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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Vote pelas mudanças que podem fazer o seu mundo melhor


As Nações Unidas e seus parceiros querem ouvir VOCÊ! MEU Mundo é uma pequisa global que quer sua ajuda na escolha das prioridades para um mundo melhor. Os resultados serão compartilhados com líderes mundiais na definição da próxima agenda de desenvolvimento global. Conte-nos sobre o mundo que você quer. Levante sua voz!

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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Eleição - O tempo dos candidatos é uma fraude

Compreensão não significa necessariamente concordância. Na verdade compreendo que a lei eleitoral cria um conjunto de normas para estabelecer o tempo de televisão para o horário eleitoral, onde alguns Partidos/Candidatos, acabam tendo um tempo bem superior a outro para expor sua proposta de campanha.
Contudo, não concordo, que num processo democrático,  o tempo de acesso às diferentes mídias, não seja igual para todos os Candidatos, porque quem perde com essa medida é o Eleitor
Quem ganha com essa desigualdade de tratamento são os Partidos/Candidatos, que buscam a manutenção do status quo.
Mudar o Brasil, com essa legião de políticos profissionais, vai ser muito difícil. Fica então a dica: vote em quem promete menos, assim, o desapontamento será menor.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Brasil está doente!


Segundo a organização Transparência Internacional, em entrevista realizada em 2013, a principal doença que atinge todos os dias os brasileiros é a corrupção. Sem contar a falta de seriedade política, ou respeito ao conceito de Nação.
Os dados indicam que os brasileiros acham que:
- 81% dos partidos são corruptos/extremamente corruptos;
- 72% do Legislativo é corrupto/extremamente corruptos;
- 70% da polícia é corrupta/extremamente corruptos;
- 55% do sistema de saúde é corrupto;
- 50% do judiciário é corrupto;
- 46% dos funcionários públicos são corruptos;
- 38% da imprensa é corrupta;
- 35% dos executivos são corruptos;
- 35% das ONGs são corruptas;
- 33% do sistema de ensino é corrupto.
Este ano é ano de eleição. Assim, se aplicarmos o Princípio de Pareto (também conhecido como princípio 80-20), sugerido por Joseph M. Duran, que afirma que para muitos fenômenos 80% das consequências advêm de 20% das causas, o VOTO correto, pode ser o melhor dos remédios, para eliminar a lista trágica acima.
No Brasil o VOTO é um direito político e uma obrigação enquanto dever de cidadania. Através do VOTO o cidadão manifesta sua vontade num pleito eleitoral, em igualdade de participação, exercendo o poder social na busca da melhor gerência da vida pública.
Então, VOTAR enquanto dever, é manifestação de uma vontade, poderia ser o melhor dos remédios para um país, se tivéssemos como pressuposto em um pleito eleitoral, a participação de candidatos 100% ficha limpa, com tempo limitado de atuação, para que novas pessoas pudessem oxigenar o parlamento, e fossem revestidos de moral e bom costume, prestando um serviço de preferência não remunerado, como ocorre em alguns lugares do mundo.
Porém, o que se observa aqui no Brasil é que o VOTO para uma grande parte da população é um Placebo. E quem mais estimula este medicamento inerte, infelizmente, são todas as esferas de governo, onde o que prevalece é a vontade e a ganância, o assalto aos cofres públicos, de grupos ideológicos e quadrilheiros, não mais comprometidos com o desenvolvimento social e político da Nação.
Fica a esperança, de quem sabe um dia, os números da organização transparência, mostrarem que o Brasil está curado.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Onde está o meu voto?


