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sábado, 11 de fevereiro de 2012

O que significa "Ideologia"?



Já faz algum tempo que tenho procurado entender a motivação de algumas pessoas em negar fatos óbvios, mesmo para questões de simples entendimento, e que beneficia a todos. A procura me levou ao uso distorcido da palavra Ideologia


O texto adaptado de Carlos Lopes Pires, retirado do Blog de Rerum Natura, me proporciona o entendimento até então sem resposta, e que aqui compartilho:

"A palavra ideologia não assume sempre a mesma conotação: por vezes é utilizada com um sentido positivo, outras vezes com um sentido negativo.
.
Pode remeter para um conjunto de ideais e princípios, ou seja, ideias acerca do modo como as coisas deveriam ser, nomeadamente na política. Por exemplo: o socialismo e o liberalismo são ideologias políticas. Dito por outras palavras: “qualquer sistema abrangente de crenças, categorias e maneiras de pensar que possa constituir o fundamento de projetos de ação política e social é uma ideologia: um esquema conceitual com uma aplicação prática” (Blackburn, 1997, 219).

Mas pode remeter também para um conjunto de preconceitos, de ideias anteriores à experiência e à análise crítica e racional e que, nas palavras de Blackburn (1997, 219), funcionam como “uma espécie de óculos que distorcem e dissimulam” a realidade. Nesta acepção, a ideologia leva a ajustar os fatos à teoria e não a teoria aos fatos, ou seja, é uma maneira de pensar que deturpa e ilude.

Nem sempre é óbvio se estamos perante o primeiro ou no segundo sentido de ideologia. Sucede por vezes que os adversários de uma ideologia no primeiro sentido (por exemplo, alguns socialistas quando criticam o liberalismo ou alguns liberais quando criticam o socialismo) a tentam reduzir ao segundo sentido.

E, em certos casos, são os próprios defensores de uma ideologia a fazer essa redução do primeiro ao segundo sentido: agarram-se tão cega e teimosamente aos seus ideais que estes se tornam meros preconceitos - ideias cristalizadas incapazes de explicar o mundo e as suas mudanças, repetidas com convicção e paixão mas de modo acrítico.

Poderemos dizer que “a marca segura de ideologia, tanto na ciência e filosofia como na política, é a negação de fatos óbvios” (McGinn, 2007, 63)."

Obras referidas:
- Blackburn, Simon (1997). Dicionário de Filosofia. Lisboa: Gradiva
- McGinn, Colin (2007). Como se faz um filósofo. Lisboa: Bizâncio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ler devia ser proibido



"Pensando a respeito, eu também acho que ler devia ser proibido.
Tomar consciência de realidades e despertar a imaginação, só vai trazer problemas para a tua vida pacata. Você vai começar a questionar os motivos pelos quais pessoas se posicionam sem conhecimento de causa, ou com base em achismo de outros.
Você vai votar errado ao escolher o melhor candidato e não o candidato popular, e isso pode mudar os rumos da sociedade onde você vive.
Vou seguir um conselho? Silêncio.
Ao ler você passa a pensar com a tua cabeça e isto é muito perigoso.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sempre é possível desenhar um novo fim



"Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode fazer um novo recomeço para o fim".


Chico Xavier

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Memória Corroída


O pensamento para Descarte é a essência do Homem. “Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente".
Se o pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem, a consciência desta capacidade é que permite ao homem mover-se no mundo e lhe dá a visão da realidade e da verdade dos fatos do seu dia a dia.
Esta versão da realidade é construída pela investigação. A palavra “investigação” surgiu só no século XV, pouco antes da Revolução Científica que deu origem à ciência moderna. Provém do latim: resultou de juntar “in” a “vestigium”, o que literalmente significa ir atrás de pegadas, seguir o rasto da verdade dos fatos.
No entanto existe um pensar desconforme, que é o intuir, que nos permite andar por terras ainda não conhecidas ou não tão bem exploradas. Em psicologia intuição é um processo involuntário para se chegar a conclusão de algo, pelo raciocínio inconsciente. Para outros é um processo paranormal ou divino.
Dotado do pensar e da intuição, a memória do homem parece corroída, na medida em que despreza a intuição como fonte alternativa ao pensamento consciente. Essa habilidade de saber algo diretamente, sem pensarmos analiticamente, ainda não conseguimos explicar, e nem compreender a lógica disto.
No entanto, nos utilizamos da intuição em nosso dia a dia, quando seguimos um caminho, que temos a certeza que é o caminho a ser percorrido, porém não conseguimos explicar o porquê da escolha. Isto é intuição.