Para Paulo Freire educar é construir, é libertar o homem do determinismo, e para isso, não existe um padrão ou uma receita única para se estruturar uma educação com qualidade. O conceito de qualidade é dinâmico, e sua reconstrução é constante.
Para falar em educação precisamos identificar os diferentes públicos:
1. Pré-escola;
2. Ensino Fundamental;
3. 2° Grau e/ou Profissionalizante;
4. Superior; e
5. Pós-Graduação.
Para cada público identificado, o produto que será fornecido deverá ter um escopo mínimo definido em lei, que contemple a visão, e permitido a cada escola, em razão das características locais, definir o conteúdo complementar. Se alfabetizar vai além de saber ler e escrever, precisamos colocar no escopo de sua definição os demais componentes que estão envolvidos. Não é possível avaliar o que não foi claramente definido.
Assim, no início de cada ano semestre ou ano letivo, a agenda do primeiro dia de aula deveria constar a seguinte pauta: apresentação da escola, sua posição no sistema de avaliação, apresentação dos professores e seus currículos, conteúdo das competências que serão repassadas, a forma de avaliação do aprendizado, a metodologia que será utilizada para o repasse do conhecimento, carga horária de cada disciplina, quadro de horário das disciplinas, informações adicionais sobre material didático e de apoio.
Estamos inseridos numa economia de escala, com um mercado crescendo que exige cada vez mais pessoas qualificadas. O ensino profissionalizante deveria ser uma exigência para todo o sistema de ensino do 2° Grau. O aprendizado prático é importante na medida em que prepara o aluno para o mercado e dá utilidade ao ensino teórico. Se a escola não tem recurso para montar um laboratório industrial, que estabeleça como foco do ensino profissionalizante a prestação de serviço.
O mercado é quem diz que profissional precisa. Não adianta as universidades formarem anualmente milhares de novos Bacharéis em Administração ou Direito, se não existir colocação para os mesmos. Para isso o sistema de ensino deverá possuir um sistema de informação que monitore as exigências atuais e futuras do mercado, de modo a proporcionar elementos informativos que auxilie os gestores da educação, a reestruturar os currículos e os próprios cursos.
Para isso, as escolas precisam aprender a se reinventar, de modo a proporcionar a transferência de conhecimentos atuais e úteis para aos alunos, contribuindo para a colocação dos mesmos no mercado. Quando o ensino profissionalizante faz parte do currículo escolar, a parceria com empresas poderá abrir a primeira chance via bolsa de estágio.
Definido o escopo do produto “Educação” que queremos entregar, existe a necessidade de identificar os componentes necessários para a produção do produto. Para alguns, o primeiro componente é a família, o segundo a escola, o terceiro o professor, o quarto a comunidade de relacionamento.
Hoje a família pode ser definida como um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. Na família é que surge a primeira oportunidade de construir, educar e libertar o ser humano. Esta jornada do aprendizado embora tendo um ponto de partida identificado não possui uma estação final definida para a chegada.
Para muitas famílias a escola passou a ser um segundo abrigo para os seus filhos. A educação em tempo integral no início do aprendizado, passou a ser uma exigência em razão da inserção da mulher no mercado de trabalho, que em muitos lares passou a ser a responsável pelo sustento de sua família.
As características sócio-culturais da comunidade onde está inserida a escola, devem fazer parte da definição do escopo da Educação, variando assim alguns componentes do escopo para cada comunidade. O entendimento da realidade onde o aluno está inserido é o primeiro passo para que possa compreender outras realidades.
A escola deve estar preparada para dar atendimento a educação especial, de forma a promover a integração dos diferentes públicos, Na escola é que se forma a primeira rede de relacionamento externa à família. Assim, neste ambiente, a prática da amizade, lealdade, fraternidade deve ser ressaltada, a competitividade, que é própria do mundo dos negócios, não deve ser estimulada no ambiente escolar.
A chavão “escola da vida”, serve para algumas coisas, principalmente no que se refere a aplicação da teoria frente a realidade, ela é que vai fazer o ajuste necessário. Nesta escola aprendemos que tudo está associado. Sendo que para toda ação existe uma reação com maior ou menor intensidade. Tudo que entra é igual ao que sai, assim, se entrar maior dedicação irá sair melhor qualidade de ensino, se entrar mais estudo, sairá melhores notas.