Vale a pena conhecer a história do voto no Brasil e saber como esse direito, que já foi restrito a muito poucos, na sociedade, ainda sobrevive dentro das organizações públicas, criando feudos, semelhantes aos dos “homens bons” da Idade Média.
Descobrimento do Brasil
Data de 1532 a primeira eleição aqui organizada. Ela ocorreu na vila de São Vicente, e foi convocada por seu donatário, Martim Afonso de Souza, visando a escolher o Conselho administrativo da vila. Eram votantes os chamados "homens bons", expressão ampla e ambígua, que designava, de fato, gente qualificada pela linhagem familiar, pela renda e propriedade, bem como pela participação na burocracia civil e militar da época.
Durante o Império
A primeira Constituição brasileira, outorgada por dom Pedro 1º. Em 1824, definiu as primeiras normas de nosso sistema eleitoral. O voto era obrigatório, porém censitário: só tinham capacidade eleitoral os homens com mais de 25 anos de idade e uma renda anual determinada. Estavam excluídos da vida política nacional quem estivesse abaixo da idade limite, as mulheres, os assalariados em geral, os soldados, os índios e - evidentemente - os escravos.
Na República o voto para a mulher
A ampliação do direito de voto a um número cada vez maior de brasileiros aconteceu ao longo do século 20. O voto feminino, por exemplo, data de 1932 e foi exercido pela primeira vez em 1935. Em função da ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945), porém, as mulheres só voltaram a votar em 1946.
Quem vota hoje para o Presidente da República
Até a Constituição de 1988, o voto era um direito negado aos analfabetos, soldados e marinheiros. A partir de 1988, com a Constituição que continua em vigor, o eleitorado aumentou consideravelmente, e veio a ultrapassar a casa dos 100 milhões. Atualmente, o voto é obrigatório para todo brasileiro com mais de 18 anos e facultativo aos analfabetos e para quem tem 16 e 17 anos ou mais de 70 anos. Estão proibidos de votar os estrangeiros e aqueles que prestam o serviço militar obrigatório.
Quem vota hoje para Procurador-Geral de Justiça

Embora o Ministério Público tenha entre suas atribuições a defesa do regime democrático, na esfera da Gestão Institucional, apenas os “membros (Procuradores de Justiças e Promotores de Justiça (Bacharéis em Direito)” podem eleger o Procurador-Geral de Justiça. As demais categorias profissionais (Administradores, Contadores, Economistas, Bibliotecários, Assistentes Sociais, Psicólogos, Jornalistas, dentre outras) que integram a Instituição, continuam a margem do processo eleitoral.
É importante destacar, segundo Hugo Nigro Mazzili, “que a democracia não é o governo da maioria das elites, nem da maioria das corporações, nem da maioria dos grupos econômicos, e nem da maioria de alguns grupos políticos, que muitas vezes são aqueles que efetivamente fazem a lei mas nem sempre defendem os interesses da população; democracia quer significar o governo da maioria do povo.
Depois, deve considerar de que uma democracia legítima não é despótica, pois mesmo a maioria não pode escravizar a minoria. Isto até nos lembra o dito humorístico que assim define democracia direta: três lobos e uma ovelha votando em quem vai ser o jantar; e democracia representativa: as ovelhas elegem quais serão os lobos que vão escolher quem será o jantar...
Enfim, incluir todas as categorias profissionais que integram a Instituição no processo eleitoral interno é uma demanda nova e, a rigor, ainda inexplorado pelo Ministério Público brasileiro.



domingo, 27 de março de 2011

Sobre a neutralidade e o respeito

Recomendar que o Gestor Público adote uma atitude de neutralidade absoluta nas questões políticas, abstendo-se, assim, de orientar os seus subordinados em relação ao processo eleitoral em qualquer sentido, parece ser uma utopia.

O próprio sistema democrático não é algo natural e espontâneo, na medida em que foi algo conquistado, e que não pode ser dado como certo, em uma sociedade que é formada por homens ainda em evolução.


A recomendação de se ser neutro, deixando ao outro ou aos outros uma infinita liberdade de afirmarem as suas opções de valores, serve para nos alertar, que diuturnamente os doutrinadores de plantão, estão esperando a docilidade dos imorais, dos desleais, e dos intolerantes, que se incorporam gratuitamente ou por valor vil, as massas de manobras destes, que livremente repassam suas ações e opiniões, para uma rede de seguidores que já não mais pensam por iniciativa própria.


