domingo, 31 de outubro de 2010

O fim do blá, blá, blá, e o cumprimento das promessas de campanha


A conversa mole ou real que justificou os pedido dos votos terminou, o resultado saí daqui a pouco. No entanto a minha paciência já não suporta mais ironias.
O somar de peras com maçãs, das promessas de campanha, feitas pela ausência de um suficiente know-how, ou pela simples opção de se utilizar de uma falácia, agora precisa ganhar contornos de realidade, possível de ser realizada pelo governante eleito.
Para nós eleitores, o retorno ao status quo, de simples cidadão, precisa ser alterado. Urge mudar a mentalidade de uma sociedade arraigada a padrões obsoletos de serventia, para sermos senhor das novas relações com o Estado.
Aquele que pediu e fez promessas para ter o voto do cidadão, não pode simplesmente agradecer. A sociedade que os empregou, pelo voto, deve exigir o começo do que foi prometido, e o respeito aos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição.
Chegou a hora de alargar a nossa noção de cidadania, cobrando resultados de nossos servidores recém empregados. A relação de serventia precisa ser permanentemente lembrada, de quem deve servir a quem. O político deve dedicar 100% de seu tempo e mandato para o interesse público.

O Sonho



Nos anos 80 sonhava-se com o futuro. Sonhava-se que a ciência iria resolver os problemas humanos, a fome seria suprimida e a automação iria substituir o trabalho mais pesado, permitindo uma maior justiça social. Energia e software eram quanto precisávamos para obter os nossos recursos. O trabalho humano seria menos necessário, e os produtos resultantes da automação seriam cada vez mais baratos.


Para manter o pleno emprego, o horário de trabalho seria reduzido e a reforma viria mais cedo. Como as pessoas viveriam mais tempo, elas podiam, a partir de certa altura, encetar uma nova vida e dispor de mais tempo para o convívio e educação dos mais novos. Haveria mais produção artística e intelectual e inovadora que resultaria do gosto de criar, o que se faria por opção. Na verdade, já estávamos nesse caminho.


Desde então, existiram imensos progressos da genética, da engenharia, da energética e da informática que facilitariam o sonho. A automação aumentou, os seus produtos embarateceram, apareceram as energias renováveis e o software não pára de substituir o trabalho humano, cada vez menos necessário. Mas aumentaram as exigências e o horário de trabalho, bem como a idade da reforma, à custa de um desemprego cada vez maior.


Temos hoje melhores condições para cumprir o sonho, no entanto caminhamos no sentido inverso, em direcção ao pesadelo. Nos anos 80 sonhava-se porque não se tinha previsto que o lucro fosse o valor supremo dos anos que a seguir viriam.


Texto de J. Pio de Abreu publicado no blog De Rerum Natura

sábado, 30 de outubro de 2010

Proteção civil



A proteção civil é uma das atividades do Estado que somente é percebida na ocorrência de situações de catástrofe, com perdas econômicas, sociais, culturais, etc.
Para que o Estado possa dar segurança para as pessoas, e diminuir os riscos naturais, medidas de prevenção a catástrofe devem estar inseridas no planejamento territorial, como medida de prevenção, muito mais do que como medida de reparação.
Neste sentido, o planejamento do território precisa localizar espaços ou áreas de risco, com ferramentas de cartografia, acrescido de inteligência aplicada aos dados da área monitorada, com vistas a subsidiar o ordenamento do território.
Localizado as áreas e tipos de riscos existentes que podem ameaçar a vida humana, as ações devem ser estruturadas de forma individualizada: áreas inundáveis por cheias, encostas de morros, nos locais de erosão, tsunami, ou com risco de incêndio, dentre outras, as ações de monitoramento e preventivas requerem um conjunto de procedimentos de defesa civil próprios.
Os Planos Municipais de Defesa Civil devem contemplar toda a operacionalização de salvaguarda a todo tipo de interesses, devendo estar integrado ao Plano de ordenamento do território municipal.
É tempo de perceber..., que tempo e o custo para reparação de danos é muito maior do que o da prevenção. O Estado não pode mais permitir que vidas sejam ceifadas e o patrimônio público e privado destruído, pela simples omissão do Poder Público.

A crise do pensar diferente

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Resultado da eleição 2010 do CRASC


Eleitores do Conselho Regional de Administração do Estado de Santa Catarina - CRASC: 9.487
Abstenção: 5.076 = 53,50%
Votos Nulos: 172 = 1,82%
Votos Brancos: 159 = 1,68%
Votos Chapa 1: 1. 383 = 14,57%
Votos Chapa 2: 1. 257 = 13,25%
Votos Chapa 3: 1. 440 = 15,18%

Os números da eleição leva-me a fazer três perguntas simples.
Pergunta 1: sendo o voto obrigatório, a abstenção de 53,50% dos eleitores está passando que recado para os dirigentes do CRASC?
Pergunta 2: os Conselheiros eleitos pela Chapa 3 (2/3 do Colégio Eleitoral do CRASC), com 15,18% de representação, vão eleger o novo Presidente do CRASC. Este percentual de representação é o suficiente?
Pergunta 3: Até quando teremos eleição indireta para Presidente do CRA e CFA?

Alguém pode me responder?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O que impede o PDCA de girar na área pública?



1. Utilizando a roda já criada.

O método PDCA foi desenvolvido na década de 30 pelo americano Shewhart e divulgado mundialmente por Dening, e serve para medir e avaliar processos, contemplando, inclusive o planejamento e a documentação destes.

O método é simples e contempla 4 (quatro) estágios:

P (Plan = Planejar)
D (Do = Executar)
C (Check = Verificar)
A (Action = Agir)

O Planejamento é uma função administrativa, responsável por construir os caminhos para um referencial futuro. Tratando-se de um processo de deliberação que identifica os recursos existentes, estrutura as ações, identifica responsabilidades, fixa metas e prazos para serem cumpridos, tendo em vista o alcance de uma visão futura compartilhada, que contemple no mínimo o compromisso da organização com a sustentabilidade socioambiental e a possibilidade de contingências.

A execução é função administrativa responsável por realizar o plano de trabalho traçado pelo planejamento, utilizando-se dos recursos previamente identificados, quantificados e customizados.

O Controle é função administrativa, responsável pela verificação permanente das atividades realizadas, aferindo se todas as tarefas que estão sendo realizadas, estão de acordo com o que foi planejado. Esta verificação contempla: o monitoramento do cronograma de execução, a qualidade dos insumos utilizados, as competências exigidas das pessoas que realizam as tarefas, o fluxo financeiro, e o ambiente em toda sua dimensão ergonômica, funcional e de compromisso assumido com a sustentabilidade socioambiental.

O Agir é a função administrativa que impõe para o gestor, a tomada de decisão necessária para solucionar problemas identificados pelo controle, que podem comprometer parcial ou totalmente, o plano de ação aprovado.

2. Roda furada

Nas organizações públicas, o ciclo do PDCA não gira em razão de alguns dos motivos relacionados a seguir:
* O planejamento não está a serviço da sociedade e sim do poder político. Neste cenário, a alocação de recursos previamente negociados, dita a estruturação das ações públicas.
* A execução não é cobrada e de preferência é terceirizada.
* O controle é realizado meses ou anos após o término de uma tarefa, apenas em documentos que aceitam tudo.
* O agir corretivo não existe em razão do procedimento anterior que somente ocorre no momento após a finalização da tarefa.