O crescimento intelectual do ser humano é proporcionado na maior parte do tempo dentro de salas de aula. Infelizmente, foram retiradas do currículo escolar, as disciplinas, de educação moral e cívica, de religião e de filosofia. O resultado é facilmente percebido na sociedade, onde constatamos a ausência de cordialidade entre as pessoas, respeito aos pais, falta de patriotismo, o gentilismo e uma massa de acéfalos.
Professor Mestre
Ele divide o seu tempo,
Caminha, despertando sabedoria,
é parceiro da alegria de tantos.
Abre portas de um novo amanhã,
Questiona a vida e desperta uma realidade.
Nas fórmulas, de raciocínios e regras.
Poesia de Marinês Bonacina
O professor é o terceiro componente necessário para produzir o produto Educação, sendo em algumas localidades do país, o único componente. Existem realidades onde o ensino é feito embaixo de uma árvore, e os traçados das letras são feitas no chão, e o professor é apenas aquele que sabe ler e escrever, muitas vezes sem a devida titulação.
Precisamos para cada disciplina descrita no escopo do produto Educação, identificar as competências necessárias para que o titular do cargo de professor possa repassar com qualidade o conteúdo para o aluno. Identificar também, com que regularidade os professores de cada disciplina precisam se aperfeiçoar, para que fiquem atualizados, em relação aos avanços proporcionados pelas tecnologias disponibilizadas, e pelas novas realidades sociais, econômicas e culturais locais e mundiais.
Precisamos corrigir com urgência uma realidade perversa. Quem merece a melhor remuneração, o Professor que forma o Juiz de Direito, o Promotor de Justiça, o Engenheiro, o Médico. A resposta pode ser os dois, em qualquer caso, existe a necessidade de devolver a qualidade de vida e o respeito devido aos nossos Mestres. Podemos começar fixando um salário digno.
O professor deve ter um limite de alunos para dar atenção e possuir uma rede eficiente de comunicação com os pais. Um repassa o conhecimento, o outro fiscaliza o filho no sentido de identificar se está conseguindo aprender. Um comunica o comportamento em sala de aula, o outro cobra atitudes corretas.
A tecnologia deve ser utilizada em sua totalidade, desde o monitoramento com câmeras, comunicação com vídeo, simulados, etc. Redes de relacionamento devem ser incentivadass, com a devida fiscalização. O controle é necessário em qualquer etapa de um processo produtivo, e educar os filhos é um processo com início, meio e fim.
O quarto componente do processo de Educação engloba as redes de relacionamentos que participam os filhos. A escola é uma delas, talvez a mais importante. Estas redes possuem comunicação e regras próprias que precisam ser identificadas pelos pais, para que possam interagir e manter uma comunicação eficaz com os filhos. Existem redes que ajudam o processo de educação, e outras que interferem. Descobrir os pontos fortes e fracos de cada uma é importante para se tirar proveito para a melhoria da qualidade da educação.
São vetores de desempenho do vetor qualidade da educação, por escola:
* Índice de analfabetismo;
* índice de qualidade da escola (percepção dos alunos);
* Índice de faltas na escola;
* índice de repetência;
* Índice de aprovação do ano ou semestre letivo;
* Índice de alunos que requerem educação especial;
* índice de alunos com ano ou semestre defasado;
* Índice de aprovação dos professores (percepção dos alunos);
* Índice de Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb);
* Índice de Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc);
* Índice de Avaliação do ENEN;
* Índice de alunos que recebem material didático do governo;
* Índice de alunos com bolsa de estudo;
* Índice de alunos que utilizam a merenda escolar.
* Índice de alunos que utilizam ônibus escolar;
* Índice de alunos que recebem uniforme escolar;
* Índice de alunos que pais recebem bolsa família;
* índice de alunos que os pais recebem outro tipo de ajuda do governo;
* Índice de alunos que possuem empréstimos para financiar a graduação.