A oportunidade de incorporar o respeito pela neutralidade em processos eleitorais, não deve de modo algum ser desperdiçada, ficando a opção, para o gestor livre das vaidades e comprometido com o bem comum.

domingo, 31 de outubro de 2010

O fim do blá, blá, blá, e o cumprimento das promessas de campanha


A conversa mole ou real que justificou os pedido dos votos terminou, o resultado saí daqui a pouco. No entanto a minha paciência já não suporta mais ironias.
O somar de peras com maçãs, das promessas de campanha, feitas pela ausência de um suficiente know-how, ou pela simples opção de se utilizar de uma falácia, agora precisa ganhar contornos de realidade, possível de ser realizada pelo governante eleito.
Para nós eleitores, o retorno ao status quo, de simples cidadão, precisa ser alterado. Urge mudar a mentalidade de uma sociedade arraigada a padrões obsoletos de serventia, para sermos senhor das novas relações com o Estado.
Aquele que pediu e fez promessas para ter o voto do cidadão, não pode simplesmente agradecer. A sociedade que os empregou, pelo voto, deve exigir o começo do que foi prometido, e o respeito aos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição.
Chegou a hora de alargar a nossa noção de cidadania, cobrando resultados de nossos servidores recém empregados. A relação de serventia precisa ser permanentemente lembrada, de quem deve servir a quem. O político deve dedicar 100% de seu tempo e mandato para o interesse público.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Resultado da eleição 2010 do CRASC


Eleitores do Conselho Regional de Administração do Estado de Santa Catarina - CRASC: 9.487
Abstenção: 5.076 = 53,50%
Votos Nulos: 172 = 1,82%
Votos Brancos: 159 = 1,68%
Votos Chapa 1: 1. 383 = 14,57%
Votos Chapa 2: 1. 257 = 13,25%
Votos Chapa 3: 1. 440 = 15,18%

Os números da eleição leva-me a fazer três perguntas simples.
Pergunta 1: sendo o voto obrigatório, a abstenção de 53,50% dos eleitores está passando que recado para os dirigentes do CRASC?
Pergunta 2: os Conselheiros eleitos pela Chapa 3 (2/3 do Colégio Eleitoral do CRASC), com 15,18% de representação, vão eleger o novo Presidente do CRASC. Este percentual de representação é o suficiente?
Pergunta 3: Até quando teremos eleição indireta para Presidente do CRA e CFA?

Alguém pode me responder?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um poder da sociedade calado

Nesta eleição um fato me chamou atenção: a omissão do Poder Social.

Os candidatos trocam acusações, abusam de argumentos falaciosos e mascaram a realidade social e econômica do país, sem qualquer tipo de constrangimento, com o objetivo específico de manipular os eleitores.

Quem deveria agir em defesa do cidadão, esclarecendo, denunciando os dados incorretos divulgados, que distorcem a verdade para a população, assiste a tudo calado, não se pronuncia, e não age.

Fica a pergunta: quando o Ministério Público vai agir? Depois que o processo eleitoral terminar? Como será possível consertar o estrago feito por um dado incorreto divulgado como verdadeiro?

domingo, 3 de outubro de 2010

O Brasil, o voto, as pesquisas e o segundo turno da eleição


Para a imprensa e os Institutos de Pesquisas que pretendiam decidir a eleição com tanta antecedência, fica a resposta do eleitor: o que conta é o Voto no dia da eleição.
Contrariando as adivinhações, recados espirituais, e as estatísticas ilícitas, o Brasil terá um segundo turno para Presidente.
Lembre: VOTO LEGAL, não tem preço e não acompanha pesquisas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mainstream


"O mainstream é um fenómeno que varre as sociedades contemporâneas. Consiste numa opinião que, repetida à exaustão, se instala como verdade e linha de orientação. Mas em geral é uma opinião sem fundamento nem submissão à lógica.

O mainstream é um produto dos clips televisivos, necessariamente curtos, onde a argumentação não pode ter lugar. Entre o ver e o falar pouco, é a imagem que produz a opinião. Esta instala-se em cada um como preconceito, mas é tomada como certeza inabalável.

O mainstream tem os seus heróis e os seus vilões. Os heróis são jovens brancos, bonitos, emotivos, encantadores e também manipuladores.

Os vilões são escolhidos entre aqueles que despertam inveja ou vingança, mas têm geralmente rugas ou qualquer outro defeito que se note bem. Se não têm, inventam-se com montagens fotográficas ou televisivas. O mainstream pode não corresponder à maioria das opiniões. Mas quem tem uma opinião diferente, cala-se. Se falasse, seria rapidamente maltratado e equiparado aos vilões.