3. Sem macaco para trocar a roda

A tragédia da área pública ganha uma nova dimensão com a visão distorcida de que a função controle precisa ser ampliada. E aí se cria cargos de Auditores, Inspetores, Controle Interno, etc, com salários diferenciados e poderes especiais, para fazer a estrutura organizacional andar. A visão departamentalizada do controle, criou seres iluminados, únicos com a capacidade de identificar buracos e propor rigorosos pareceres, indicando a melhor maneira de tapar o buraco recém descoberto. É uma nova forma de brincar com o dinheiro do contribuinte.

4. Uma roda que não fura

Os gestores públicos precisam urgentemente compreender que o termo unicidade impõem a todos os participantes de uma organização, a visão compartilhada do que precisa ser feito, o comprometimento comum com o resultado, a valorização integral de todos os integrantes da organização, o senso de que responsabilidade socioambiental, e a ética como guia, na geração de resultados.
Planejar, executar, controlar e agir, são atividades permanentes, que devem estar presentes em todos os momentos de um processo produtivo. As competência exigidas para determinada tarefa de um processo é que dita a maior ou menor capacidade operacional requerida, e o salário a ser pago, sendo no entanto, a responsabilidade pela execução de igual valor para todos, num ambiente de visão compartilhado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um poder da sociedade calado

Nesta eleição um fato me chamou atenção: a omissão do Poder Social.

Os candidatos trocam acusações, abusam de argumentos falaciosos e mascaram a realidade social e econômica do país, sem qualquer tipo de constrangimento, com o objetivo específico de manipular os eleitores.

Quem deveria agir em defesa do cidadão, esclarecendo, denunciando os dados incorretos divulgados, que distorcem a verdade para a população, assiste a tudo calado, não se pronuncia, e não age.

Fica a pergunta: quando o Ministério Público vai agir? Depois que o processo eleitoral terminar? Como será possível consertar o estrago feito por um dado incorreto divulgado como verdadeiro?

Fuga Psíquica


Isto não Pode! Quando utilizada para se enganar e enganar os mais incautos, representa um tipo de fuga psíquica, que gera stress, pela decisão não tomada, em razão do medo de um resultado que não pode ser controlado.
Se o futuro é incerto, negar e refutar ideias que permitam eliminar incertezas, não é uma manifestação sadia, para quem precisa decidir e zerar seus medos.
Agora, não é possível imputar, ao desejo futuro ou a outros, a culpa pela insegurança de uma decisão que não se quer tomar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Marco Zero e a opção de recomeçar


Eu sempre fico muito entusiasmado como o período que antecede uma mudança. Não consigo visualizar atitudes de indiferença, quando existem protagonistas, que podem efetivamente criar novas oportunidades, de alavancar a cidadania e dar uma nova dimensão para as ações do Estado.

Urge o tempo do Estado conhecer a “casa” por dentro, através de um diagnóstico que contemple: as demandas, as oportunidades, e os problemas que precisam ser eliminados. E, endireitar este estado de coisas, requer clareza do que precisa ser feito, prazo, responsabilidade, recursos, e metas, para acertar o que por lá se passa.

Austeridade, sacrifício, cortes, mais esforços, mais sacrifícios, só valem se consultados, ou decorrentes de opções negociadas. Não existe mais espaço e tempo para andar ao sabor do vento, sem rumo, ou a deriva.

Existe ainda, a necessidade de fixar um “Marco ZERO”, como divisor temporal, do início das ações necessárias para o futuro desejado. Para isso, as novas medidas definidas devem começar a se concretizar a partir da data fixada, para os próximos MUITOS ANOS.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

Oi, vamos chegar a um consenso

A exigência de verdade que devemos cultivar, tem de começar por incidir sobre a verdade do que pensamos. Nossas ideias velhas ou novas, podem ser resistentes a novidade ou a interesses que podem nos prejudicar ou não, mas não podem servir de pretexto para aprisionar.

A autocrítica e a crítica, enquanto avaliadores da verdade, deve ser uma atitude cultivada por todos nós, na medida em que é condição, que estabelece a confiança para a razão, seguir em frente a esse caminho difícil e inacabado, da verdade que ainda está além do meu alcance.

Os fatos e a verdade se estabelecem por consenso. Talvez seja por isso, que algumas pessoas não conseguem entender, que a verdade não possuí apenas um lado. O fato pode ser único, mas os olhares são diferentes. Então, com quem está a verdade?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Condomínio fechado


No Código Penal, a apropriação indébita é prevista no art. 168, que descreve o crime como:

Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

O pressuposto da apropriação indébita é que inicialmente o agente recebe a posse ou detenção lícita da coisa, mesmo sem ter ainda o propósito de cometer um crime. No momento subsequente, quando ele teria que restituir (devolver) a coisa, ele se nega a fazê-lo, ou passa a agir em relação à coisa como se fosse dono.

No Estado, este tipo penal ainda é pouco denunciado, mas sua prática é observada em várias organizações públicas. O exemplo mais comum deste delito, é a apropriação da Administração Superior da Instituição, por uma categoria profissional, que passa usufruir todas as vantagens possíveis, em benefício próprio, em detrimento até mesmo da sociedade, a que deveria servir.
Esta modalidade de apropriação ocorre geralmente quando grupos corporativos se apoderam do comando gerencial da organização, e consolidam sua permanência através de construções jurídicas, para benefício próprio, e que impede o acesso gerencial superior para as demais categorias profissionais, que não fazem parte do grupo.

Como curiosidade, cabe ressaltar, que os agentes deste delito, agem se utilizando de falácias, e perversidade, na medida em que procuram reintroduzir na administração pública, a relação de “Senhor” e “Servo” da idade média, com direito a fogueira (ou geladeira) para aqueles que não se submetem a ditadura dos usurpadores públicos.

De posse da instituição, o gestor público desaparece e surge o gestor da associação ou melhor, do condomínio, na medida em o foco da gestão passa a ser o de priorizar recursos públicos para atender as demandas corporativas, com vistas a perpetuar a posse e o poder.

Para que o tipo penal da apropriação indébita, alcance estes agentes, é preciso entender que coisa alheia, pode ser a Gestão Pública de uma Instituição, e que o conceito de móvel, não está limitado a bem material.

Outro caminho, para o resgate das instituições públicas de posse de grupos corporativos, para a sociedade, é o caminho da democracia plena, na eleição de dirigentes destas instituições.

O resgate dos mineiros no Chile

Terminou com sucesso o resgate de todos os 33 mineiros que estavam confinados, desde o dia 5 de agosto, a uma profundidade de quase 700 metros, numa mina de cobre em Copiapó, no norte do Chile. Foi uma operação de resgate, sem precedentes na história da mineração, que deve contribuir nos estudos sobre o isolamento humano, na medida em que serão avaliadas as condições de saude e aspectos psicológicos decorrentes do isolamento vivenciado.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Extorsão dentro do Estado

Existe uma forma sutil de extorsão praticada entre gestores públicos, da mesma esfera ou de esferas diferentes de poder. Nesta forma de extorsão, o dinheiro que se busca, não é o negociado para atender as demandas da sociedade, mas sim, o que decorre de transação, para omitir a denúncia de ato criminoso.

