no dia 14 de Janeiro.

O ano 2759 da era Nabonassar começa no dia 21 de Abril.

O ano 2670 da era japonesa, ou 22 do período Heisei (que se seguiu ao período Xô-Uá), começa no dia 1 de Janeiro.

O ano 2322 da era grega (ou dos Seleucidas) começa, segundo os usos actuais dos sírios, no dia 14 de Setembro ou no dia 14 de Outubro, conforme as seitas religiosas.

O ano 2048 da era de César (ou hispânica), usada em Portugal até 1422, começa no dia 14 de Janeiro.

O ano 1932 da era Saka, no calendário indiano reformado, começa no dia 22 de Março.

O ano 1727 da era de Diocleciano começa no dia 11 de Setembro.O ano 1432 da era islâmica (ou Hégira) começa ao pôr-do-sol do dia 7 de Dezembro.O ano 166 da era Bahá'í começa no dia 21 de Março.

*Com base nos dados do Observatório Astronómico de Lisboa e do Calendário Celebração do Tempo 2010 (edições Paulinas)".

domingo, 13 de dezembro de 2009

A teia teológica



A partir do momento em que os homens inventaram deus, criaram um problema de que não mais se libertaram. Muitos se devem ter indignar com esta afirmação. Os ateus, por se julgarem libertos do problema; os crentes, por sentirem que isso não é problema. Para os primeiros, deus não existe, foram os homens que o inventaram, logo, estão fora do assunto, já saltaram dele. Os crentes, por seu lado, nem sequer entram no problema assim formulado. Se não foram os homens que inventaram Deus, mas Deus que criou os homens e tudo o resto, Deus não é problema mas aquilo que, no fundo, resolve todos os problemas.


Mas, embora por razões diferentes, é uma situação em aberto para todos nós. Porque se Deus me é transcendente, a sua compreensão ultrapassa-me. Só a fé me pode convencer dessa realidade que, justamente porque me transcende e ultrapassa, não posso alcançar por outro processo. Quando a fé falha, o problema surge ou agudiza-se. Se estou dependente de Deus pela fé, estou dependente de forças imanentes, que eu próprio crio e alimento ou enfraqueço. E que são valiosas para mim, mas que não consigo transmitir aos outros. Sendo vivências pessoais, só eu as posso sentir e reconhecer como verdade, só eu posso captá-las na sua essência. Há certamente comunidades de crentes, mas resultam de processos inter-subjectivos, que não vão ao essencial. Estando portanto assente na fé de cada um, Deus é sempre um problema pessoal em aberto. Como todos sabem, a fé não liberta ninguém dos problemas que a existência de Deus coloca, de vez em quando, mas dá-lhe uma saída na esperança. Veja-se Santo Agostinho, para não irmos mais longe.


Mas os ateus também não têm o problema resolvido. Desde o momento que a humanidade chegou à ideia de Deus (ou criou Deus na sua cabeça) nunca mais se libertou disso, porque, para lá dos fatores psico-afectivas e morais, ou seja, pessoais e sociais, mais fortes do que se julga, fica a necessidade de destruir uma ideia que nós próprios criamos. (Nós no sentido de humanidade, claro). E como é da experiência corrente, não há tarefa mais difícil que querer varrer do espírito uma convicção criada por nós. Quanto mais nos esforçamos para apagar uma ideia, mais ela nos persegue.


A negação de Deus está prisioneira da ideia de Deus, e a ideia é o resultado de uma evolução de que já não podemos regressar. A ideia, pela sua natureza, ultrapassa-nos sempre. É claro que há os dados da ciência e as suas explicações cada vez mais credíveis sobre a origem da matéria e as teorias evolucionistas e o racionalismo, reduzindo as religiões a formulações míticas. Foi a evolução da ciência e do racionalismo modernos que foram reduzindo e enfraquecendo o campo da religião.


Mas se, por um lado, a evolução da ciência clarifica mistérios e destrói mitos, por outro, na medida em que aprofunda, reproblematiza, isto é, abre novas fronteiras para a ideia de tudo o que nos ultrapassa. O problema não está, pois, na coerência e nas explicações dos livros sagrados (Bíblia, Corão, etc.) nem na bondade ou maldade dos deuses, mas na própria problemática da infinidade, que num dia já remoto a Humanidade conseguiu intuir, por incompreensível que seja. A vitalidade da luta entre o espírito religioso e o que se lhe opõe, isto é, o eterno problema para crentes e para ateus está na incompreensão simultânea do finito e do infinito, na dificuldade psico-afetiva de aceitar a finitude e na impossibilidade racional da ideia de infinitude.
Texto de João Boavida - site de Rerum Natura
Imagem: Thor, um dos deus da mitologia nórdica.