O mainstream é feito por aqueles que berram ou têm palco. Mas dado que é, por sua natureza, imitação, ele apenas se repete. Quem anda no mainstream não tem tempo para ler, estudar ou investigar, pois passa o seu tempo a repetir.

O mainstream é fruto da ignorância e da preguiça mental. Mas confere aos ignorantes a oportunidade de terem um protagonismo que não teriam de outro modo."

José Luís Pio de Abreu - blog Rerum Natura

sábado, 21 de agosto de 2010

Eleição e a Utopia do Governo Isento

Paira sobre o eleitor uma nuvem de desconfiança, na clareza dos ideais dos partidos políticos e na postura ética dos governantes, em relação a respeitar nas campanhas eleitorais quem efetivamente decide na democracia.
Estou cada vez mais convencido que a política é um espaço onde se discute a nossa felicidade ou infelicidade, e que o governo é um bom procrastinador, que adia por adiar, sendo responsável por todos os problemas sociais e econômicos existentes.
Como dizem os políticos, nos últimos anos a coisa melhorou, mas há nesta fala, um subjetivismo que persiste e tem cura difícil, devido à ausência de investigação. O Estado pode promover uma maior ligação entre os temas de Investigação e as necessidades sociais, mas para isso, é urgente submeter à mediocridade e a táctica do golpe e da rasteira à inteligência, a uma concepção que esclareça em vez de ocultar a realidade. Muitos dos nossos políticos têm de crescer.
Falas que não se concretizam. Cada candidato promete que vai trabalhar para os eleitores, realizar o desenvolvimento da sociedade, da economia, e transformar sonhos inventados em realidade. Com o voto na urna, o candidato eleito se transforma em político e governante, e no dia seguinte esquece todas as falas e promessas. Muitos de nossos políticos têm de confirmar a lealdade com o eleitor.
Um juramento não cobrado. O candidato para ser empossado no cargo jura atuar para a sociedade, de forma isenta e sem distinção de qualquer tipo. Esse juramento vincula a ação política do Governo para com toda a sociedade. O candidato ao se apropriar de ações de governo, como sendo do candidato ou do partido político, no mínimo, está cometendo um crime de falsidade ideológica. Muito de nossos políticos têm de separar o público do privado.
Números e pesquisas isentas! Como bem disse Pitágoras, “tudo são números”. E os números numa Pesquisa Eleitoral falam a verdade e a mentira no mesmo tom. A manipulação de resultados em pesquisas eleitorais ocorre geralmente, na definição da coleta de dados, e salvo raras exceções, o resultado da pesquisa interfere diretamente no resultado da campanha, na medida em que arrasta os eleitores indecisos, para o candidato melhor posicionado. A Justiça Eleitoral têm de garantir a imparcialidade das pesquisas.
O voto e a decisão certa. Votar é um ato solene, que além de revestido de toda a formalidade exigida em lei, deve ter a garantia da Justiça Eleitoral que o processo eleitoral foi transparente, justo e perfeito. O eleitor precisa ter a certeza da ausência de qualquer tipo de fraude.

sábado, 31 de julho de 2010

Boa e má demagogia?



Nas sociedades modernas, considera-se que os partidos políticos são essenciais à democracia e, na prática, aceita-se que sejam os dirigentes partidários a decidir e não o povo, cuja vontade é ponderada apenas em determinados momentos (como as campanhas eleitorais ou manifestações de rua mais visíveis).

Na Atenas clássica, a situação era consideravelmente diversa. Estava-se perante uma democracia direta e plebiscitária, cujo órgão principal — a Assembleia do povo ou dêmos— reunia todos os cidadãos, num agrupamento de massas de natureza heterogénea. O dêmos, além de possuir a elegibilidade para ocupar os cargos e a prerrogativa de escolher os magistrados, tinha o direito de decidir soberanamente em todos os domínios e de, constituído em tribunal, julgar toda e qualquer causa (pública ou privada), por mais importante que fosse. Daí que o dirigente político de Atenas vivesse em constante tensão e precisasse de convencer a pólis, em cada reunião dos órgãos soberanos, da superioridade da sua política e de que as medidas por ele propostas eram as que melhor serviam os interesses da cidade. Enfim, precisava de ser, por excelência, um demagogo — no sentido neutro da palavra enquanto ‘condutor do povo’ e não com a carga negativa que começara a adquirir logo no último quartel do século V a.C. (precisamente a seguir à morte do grande estadista Péricles) e que ainda hoje acompanha o termo.