Os agentes deste crime agem em conluio, e o arranjo financeiro, com recursos públicos, garante o silêncio e a omissão. Fora do Gabinete, a conversa é sempre outra: um faz alarde sobre sua capacidade gerencial em alavancar recursos, e o outro, sua espetacular preocupação com a instituição beneficiada.

Mas como em qualquer crime, os sinais para desmascarar estes criminosos, estão evidentes em fatos que precisam de uma releitura sobre a origem de recursos, que de forma normal não chegariam à instituição.

Esta pratica criminosa tem garantido a impunidade para gestores criminosos e a sobrevivência de gestores medíocres, que ficam satisfeitos apenas em alimentar o próprio ego, o próprio bolso, e a mediocridade de uma vida sem sintonia com o coletivo e bem comum.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que te prende?


Às vezes, as correntes que nos impedem de sermos livres são mais mentais do que físicas.

Pensamentos Secretos


O grande conflito de ideias ocorre quando se procura argumentos na filosofia ou na ciência para a paz de consciência. Aparentemente procuramos a racionalidade, mas o que passa no mundo das ideias é indecifrável em razão da experiência individual de cada pessoa.
A característica do enredo mental, pode abrigar tanto um discussão intelectual quanto uma discussão moral, no debate do que se passa em nossa consciência. Contudo, os argumentos, não podem se apropriar do engano, para justificar qualquer tipo de conduta, na medida em que estaríamos sendo inconscientes.
Para a consciência, a paz que se procura é uma percepção de si, escondida em pensamentos secretos, manifestos em palavras ou frases, que ainda não adquirimos consciência. Esta percepção, não pode ser o resultado da imaginação ou de uma vontade, mas sim, o resultado de uma especulação mental consciente.
Ao adquirimos consciência, os pensamentos secretos passam a servir de abrigo para a liberdade de pensar, que agora compreende que não pode mais permitir que o moralismo e o pecado, encontre abrigo em sua mente.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Corte dos Padrinhos - Eliana Calmon


Eu também gostei dela!
REVISTA VEJA JUSTIÇA (110)
MINISTROS ATIVOS MINISTRA ELIANA CALMON
"A nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça diz que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos
A ministra Eliana Calmon é conhecida no mundo jurídico por chamar as coisas pelo que são. Há onze anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana já se envolveu em brigas ferozes com colegas — a mais recente delas com então presidente César Asfor Rocha. Recém-empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra passa a deter, pelos próximos dois anos, a missão de fiscalizar o desempenho de juizes de todo país. A tarefa será árdua. Criado oficialmente em 2004, o CNJ nasceu sob críticas dos juizes, que rejeitavam idéia de ser submetidos a um órgão de controle externo. Nos últimos dois anos, o conselho abriu mais de 100 processos para investigar a magistratura e afastou 34.
Em entrevista a VEJA, Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciárioestá contaminado pela politicagem miúda o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua são os patrocinadores das indicações dos ministros.
Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?
Durante anos, ninguém tomou conta dos juizes, pouco se fiscalizou, corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juizes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.
A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?
O ideal é que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.
Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?
Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no PoderJudiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.
A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro César Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.
É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJchegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.
Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?
Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.
Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.
Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: "Claro, se não tivesse, não estaria aqui". Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.
No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?
Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicacão política.
Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?
Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muitio sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes.
E como resolver esse problema?
Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.
Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?
Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a "juizite"".
Material retirado do blog:
http://doministeriopublico.blogspot.com/2010/10/corte-dos-padrinhos-eliana-calmon.html

domingo, 3 de outubro de 2010

O Brasil, o voto, as pesquisas e o segundo turno da eleição


Para a imprensa e os Institutos de Pesquisas que pretendiam decidir a eleição com tanta antecedência, fica a resposta do eleitor: o que conta é o Voto no dia da eleição.
Contrariando as adivinhações, recados espirituais, e as estatísticas ilícitas, o Brasil terá um segundo turno para Presidente.
Lembre: VOTO LEGAL, não tem preço e não acompanha pesquisas.

sábado, 2 de outubro de 2010

A internet vai acabar com a nossa liberdade e privacidade?


“A tendência nas redes sociais já não é fazer amigos, mas desamigar, banir pessoas das nossas listas de contatos. Tudo porque os excessos de realidade virtual já começaram a chamar-nos à razão. A privacidade é a pedra de toque desta discussão, embora a maioria das pessoas ainda se exponha de tal forma que deixou de ser segredo o que comem, sonham ou fazem na cama (…)

A festa da adesão às redes sociais continua a ser de arromba e os pudores ficam à porta. A ideia que persiste é que quem não está na rede está fora do mundo. E quem trata as redes sociais por tu, acaba por se sentir pressionado a escrever e a publicar imagens o mais sugestivas e reveladoras possíveis, para captar a atenção dos outros.

A fasquia vai ficando cada vez mais alta e a capacidade de controle cada vez mais reduzida. Ser visto, ser conhecido, alargar o grupo de conhecimentos, ganhar estatuto e visibilidade social são elementos de forte sedução (…).

Os portugueses, por exemplo, têm uma média de cem amigos na internet. Visto que praticamente ninguém tem cem amigos na vida real, com quem nos andamos a relacionar?
A primeira característica dos relacionamentos virtuais é a sua quantidade. São muitos, demasiados, rápidos e fáceis de fazer. Quanto tempo demoramos a fazer um amigo, fora dos computadores? Quase uma vida! Mas nos écrans está à distância de um click no botão “add a friend”. E é comum engordarmos a nossa lista de “amigos” com conhecidos dos conhecidos. Só para ver no que dá. Até descobrir que o pecado mora ao lado. Na internet podemos tirar partido do dom da ubiquidade. Uma só pessoa pode estar presente em várias redes sociais em simultâneo. A história de muitos de nós começa cedo.

Ainda crianças, começamos a aceder ao hi5 para namorar e fazer amigos, depois passamos a partilhar gostos e pensamentos no Facebook e ligámo-nos ao Twitter para seguir as novidades, notícias e contactar com os «famosos». Quem quis fortalecer contactos profissionais alistou-se nas fileiras do Linkedin. A nova mania dos utilizadores das redes sociais é o Foursquare, um programa que localiza geograficamente, passo a passo, os nossos conhecidos. Basta ter um iPhone ou um Blackberry. Já não há armários onde nos escondamos.

É fácil cair na rede e ficar preso nas aliciantes teias da notoriedade global. A questão é o utilizador-tipo, o homem ou mulher comuns, com conhecimentos gerais de utilização na internet, não tem consciência plena dos mecanismos automáticos destas redes sociais. Por exemplo, quando uma fotografia ou um comentário inocente é «postado» no nosso perfil do Facebook, não sabemos qual o seu destino final. De repente, uma imagem ingénua da nossa vida privada pode transformar-se num pesadelo. Basta ser retirada do seu contexto, quando partilhada com centenas de pessoas, desde o amigo de infância ao vagamente conhecido, passando pelo contacto de verão, que, afinal, mais não é do que um desconhecido. Sem esquecer o chefe que também pode lá estar a ver o que não deve.

São fragmentos das nossas vidas que publicados sem critérios por nós definidos e descontextualizados, transformam-nos noutra pessoa, com intenções diferentes das originais. Afinal, qual o valor da nossa privacidade? Quais as consequências futuras de uma geração que já nasceu com a sua privacidade exposta nas montras virtuais? Que valores vão balizar a nossa sociedade? O problema é que a definição e os limites da nossa vida privada estão a ser redefinidos, mas nós não estamos a participar activa e conscientemente neste processo.”

Artigo de Bernardo Mendonça e Christiana Martins, publicado na Revista Única (páginas 28 a 30) "A internet vai acabar com a nossa liberdade e privacidade?" e no blog Rerum natura.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Conversa de aconselhamento e enquadramento organizacional


"Se uma ideia não parece absurda no início, então não há esperança nenhuma para ela."Albert Einstein
Enquadrar significa pôr em quadro, encaixilhar, emoldurar. Porém, o significado específico que desejo explorar é apenas a ponta do iceberg, a parte visível, que nas organizações, de forma intencional ou não, ajusta o comportamento das pessoas e perpetua a cultura existente.
Observando as organizações, com as suas múltiplas tensões, contradições, avanços e recuos, é de notar a importância do conhecimento ético para compreender os conflitos organizacionais.
Muitos dos conflitos são resolvidos através da pura técnica do enquadramento, que consiste do uso da ameaça velada, em conversas de aconselhamento, que carrega outras motivações mais profundas e de outra ordem.
O enquadramento visa tornar a cultura organizacional compreensível e facilita a superação de situações geradoras de tensões e conflitos, positivos e negativos
Se a cultura exprime o universo organizacional, o enquadramento, quando utilizado de forma indevida, ultrapassa os limites éticos do trabalho e invade o universo particular de cada pessoa, para imprimir a linguagem da dominação, que busca limitar a iniciativa de livres pensadores, inovadores e iconoclastas, pelo temor que estes possam mudar um status quo, forjado por diferenças, hierarquias, tradição, e leis, que não serve mais para o mundo atual.
Quando não se consegue achar nada no trabalho da pessoa, os enquadradores buscam na personalidade de quem pode representar ameaça, as características que os incomodam, para justificar o enquadramento.
Bom humor, irreverência, lealdade, inteligência acima da média, visão critica, capacidade de se comunicar em igualdade de condição, com os desiguais, e a condição de estar de bem com a vida, incomoda os limitados, e ao enquadrador, resta a tarefa de maquiar esta pessoa como boçal, prepotente, arrogante e insubordinada, para justificar sua ação destrutiva.
Os enquadradores ao agirem fora dos limites organizacionais, imprimem o selo de sua mediocridade em toda organização, e o desastre é observado nas falências de empresas privadas e na ausência de resultados para a sociedade em organizações públicas.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Moral, Moralidade e Moralismo

A Moral é uma das opções do livre arbítrio, em relação ao sistema de regras existentes. É aquilo que passamos a exigir de nós mesmos, a que nos submetemos sem qualquer ameaça exterior, e que ninguém pode impor, a não ser para si mesmo.

Cada ser humano constrói sua moral, ela não vem pronta, e por isso ela pode variar em função, da época, da educação recebida, da cultura, do meio, da família, dos amigos e do trabalho. Olhar o mundo e as pessoas com respeito, sem esperar nada em troca, é uma ação da moral, que só pode ser julgada pela consciência.

Quando não te permites tudo, sem esperar nada em troca, é porque a moral encontrou abrigo na mente daquele que optou em ser livre, solidário, e humanista. A este respeito as regras, chamamos de moralidade.

No Moralismo a ação moral procura impor uma vontade, quer por uma ameaça ou temor religioso. O certo ou errado, não é mais uma opção pessoal, e sim um comando do terceiro, que prega uma moral, que muitas vezes não é sequer a dele.

O Moralismo se utiliza da moral, para pregar a intolerância, o preconceito e o puritanismo, que não garantem o bem-viver, na medida em que segrega, cria fronteiras e abismos, entre as pessoas, que sequer se conhecem, e não possuem um referencial moral comum.

Se a moral é um sistema de regras, e a moralidade é o respeito a essas regras, o moralismo é a apropriação indevida da moral, para servir às falácias, amplamente utilizada, pelas pessoas, políticos e gestores descomprometidos com o bem comum.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Valores do Século XXI

Quino,
Cartunista argentino autor da “Mafalda”, desiludido com o rumo deste século no que respeita aos valores humanos.

















O STF, a Ficha Limpa e a alternativa moral


A Lei Ficha Limpa foi aprovada graças à mobilização de milhões de brasileiros e se tornou um marco fundamental para a democracia e a luta contra a corrupção e a impunidade no país.
Em votação no STF (Supremo Tribunal Federal), para definir sua aplicação nesta eleição, o resultado ficou no 5 x5.
O presidente do STF Cezar Peluso votou contra a validade da Lei da Ficha Limpa.
Os votos dos ministros:
Celso de Mello votou contra a validade de lei e também pela impossibilidade de aplicá-la no caso de políticos que renunciaram para escapar de cassação.
Marco Aurélio votou contra a aplicação da lei nestas eleições por considerar que a legislação altera a correlação de forças do pleito.
Ellen Gracie, que era considerada uma incógnita, votou pela validade da lei nas eleições deste ano.
Carlos Ayres Britto, o relator, afirmou que a legislação deve valer para políticos que renunciaram antes de sua promulgação.
Ricardo Lewandowski, votou a favor da Ficha Limpa.
Joaquim Barbosa, vouu a favor da Ficha Limpa.
Cármen Lúcia, votou a favor da Ficha Limpa.
Gilmar Mendes, votou de forma contrária da Ficha Limpa.
Dias Toffoli, votou de forma contrária da Ficha Limpa.
Eros Grau, aposentado em 2 de agosto de 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que é um dilema moral?


O dilema moral surge diante de um problema onde a moralidade é relevante, e que não se sabe o que é moralmente bom ou certo. Abrange no mínimo duas ações, em que a pessoa é exigida a fazer, mas que pode fazer apenas uma.
No livro A Escolha de Sofia, de William Styron, uma prisioneira polonesa em Auschwitz recebe um "presente" dos nazistas: ela pode escolher, entre o filho e a filha, qual será executado e qual deverá ser poupado. Este é um exemplo de dilema moral concreto.
O uso falacioso do dilema moral ocorre quando regimes totalitários ou democráticos, justificam suas ações, destinadas para uma maioria, em detrimento a uma minoria. Neste caso, não estamos diante de um dilema moral, e sim de alternativas morais.
Um dos dilemas mais conhecidos da literatura universal talvez seja o vivido por Hamlet (ato 3, cena 1).
Ser ou não ser, eis a questão !
Que é mais nobre para o espírito sofrer:
os dardos e flechas de uma sorte ultrajante,
ou tomar armas contra um mar de calamidades
e, resistindo, por-lhes fim ?
Segundo os Pós-Doutores, Atahulpa Fernandez e e Marly Fernandes, hoje, vários estudos afirmam que existe no cérebro respostas automáticas, que são ativadas diantes de questões morais. É como se todos os dados sociais do momento, os interesses de sobrevivência pessoal de que estamos dotados, a experiência cultural que já vivenciamos e o temperamento básico de nossa espécie alimentasse os mecanismos subconscientes e inatos que todos possuímos e daí surgira uma resposta, um impulso para atuar ou deixar de atuar.
Porém, diante de dilemas morais, o cérebro possivelmente deve travar, e quem passa a comandar a decisão não é mais a razão e sim a emoção.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia da árvore