Os demagogos — na acepção original — tendem a exercer um papel tanto mais significativo quanto maior for o peso atribuído à intervenção efetiva dos cidadãos nos destinos da sociedade e nas decisões do Estado. Não surpreende, por isso, que na democracia ateniense os demagogos constituíssem elementos estruturantes do próprio sistema e do seu correto funcionamento. Neste sentido genérico, a designação pode inclusive ser aplicada a todos os líderes políticos de Atenas, sem olhar à classe ou pontos de vista, embora esteja sobretudo conotada com os líderes da facção popular e mais progressista, se bem que, em termos de proveniência social, esses mesmos chefes acabassem por ser tradicionalmente recrutados entre as famílias aristocráticas.

Ora foi precisamente em relação ao estrato social de origem dos demagogos que se terá verificado uma considerável evolução após a morte de Péricles (em 429 a.C.). Então e pela primeira vez, o povo escolheu um chefe que não vinha da classe aristocrática — Cléon. A estas personalidades emergentes, que, provindo embora de meios não nobres, atingem o primeiro plano político, os autores antigos e os adversários políticos, de modo geral os aristocratas ou os círculos aristocráticos partidários da oligarquia, passam a chamar demagogos, mas agora em tom depreciativo. E será precisamente sob a ação desses homens e por pressão nociva da Guerra do Peloponeso que Atenas caminhará para um radicalismo cada vez mais violento e intolerante, o qual acabará por ditar o fim da hegemonia política, económica e militar que havia marcado a cidade durante o governo de Péricles. Será errado sustentar que a demagogia, na acepção mais pejorativa, representou o fim do sistema democrático, pois este continuou a existir durante cerca de mais um século, cedendo apenas à política imperialista de Filipe e Alexandre da Macedónia. Mas é também inegável que a ação desses mesmos demagogos abriu caminho a golpes oligárquicos e tirânicos, que lançaram Atenas na senda inelutável da decadência política.

A encerrar esta nota, valerá a pena recordar a forma como o autor da Constituição dos Atenienses, tratado aristotélico composto na segunda metade do séc. IV a.C. (mas não necessariamente por Aristóteles), regista as marcas dessa evolução política (28.1-3):
“Ora enquanto Péricles esteve à frente do dêmos, a situação política manteve-se num cenário favorável; após a sua morte, porém, ficou bastante pior. De fato e pela primeira vez, o dêmos escolheu para seu chefe alguém que não gozava de boa reputação entre as classes superiores, quando, até então, estas haviam estado sempre à frente da vontade popular. Assim acontecera, de fato, desde o início: Sólon havia sido o primeiro chefe do povo, Pisístrato o segundo — e ambos pertenciam ao grupo dos aristocratas e dos notáveis; com o derrube da tirania, foi a vez de Clístenes, da família dos Alcmeónidas, que não teve adversário à altura, depois do exílio de Iságoras e seus apoiantes. Em seguida, Xantipo foi o dirigente do dêmos e Milcíades o chefe dos aristocratas; depois vieram Temístocles e Aristides; a seguir a estes, Efialtes esteve à frente do dêmos e Címon, filho de Milcíades, chefiou a classe dos ricos; finalmente, coube a Péricles a liderança sobre o dêmos e a Tucídides, parente de Címon, a da outra fação. Com a morte de Péricles, o guia dos notáveis foi Nícias, que havia de perecer na Sicília, e coube a Cléon, filho de Cleéneto, a direcção do dêmos. Ao que parece, foi este, com as suas impulsividades, quem mais corrompeu o dêmos: foi o primeiro a gritar na tribuna, a usar termos insultuosos e a discursar com a roupa cingida, enquanto os outros se exprimiam com decoro.”