A “Plantemos para o Planeta: Campanha Bilhões de Árvores” é uma iniciativa global de plantio de árvores promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Pessoas, comunidades, empresas, indústrias, organizações da sociedade civil e governos são incentivados a fazer um compromisso de participação online. A Campanha encoraja o plantio de árvores nativas e árvores que são apropriadas para o meio ambiente local.
Para mais informações acesse o site oficial da Campanha de 12 Bilhões de Árvores.(http://www.unep.org)
O simbolismo – e o significado substancial – de plantar árvores tem poder universal em todas as culturas e todas as sociedades da Terra, e é uma forma de os individuos; homens, mulheres e crianças participarem na criação de soluções para a crise do meio ambiente
Al Gore - Earth in the Balance

Quem não raciocina!


Você já pensou por que tomou determinada decisão Irracional. A resposta é que o cérebro humano é fonte de racionalidade e da irracionalidade. Para alguns o cérebro é dividido em duas partes: o cérebro emocional e o cérebro responsável pela lógica. E os dois decidem, de forma consciente ou não.
Hoje o irracional não se reduz a ignorância ou loucura. O momento político é rico de exemplos, basta ver os discursos politiqueiros, cada um concorrendo para ser o representante do Bem contra o Mal, as bruxas de 400 anos atrás, foram recicladas e reprojetadas. A irracionalidade confunde informação com conhecimento, e conhecimento com sabedoria.
Contrariando as previsões de pensadores que imaginavam o homem do futuro plenamente racional dominando a natureza, o que se observa é que a sensação de vazio mental e social, criaram espaços, primeiro em nossa mente, para superstições, crendices, fanatismo místico-religioso, de toda ordem, que pode ser observado pelo número de pessoas que procuram a cura pela fé, mapas astrológicos, conversa com falecidos, adivinhadores de futuros insertos, que pé de coelho dá sorte, entre outras tantas crendices.
Já o vazio social, possibilitou que se instalasse na sociedade todo tipo de beligerância, a corrupção, o narcotráfico, a violência, os governos insensíveis e cínicos , a imprensa alarmista, etc.
Carl Sagan, no livro O mundo assombrado pelos demônios (C. Letras1996). Abre a perspectiva de que a ciência, a filosofia, as artes, a cultura, são os principais caminhos para a humanidade exercitar o discernimento e se aproximar da verdade. Como se fossem velas no escuro, devem formar nossa sabedoria para termos esperança, segurança e paz.

sábado, 18 de setembro de 2010

O limite da Justiça não é uma fronteira criada pela mente



Muitos são os limites que asseguram a submissão do juiz ao ordenamento jurídico, exigência do Estado Constitucional de Direito. No âmbito jurisdicional são fiscalizados pelos interessados que participam do processo, pelos membros do Ministério Público, pelos advogados, pelos órgãos disciplinares, pelos órgãos recursais de grau superior, pela imprensa e pelo povo.
Estes controles decorrem em razão da base filosófica e religiosa do ocidente, onde as leis divinas são imutáveis e, por conseguinte, as leis dos homens, precisam se ajustar a estas leis. Com isso, a ordem passa a ser o reflexo mais da fé do que da lógica.
Mesmo no mundo infinitamente complexo, em que vivemos, o poder de decisão do juiz nos casos de omissão normativa é limitado pela própria lei, ou seja, o juiz não tem o poder de decidir os conflitos seguindo sua própria opinião ou seu conceito de justiça (art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro).
Isto explica em parte, porque para a Justiça, a noção de realidade e verdade, é uma noção muito mais estética, na medida em que o elemento “verdade” não é tão primordial, quanto à beleza do documento, que sobrepõe à verdade, mas que cumpre os requisitos da lei. Se o processo contempla no mínimo duas verdades, a do Autor e a do Réu, o documento, a petição, deve possuir apenas a forma prescrita em lei.
Neste cenário de “fazer justiça” o processo é legalizado em vários códigos de processos, onde do juiz, apenas as competências relacionadas ao cargo são necessárias, e o restante de sua humanidade pensante descartada. O que simboliza este processo é a deusa Themis, vedada, símbolo da fé (lei) que não pode ser confrontada com a razão.
Hoje se discute que o problema da justiça é a falta de produtividade, que se traduz em tempo para a entrega da Justiça. Como a produtividade do judiciário é traduzida pela capacidade de gerar sentenças pelo juiz, que já está operando sempre no seu limite, fica a pergunta: qual a diferença de uma justiça entregue por uma máquina, com alta capacidade de processamento de dados e velocidade de imprimir as sentenças, da sentença entregue por um juiz, limitado pela lei.
Se a lei limita a mente que cria, para onde estamos indo na produção da justiça? Qualquer Engenheiro, Administrador ou Analista de Sistemas, ao reproduzir um fluxograma de tomada de decisão, para processos que se repetem, sabe que a automação é solução para dar qualidade e agilidade ao processo avaliado. Na justiça, os operadores do direito, por não possuírem a técnica, optam pelo caminho da contratação de novos juízes, estagiários e assessores para realizar pesquisas de casos idênticos, para prepararem sentenças idênticas as já salvas, que, após ajustarem número do processo e das partes, serão apenas assinadas pelo juiz.
A tese pode parecer perigosa, mas essas iniciativas não servem para o futuro, e os recursos financeiros não podem apenas servir para alimentar o crescimento de organizações que não produzem os resultados desejados.
Empresas para admitir funcionários passam a exigir exames antidrogas, e o exame mais eficiente analisa a queratina do cabelo. Esta exigência não está na lei, mas está sendo exigida pelas empresas, na tentativa de reter talentos. A lei ou a falta da lei, não pode ser impeditiva para quem detêm o poder de implementar as inovações necessárias para que a sociedade tenha uma Justiça ampla, efetiva, e em tempo real para suas demandas.

Com a palavra os personagens.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Organizações doentes

As organizações também ficam doentes, e a doença pode estar incubada nas pessoas, nos processos, no capital e/ou no produto organizacional. Diferente da área privada, onde a doença pode levar a morte, na área pública, as organizações mesmo doentes, não morrem, não produzem resultados, mas continuam consumindo recursos públicos.

Os principais sintomas das doenças organizacionais quando diagnosticadas corretamente, possuem medicamentos com prescrição eficaz.
Nas organizações, o placebo (fármaco inerte), ainda é consumido em larga escala, por gestores despreparados, que só sobrevivem por estarem inseridos numa sociedade também doente, que inerte aceita tudo de forma passiva.

Mainstream


"O mainstream é um fenómeno que varre as sociedades contemporâneas. Consiste numa opinião que, repetida à exaustão, se instala como verdade e linha de orientação. Mas em geral é uma opinião sem fundamento nem submissão à lógica.

O mainstream é um produto dos clips televisivos, necessariamente curtos, onde a argumentação não pode ter lugar. Entre o ver e o falar pouco, é a imagem que produz a opinião. Esta instala-se em cada um como preconceito, mas é tomada como certeza inabalável.

O mainstream tem os seus heróis e os seus vilões. Os heróis são jovens brancos, bonitos, emotivos, encantadores e também manipuladores.

Os vilões são escolhidos entre aqueles que despertam inveja ou vingança, mas têm geralmente rugas ou qualquer outro defeito que se note bem. Se não têm, inventam-se com montagens fotográficas ou televisivas. O mainstream pode não corresponder à maioria das opiniões. Mas quem tem uma opinião diferente, cala-se. Se falasse, seria rapidamente maltratado e equiparado aos vilões.

O mainstream é feito por aqueles que berram ou têm palco. Mas dado que é, por sua natureza, imitação, ele apenas se repete. Quem anda no mainstream não tem tempo para ler, estudar ou investigar, pois passa o seu tempo a repetir.

O mainstream é fruto da ignorância e da preguiça mental. Mas confere aos ignorantes a oportunidade de terem um protagonismo que não teriam de outro modo."

José Luís Pio de Abreu - blog Rerum Natura

sábado, 11 de setembro de 2010

Felicidade custa R$ 11 mil por mês, aponta estudo

RICARDO MIOTODE
SÃO PAULO
Para saber até que ponto dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados gigantesco nos EUA. Descobriram um valor a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar: R$ 11 mil por mês. "Uma renda pequena exacerba as dores emocionais associadas a problemas como divórcio, doença ou solidão", diz Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002 e co-autor da nova pesquisa publicada na revista científica "PNAS". Para ser feliz, então, o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre, revelam entrevistas feitas com mais de 450 mil americanos. A pesquisa funciona assim: entrevistadores pedem que as pessoas relatem a freqüência com que se sentiram felizes ou sorridentes recentemente. Perguntam o mesmo com relação ao estresse. Pedem também que, em uma escala de zero a dez, digam o quanto estão satisfeitas com as suas vidas --a "nota" média dada pelas pessoas foi de 6,76. Cruzam, então, as respostas obtidas com dados sobre a vida dos entrevistados.
Assim, eles descobriram, por exemplo, que gente solitária se sente muito infeliz até em comparação com quem sofre de um problema crônico de saúde. Ter filhos, por outro lado, traz felicidade. Mas, curiosamente, em média o efeito é menor do que o de ter um plano de saúde --ao menos em países em que o sistema público de hospitais é ruim, como os EUA e talvez o Brasil. Surpreende também a correlação entre envelhecer e se sentir mais feliz. Aparentemente, os anos fazem com que as pessoas aprendam a lidar com as dificuldades. O fator campeão de bem-estar, porém, é ser uma pessoa religiosa. Angus Deaton, também de Princeton, esboçou uma explicação para a Folha sobre isso. "Quem vai à igreja faz amigos por lá, e isso tem um impacto muito bom. A religião também ajuda os fiéis a entender algumas questões mais difíceis da vida, e isso pode servir de apoio em tempos difíceis. Além disso, muitas igrejas oferecem cuidado médico ou apoio social." A fé é o único fator que consegue até ganhar do dinheiro na busca pela felicidade. O valor de R$ 11 mil reais, claro, serve como indicador, mas é bom ter em mente que, como ele se refere aos Estados Unidos, uma margem de erro precisa ser levada em consideração ao adaptá-lo ao Brasil --onde, ao menos em algumas cidades, o custo de vida pode ser bem diferente. "Nós sabemos, por exemplo, que os latino-americanos costumam se sair bem em medições de felicidade", recorda Angus Deaton.

Mapa Múndi da Maioridade Penal


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

45 anos de Administração

A profissão de administrador é historicamente recente e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data em que se comemora o Dia do Administrador. Com 45 anos, a profissão de Administrador entra em sua melhor idade.

Como ciência é um ramo das ciência humanas, ditas sociais, pois trata dos agrupamentos humanos, mas com uma peculiaridade que é o olhar holístico, buscando a perfeita integração entre pessoas, estrutura e recursos.
Além dos conhecimentos específicos em Administração, a técnica administrativa utiliza conhecimentos do Direito, Contabilidade, Economia, Matemática e Estatística. São igualmente importantes para a ciência da administração a Psicologia e a Sociologia, sem esquecermos da Informática.
Instituições de Direito Público ou Instituições de Direito Privado criadas para fins lucrativos ou para finalidades sociais, dependem da ciência da administração para funcionarem, assim como o veículo precisa do piloto para o conduzir.

Embora a profissão tenha a sua reserva de mercado definida em lei, assim como possui o Contador, o Médico, e o Advogado, entre outras profissões regulamentadas, a fiscalização do exercício da profissão ainda é tímida, em razão da tolerância do Ministério Público, do Poder Judiciário, e do Poder Legislativo, em patrocinar a prática criminal do exercício irregular da profissão de Administrador, em suas instituições, quando criam cargos com nomenclaturas genéricas, mas que reproduzem no seu escopo atribuições privativas do Administrador, ou nomeiam servidores e membros sem o conhecimento e a técnica do Administrador, para cargos em área privativa do Administrador.

Para aqueles que sonham com um Estado e uma Justiça ágil e efetiva, o caminho para a realidade, passa pela valorização do Administrador. Cada Profissional no seu quadrado

Parabéns Administrador.

Veneno ou alimento?




Houve um tempo em que não existia oxigênio na atmosfera terrestre. Aliás, o oxigênio era tóxico para os organismos então existentes.
Mas houve um deles – a bactéria azul – que, além de resistir ao oxigênio, produzia-o em resultado do seu metabolismo. Na verdade, foi a precursora das árvores e plantas atuais, que expulsam o oxigênio como detrito do seu alimento.
Nessa altura, porém, existiu uma guerra de morte: todos os organismos sensíveis à toxicidade do oxigênio acabaram envenenados. Durante mil milhões de anos, a Terra ficou exclusivamente coberta pela bactéria azul.
Os outros organismos tentavam reproduzir-se, por vezes escondendo-se na água. À superfície da Terra só sobreviveram os que resistiam ao oxigênio. Mas o maior êxito foi daqueles que, para além disso, começaram a usar o oxigênio em seu proveito.
O veneno passou a ser alimento. Os seres vivos diversificaram-se, ganharam autonomia, povoaram a Terra e deram origem aos humanos. O oxigênio já fazia parte da atmosfera.
Os humanos lá foram evoluindo, adaptando-se a todas as contingências, trocavam bens entre si até produzirem dinheiro. O dinheiro, a princípio, apenas substituia os bens. Mas depois autonomizou-se e correu à volta do mundo.
No seu caminho, já provocou desastres e foi venenoso, embora beneficiasse quem se alimentava dele. Hoje, faz parte da atmosfera dos humanos, e é produzido sem cessar pelos Bancos Centrais, a nova bactéria azul. Se é veneno ou alimento, depende do modo como nos adaptamos a ele.