Delfim Leão - Materia publicada no blog Rerum Natura


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eleições 2010 - Faça a diferença

http://www.eleitoralbrasil.com.br/

Para denunciar primeiro é preciso conhecer. O Portal Eleitoral Brasil reune um conjunto de informações relevantes para uma fiscalização eficaz das eleições 2010.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Aparência e realidade

Nas organizações pressupomos como certas, coisas que numa observação mais profunda, se revelam cheias de aparentes contradições, que só o pensamento livre de sofisma nos permite diferenciar o que é "aparência" e "realidade", entre o que parece que as pessoas são e o que são.
Sabemos que uma gestão dita democrática é na sua essência autoritária, quando efetivamente as ações empregadas pelo gestor em momentos de pressão vem à tona. É a verdade que a pessoa não consegue mais omitir. São os sinais de sua essência.
Assim, torna-se evidente que o gestor real, não é o mesmo da imagem da aparência que foi repassada, o que levantam-se desde já duas questões muito difíceis; nomeadamente:
Haverá um gestor real?
Se sim, qual poderá ser?
A perspectiva de que há um gestor real, seja qual for a sua natureza é de importância vital, para que possamos ver e sentir a sua "aparência", enquanto sinal da "realidade" que está por detrás, que não aparece, e que quando aparece, nos revela surpresas positivas ou negativas.
Estamos iniciando uma nova campanha eleitoral, que irá definir os futuros gestores públicos de nosso país. Neste momento, onde se apresenta um portfólio de opções de escolha, uma correta leitura de sinas, é que permitirá uma escolha eficaz entre candidatos com propostas de aparência, e de realidade.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Esquerda versus esquerda


O presidente Lula disse, mais de uma vez, que um dos sinais do grande avanço político do Brasil nos últimos anos é o fato de que nas próximas eleições presidenciais só concorrerão candidatos de esquerda. Nesses termos, não haverá derrotados, pois ganhe quem ganhar todos estão do mesmo lado.
É só uma disputa de cargos, não de ideias. Mais espantoso que sua declaração foi o silêncio que a ela se seguiu. Um silêncio de consentimento ou temor, mas não de reflexão. A afirmação do presidente pode até expressar uma realidade partidária, mas está longe de assinalar uma realidade psicossocial efetiva.

Não é verdade que a sociedade brasileira seja, em seu conjunto, de esquerda. Basta lembrar a rejeição que provocou o recém-divulgado Programa Nacional de Direitos Humanos, confirmado em seus pontos essenciais pelo programa de governo de Dilma Roussef, que resume a agenda da esquerda.
Pesquisas recorrentes mostram que a maioria da população é conservadora. Reprova as invasões do MST, a remoção de símbolos religiosos de locais públicos, o casamento gay e a liberação do aborto, entre outros pontos dessa agenda, que não cabe aqui discutir.
O que importa é que, além de nenhum partido vocalizar essa rejeição, a população não a conecta à disputa política. A conduta situacionista só é criticada no quesito corrupção, que, embora tenha de fato superado o padrão clássico, já de si intolerável, não encontra muitos oposicionistas em condições de denunciá-lo com plena autoridade.
Acaba sendo uma disputa sobre quem pecou menos, e ninguém atira com convicção a primeira pedra. Também não é verdade que a sociedade brasileira seja de direita, até porque essa designação passou a ser utilizada não para identificar ideologicamente alguém, mas para ofender e excluir do jogo político, por desqualificação moral, os que ousam dissentir.
Ninguém, nem a maioria conservadora, quer ser chamado de direita. E o motivo é simples: associa-se à direita tudo o que de mais nefasto se produziu na humanidade nos últimos tempos, os regimes fascistas, nazistas, as ditaduras militares, os campos de concentração e a exploração dos pobres.
De fato, numerosos regimes, inclusive aqui, no Brasil, deixaram um legado de desolação em face dessa ideologia. Mas do lado socialista não foi menor. Ao contrário, bem maior. Somem-se os mortos da Rússia soviética – mais de 50 milhões – e os confronte com todos os regimes autoritários da América Latina noséculo XX (menos de 300 mil), e é possível dimensionar essa contabilidade macabra.
O regime militar brasileiro matou, segundo dados das próprias organizações que o denunciam, menos de 500 pessoas (o que não o absolve, claro) - e aprisionou 2 mil. Isso num universo de 100 milhões de habitantes (média da população no período), enquanto o regime cubano, com população média de 8 milhões neste mais de meio século de ditadura castrista, soma mais de 100 mil mortos.
Se algum matemático se dispuser a aplicar ao Brasil a proporção cubana, terá uma ideia da dimensão de ferocidade daquele regime, que, no entanto, é saudado como politicamente correto e defendido com ardor pela intelectualidade latino-americana.
O comunismo chinês matou 100 milhões, quase o dobro das duas guerras mundiais somadas (em torno de 60 milhões). E assim por diante. Os números são eloqüentes e devem ruborizar Hitler e seus sequazes. No entanto, é de bom tom proclamar-se de esquerda, mas de direita é fatal, ainda que os dois extremos se equivalham.
No Brasil, e na América Latina, essa falsa dicotomia se sustenta a partir de estratagemas que exploram a ignorância histórica da maioria da população. Quem não é de esquerda é de direita, como se entre um polo e outro nada houvesse, nenhuma alternativa civilizada de projeto político. À esquerda, são citados personagens queridos e admirados dos meios artístico e cultural; à direita, são lembrados os tiranosfascistas, ao lado de quem, óbvio, ninguém quer estar.
Isso cria um bloqueio mental, que expressa um patrulhamento ideológicosistemático, ao ponto de nenhum candidato a presidente ousar dizer que não é de esquerda, pelo temor de vir a ser associado à direita, mesmo ciente do artifício perverso que isso representa.
Nada empobrece mais o debate político que a falta de clareza e sinceridade de seus agentes, confinando-o a uma indigente gincana para saber quem rouba mais ou menos. Ideias, nem pensar.