Texto de José Luís Pio de Abreu - blog Rerum Natura

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As portas e os porteiros do direito


Diante da Lei há um porteiro. Como homem do direito, este porteiro deveria cada vez mais dinamizar o acesso às portas, que permitam as pessoas viverem a sua liberdade própria, executarem o seu trabalho pessoal, e agirem concretamente na abolição das desigualdades.

Pessoalmente, tenho batido em portas que ainda se encontram fechadas. As portas estão aí, o problema está nos porteiros, que continuam mantendo portas fechadas, que deveriam estar abertas para todos.

Hoje o porteiro prefere doutrinar, na medida em que só abre as portas que lhe interessa. E em alguns casos, o porteiro é um selecionador, que substitui a presunção de inocência pela de culpa, com a finalidade única de fechar todas as portas, quando opta em não dar acesso. Este porteiro prefere as filas das pessoas que não pensam, criticam ou discernem.
Mas tudo pode mudar. As portas podem ser automatizadas, e os porteiros eliminados. No direito esta mudança está prestes a acontecer, como já aconteceu com o acesso a informação. Hoje a informação é instantânea, democrática e gratuita, onde cada pessoa pode dizer a todos o que pensa e o que sabe.
O tempo é dos iconoclastas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O que conhece e O que faz

A seleção de pessoal tem como objetivo básico o de escolher e classificar os candidatos adequados às necessidades da organização. O que os candidatos precisam saber é que as organizações estão migrando o processo de seleção de pessoal, que passa a priorizar muito mais um currículo com base em competências, do que um currículo com base apenas em conhecimento.
Competência é o saber fazer, que permite comunicar informação, ideias, problemas e soluções, tanto a públicos constituídos por especialistas como por não especialistas; competências de aprendizagem que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida com elevado grau de autonomia.
Nas organizações a criação de novos conhecimentos continua sendo algo importante, a propagação também, mas a aplicação prática do conhecimento gerado passou a ser requisito primeiro, ou padrão de excelência. O padrão antigo exigia apenas a geração de conhecimento, agora o novo padrão exige que o conhecimento gerado possa ser agregado as competências das pessoas.
É importante destacar que o conhecimento geral, continua sendo necessário, não se trata do economismo redutor, mas é fato, que para cada ambiente, existem um conjunto de conhecimentos específicos, que só se traduzem em competências, quando o homem sabe o que fazer com este conhecimento.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A corrupção e o custo social

Desde a entrada em vigor da Lei de Improbidade Administrativa, em 1992, a Justiça paulista examinou 764 ações e bloqueou R$ 5,9 bi .
Atos de improbidade por parte de autoridades, incluindo enriquecimento ilícito, má gestão e prejuízo ao Erário, custam ao Estado de São Paulo pelo menos R$ 1,8 bilhão por ano. Só a Promotoria do Patrimônio Público e Social cobra R$ 32,1 bilhões de gestores públicos, com base em 764 ações, de dezembro de 2002 até dezembro de 2009. Por conta delas, já há R$ 5,94 bilhões bloqueados pela Justiça para ressarcir o Tesouro.
Os dados constam de documento divulgado pela Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo e levam em conta exclusivamente ações abertas na capital, com base na Lei 8.429/92. No entanto, o texto não aponta os nomes de alvos que a promotoria fustigou nos tribunais.
Os promotores cobravam anteriormente R$ 34,2 bilhões, mas esse valor foi reduzido porque 25 ações que miravam R$ 117,4 milhões foram extintas sem julgamento de mérito e também porque a Justiça declarou improcedentes definitivamente outras 59, que tratavam da recuperação de R$ 1,89 bilhão. Estão em curso 337 ações que pleiteiam R$ 22,7 bilhões. Sobre essas ações ainda não há decisão judicial. São 211 as ações consideradas procedentes, mas ainda não de forma definitiva, e elas apontam para uma cifra de R$ 8,26 bilhões. Outro R$ 1,1 bilhão envolve 33 ações em execução e 71, julgadas improcedentes não definitivamente.
O relatório foi apresentado na abertura do 1.º Congresso do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo, evento da Procuradoria Geral de Justiça e da Escola Superior do MP, que reúne promotores e magistrados que se dedicam a combater a corrupção e desvios na administração. "Esses números nos dão um quadro da gravidade da situação que enfrentamos no desempenho de nosso papel constitucional de guardiães da lei e da moralidade pública", declarou o procurador-geral, Fernando Grella Vieira. Para ele, a instituição "tem feito um esforço muito grande no sentido de combater as práticas ilegais e imorais dos agentes públicos, buscando a punição dos responsáveis, na forma da lei, de forma a desestimular a malversação do dinheiro público e inibir futuras posturas de improbidade administrativa e de corrupção".
O dossiê foi preparado pelos promotores Saad Mazloum e Silvio Antonio Marques, secretários executivos da Promotoria do Patrimônio, braço do Ministério Público que investiga improbidade. Mazloum e Marques são especialistas nessa função. Nos últimos dez anos, eles e seus colegas conduziram as principais investigações contra prefeitos, secretários municipais e estaduais, presidentes de autarquias e ex-governadores.
O relatório divulgado por Grella mostra que, em São Paulo, há 510 processos cadastrados vinculados ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O total de condenações perante a Corte paulista é de 1.048. São resultados das ações propostas pelo Ministério Público Estadual. Ainda de acordo com o dossiê apresentado pelo procurador-geral, o número de processos vinculados ao Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3), oriundos de ações ajuizadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo e Mato Grosso do Sul, chega a 7. O total de condenações pelo TRF-3 soma nove.
Do total de condenações por ato de improbidade administrativa na esfera estadual, 1.299 tiveram enquadramento no artigo 11 da lei, que trata sobre os atos que atentam contra os princípios da administração pública - honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. As condenações pelo Artigo 10, dedicado aos atos que causaram prejuízo ao Erário, somam 1.299. Por último, aparecem as 652 condenações pelo Artigo 9 - auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Comportamentos poucos virtuosos



A virtude é uma disposição das pessoas em praticar o bem, representa retidão moral, probidade, excelência moral. Nas organizações o comportamento é moldado segundo a cultura que por suas práticas, ações, crenças e valores, criam uma identidade própria.
O aumento da produtividade e da qualidade, o estímulo a inovação e a mudança, a lealdade e a ética, tanto para executivos quanto para funcionários, são valores repassados como necessários para a geração dos resultados. Contudo, o que se observa, mesmo nas organizações de sucesso, que o esforço que promoveu os resultados é de todos, porém, os resultados são somente de meia dúzia.
Na área pública, os comportamentos poucos virtuosos ganham nova dimensão, quando o gestor público divulga como sendo sua, as ações desenvolvidas pela instituição pública em que trabalha. Essa prática gerencial, revestida de comportamento ímprobo e egocêntrico, tem sido a causa do baixo desempenho da área pública, na produção de resultados úteis para a sociedade.
Embora Kant tenha considerado o conflito entre a razão e o desejo humano como algo intransponível, devemos considerar que somos dotados de imaginação, de ideais e de esperança. A religião ao trazer o transcendente revestido de bondade, limitou a livre vontade, e inibiu para os crentes, os comportamentos poucos virtuosos. É importante alertar que inibir é diferente de acabar.
O comportamento humano tem sido fonte contínua de pesquisas que pretendem explicar a totalidade de seu universo, desenvolvendo conceitos, teorias e métodos, que possam evitar a desintegração social, provocada pelos comportamentos poucos virtuosos. Para alguns é um problema social, para outros, o problema é de ordem pessoal de cada ser humano, e o cavar masmorras aos vícios e templos a virtude, passou a ser o principal desafio do homem, desde sua origem.


sábado, 21 de agosto de 2010

Eleição e a Utopia do Governo Isento

Paira sobre o eleitor uma nuvem de desconfiança, na clareza dos ideais dos partidos políticos e na postura ética dos governantes, em relação a respeitar nas campanhas eleitorais quem efetivamente decide na democracia.
Estou cada vez mais convencido que a política é um espaço onde se discute a nossa felicidade ou infelicidade, e que o governo é um bom procrastinador, que adia por adiar, sendo responsável por todos os problemas sociais e econômicos existentes.
Como dizem os políticos, nos últimos anos a coisa melhorou, mas há nesta fala, um subjetivismo que persiste e tem cura difícil, devido à ausência de investigação. O Estado pode promover uma maior ligação entre os temas de Investigação e as necessidades sociais, mas para isso, é urgente submeter à mediocridade e a táctica do golpe e da rasteira à inteligência, a uma concepção que esclareça em vez de ocultar a realidade. Muitos dos nossos políticos têm de crescer.
Falas que não se concretizam. Cada candidato promete que vai trabalhar para os eleitores, realizar o desenvolvimento da sociedade, da economia, e transformar sonhos inventados em realidade. Com o voto na urna, o candidato eleito se transforma em político e governante, e no dia seguinte esquece todas as falas e promessas. Muitos de nossos políticos têm de confirmar a lealdade com o eleitor.
Um juramento não cobrado. O candidato para ser empossado no cargo jura atuar para a sociedade, de forma isenta e sem distinção de qualquer tipo. Esse juramento vincula a ação política do Governo para com toda a sociedade. O candidato ao se apropriar de ações de governo, como sendo do candidato ou do partido político, no mínimo, está cometendo um crime de falsidade ideológica. Muito de nossos políticos têm de separar o público do privado.
Números e pesquisas isentas! Como bem disse Pitágoras, “tudo são números”. E os números numa Pesquisa Eleitoral falam a verdade e a mentira no mesmo tom. A manipulação de resultados em pesquisas eleitorais ocorre geralmente, na definição da coleta de dados, e salvo raras exceções, o resultado da pesquisa interfere diretamente no resultado da campanha, na medida em que arrasta os eleitores indecisos, para o candidato melhor posicionado. A Justiça Eleitoral têm de garantir a imparcialidade das pesquisas.
O voto e a decisão certa. Votar é um ato solene, que além de revestido de toda a formalidade exigida em lei, deve ter a garantia da Justiça Eleitoral que o processo eleitoral foi transparente, justo e perfeito. O eleitor precisa ter a certeza da ausência de qualquer tipo de fraude.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A inovação faz a diferença! Made in China!

Proposta chinesa para resolver o problema do transporte de pessoas e do tráfego citadino. Pelo projeto é possível identificar que a solução é de baixo custo, na medida em que aproveita as vias já existentes, partilhando o espaço com outros automóveis.
Do projeto para a realidade, existe um caminho curto para ser percorrido, que é a decisão de fazer.

A solução apresentada pela empresa chinesa Huashi Future Parking é parcialmente movida a energia solar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma nova forma de prestar contas

As Universidades são ótimas em mostrar nas formaturas, os índices estatísticos sobre o crescimento do orçamento, a expansão de cursos, o incremento do quadro de docentes e alunos, e o volume da produção acadêmica, mas falta algo.
Devemos querer saber mais das universidades, principalmente a respeito de:
1. Quantas empresas foram criadas pelos seus alunos.

2. Quantos empregos foram criados por essas empresas.

3. Qual o volume de negócios dessas empresas.

4. Quanto representa do PIB nacional.

5. Dos seus docentes e investigadores quantas patentes resultaram.

6. Quantas foram vendidas e deram lucro.

7. Quantas deram origem a spin-offs.

8. Qual o impacto da universidade nas exportações brasileiras.

9. Qual o valor acrescentado de um aluno da universidade: custa quanto e vale quanto.

10. Qual o impacto da universidade no cenário internacional de I&D: docentes e investigadores.

11. Quantos projetos têm a universidade.

12. Quanto valem os projetos em percentagem do orçamento da Universidade.

Segundo o Engenheiro e Jornalista J. Roberto Pires (Rerum Natura), obter esta informação dá muito trabalho. Eu penso que ele está certo, pois até hoje não encontrei qualquer tipo de prestação de contas, que respondesse as perguntas acima formuladas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Para NIKA


Citando Shakespeare “Se seus sonhos estão nas nuvens... eles estão no lugar certo, agora construa os alicerces”...
E, como bem disse Hemann Hesse: Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagem, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.
Mas, posso lhe repassar um bom conselho dado por Nizan Guanaes: “Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. .....Das 8 às 12, das 12 às 8, e mais, se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio.”.
E, lhe desejar que os sonhos façam parte de tua vida, e que tua alma escolha os melhores para que o teu trabalho os concretize, e que isso te faça muito feliz no exercício de sua profissão.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Riscos e Defesa Civil

A gestão d0 risco ainda é uma novidade para a maioria dos gestores públicos, que ainda não perceberam que uma gestão eficaz, exige a necessidade de considerar no processo de planejamento do território, a identificação de locais de risco naturais ou provocados pelo próprio homem, e planos para enfrentar novas realidades, advindas de riscos
Na medida em que a coletividade humana é exposta a diferentes níveis de riscos, o poder público, deveria possuir projetos estruturando hipóteses de ações de proteção civil no ordenamento do território, como forma a tornar o território menos vulnerável a estes tipos de fenômenos.
Os instrumentos de gestão territorial devem contemplar um método, que antecipe ações futuras, para enfrentar situações de risco de forma contextualizada, com a racionalização dos fenômenos de crescimento populacional contínuo, e a reorganização das estruturas urbanísticas e territoriais das cidades. As ações enquanto medidas para a prevenção, mitigação e redução do risco, devem incluir a participação da coletividade sujeita às fontes de perigo.
O diagnóstico de riscos que podem ocorrer em um território, deve contemplar um portfólio de novas realidades, cuja importância é necessária para a troca de informação, de dados, a colaboração intensa entre o urbanista, o planificador e os peritos das áreas necessárias para garantir uma contínua interação, entre quem decide, quem gera conhecimento, quem interpreta dados e quem cuida da normativas coletivas.
Introduzir e reforçar uma cultura do risco na planificação urbana e territorial, ainda é uma estratégia muito pouco desenvolvida. A necessidade de mitigar e/ou reduzir os danos decorrentes de catástrofes naturais ou provocadas, será maior se as políticas contra o risco forem, não apenas implementadas, mas também incorporadas no processo de planejamento governamental, isto é, integradas no interior dos planos, quer na sua parte regulamentar, ou na respectiva execução, como elemento de rotina.