Texto do Jornalsta Ruy Fabiano - retirado da Intenet

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Direito ao voto e democracia plena


GEORGE ORWELL
"É perfeitamente óbvio que a nossa conversa de “defesa da democracia” não tem sentido enquanto for um mero acidente de nascimento que decide se uma criança dotada terá ou não a educação que merece."
EU...
É perfeitamente óbvio que a nossa conversa de "democracia plena" não tem sentido enquanto for uma mera opção profissional que decide quem poderá ditar o futuro de uma organização, que tem sobre sua responsabilidade a proteção do regime democrático.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Modelos mentais que emperram o progresso de minha organização

Os modelos mentais decorrem basicamente da cultura da pessoa, e determinam a conduta. Qualquer atividade fora do modelo mental, da situação de conforto, irá provocar uma conduta de resistência à mudança. Esta conduta, enquanto mecanismo de defesa natural, pode ser mudada pelo aprendizado.

O aprender, e a capacidade de gerar novas idéias, quer seja pela intuição ou interpretação da realidade, possibilita a evolução das pessoas nos ambientes complexos da vida, na medida de sua individualidade e história. Assim, diante de uma mesma informação, pessoas pensam e refletem de forma diferente, de acordo com seus mapas mentais.

A evolução implica em transformação. As pessoas e as organizações possuem objetivos e metas, que geralmente são divergentes. A busca de resultados convergentes, passa a ser o grande desafio imposto aos gestores organizacionais.

A busca da inovação nas organizações vai de encontro à barreira do conservadorismo, que busca manter o “status quo”, ou seja, o ambiente de segurança das pessoas. Neste processo, as crenças e valores constituem uma ideologia, e barreira à mudança.

Nas organizações, a inércia, encontra na estrutura e nas relações de poder que se estabelecem, a sua causa fundamental. Quanto maior o corpo, e os interesses particulares envolvidos, maior será a quantidade de energia demandada para o agir. As condutas relacionadas ao “ego”, a “satisfação” e o “tempo” são amarras para ação que inova.

A primeira das amarras, o ego, utiliza a falácia da exceção, “nós não somos servidores públicos comuns, somos diferenciados, somos diferentes, nós atuamos na área fim, isto não se aplica a nós”. Para o ego, ele está sempre correto e os demais errados. E a inovação se não parte dele, geralmente não é aceita.

A segunda, a satisfação, geralmente está associada a um ganho, uma vantagem, para fazer, aquilo que deveria ser feito de forma natural. Somos eternos insatisfeitos. Qualquer vantagem adquirida é assimilada rapidamente e incorporada ao patrimônio pessoal, já a perda, por menor que seja é objeto de insatisfação, que segura as pessoas, e provoca a inércia.

A terceira, o tempo, associada à oportunidade. As pessoas precisam perceber que o que irão desenvolver não é perda de tempo, ou seja, as tarefas precisam ser percebidas pelas pessoas como sendo necessárias e úteis.

Romper a inércia nas organizações, passa a ser o maior desafio de um líder, que deverá propor mudanças com base nos valores da equipe, na medida em que não usa a força, mas usa a mente, para oferecer novas lentes, para as pessoas compartilharem estruturas integradoras.

Uma organização focada em resultados convergentes, precisa abolir modelos mentais que diferenciam, que criam castas, que estabeleçam vantagens diferenciadas e abrigam espaços para egos, externarem falácias, que no lugar de unir e promover o consenso organizacional, criam abismos de todos os tipos, sendo o principal deles o da participação democrática.

Mudar a minha organização passa necessariamente, pela adoção de um novo modelo mental de reflexão, que busque ampliar a consciência das pessoas e de inquirição, enquanto ato coletivo de compartilhamento de visões e conhecimentos.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Charlatanices, voto e o bolo do Rei


“Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte”. diz um ditado popular.


Se a cultura é uma alavanca de mudança, uma organização pública diferenciada, não poderia nos dias atuais, ainda acreditar no bom vendedor de óleo de cobra, que utilizando palavras melífluas, debitam as maiores inanidades, eficazes em convencer os mais incautos de que não só sabem do que estão a falar como têm razão no que dizem.

Na arte da charlatanice, os charlatães de hoje, disputam cargos eletivos, não mais vendendo óleo de cobra para curar todos os males, mas vendendo sonhos utópicos. O ingênuo, por sua vez entrega o voto, acreditando na lábia do interesseiro.

De posse do cargo público, o charlatão que não é tolo e domina a arte, do bolo de recursos públicos fica com a maior parte.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Liga da Justiça

Até os super-heróis descobriram que para enfrentar a criminalidade tinham que atuar de forma conjunta. Administradores, Contadores, Economistas, Médicos, Psicólogos, dentre outros cargos que integram a estrutura de pessoal do Poder Judiciário e do Ministério Público, precisam ser inseridos no processo democrático de escolha de seus dirigentes.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A Democracia ainda não é plena no MPSC

O Colégio de Procuradores de Justiça do Estado de Santa Catarina, aprovou o edital que deflagra eleição para formação de lista tríplice ao cargo de Procurador-Geral de Justiça. A eleição ocorrerá no dia 16 de março de 2009, das 9 às 18 horas. Poderão votar apenas os Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça, ficando as demais categorias profissionais que integram o Ministério Público de SC a margem do processo, por conta de uma legislação defasada e dissociada da atualidade.

Particularmente espero que entre os candidatos a Procurador-Geral de Justiça, surja alguém com a determinação de Péricles de Atenas, nascido por volta de 495 A.C., por muitos considerado como sendo o fundador da democracia, algo que não é totalmente exato. Na verdade, ele apenas modificou o sistema democrático existente, de uma "democracia limitada" para uma democracia onde todos os cidadãos podiam participar.

A pouco tempo os Promotores de Justiça podiam somente votar, mas não podiam concorrer ao cargo de Procurador-Geral de Justiça. A iniciativa (sonho) de um Promotor de Justiça, alterou a realidade e hoje o cargo de Procurador-Geral de Justiça é ocupado por um Promotor de Justiça.

O processo democrático de escolha da pessoa para ocupar o cargo de Procurador-Geral de Justiça, precisa ser aperfeiçoado, devendo ser considerado a possibilidade de duas modificações na legislação vigente. A primeira, retirar da lei a lista tríplice. O candidato mais votado passa a ser eleito diretamente. Hoje quem nomeia a pessoa para o cargo de Procurador-Geral de Justiça é o Governador, dentre os três candidatos que tiveram a maior votação. A segunda, incluir na lei a possibilidade de todos os membros da Instituição (todos os ocupantes de cargos e funções) o direito de votar e ser votado. Isto elimina o corporativismo e a democracia passa a ser plena dentro do Ministério Público de Santa Catarina.