Para a Dra. Edna
Paciência Vietta, o Homem tem a capacidade inata de procurar explicação de
fenômenos sobrenaturais e isso o difere dos animais. O Homem primitivo não
tinha como entender eventos mais complexos, como a erupção de um vulcão, um
eclipse, um raio, uma doença. O Homem moderno busca explicações, que lhe sejam
compreensíveis mesmo que a razão científica, ainda que provisória, não lhe
confira a certeza dos fatos. A prova da existência de Deus foi até bem
pouco tempo, assunto evitado no meio científico. Falar sobre a influência da Fé
e da Religião na saúde das pessoas era até então tabu no ambiente acadêmico, no
entanto, hoje, a ciência deixa de lado todos os preconceitos e torna o tema uma
exigência imprescindível na formação de profissionais da saúde e no
entendimento, cura e reabilitação do ser humano.
“Todo homem é um ser
religioso que tem dentro de si uma força que o impele para Deus”. Carl Gustav
Jung (1875-1961), renomado psiquiatra e psicólogo suíço se referiu a esse
desejo profundo de buscar e adorar uma força e um poder superior quando
escreveu em seu livro The Undiscovered Self’ (O Eu e o Inconsciente), que “essa
manifestação pode ser observada em toda a história da humanidade”.
Aléxis Carrel
(1873-1944), renomado cientista francês, prêmio Nobel de Medicina em 1912,
declarou magistralmente: “só a religião propõe solução completa para o problema
humano”. Entenda-se a religião não a crendice nem a superstição. A crendice
deturpa o conceito de religião e pode levar pessoas aos desequilíbrios
emocionais e a doenças.
Na busca da
demonstração do que está em cima é igual ao que está em baixo de Hermes
Trismegisto, aflorou a natureza política do homem, na medida em que Ele sempre está envolvido em alguma atividade relacionada a
outras pessoas, buscando a manutenção de seus direitos e deveres inalienáveis, promovendo
com isso uma vida de alegrias ou dissabores, realizações ou frustrações que são
frutos do reflexo do seu caráter, pensamentos e atitudes.
Portanto, quando uma
pessoa opta por um cargo político, deveria assemelhar-se a ao Bom Pastor, na
procura da solução completa do problema humano, saindo do campo da promessa
para o da ação que realiza, comprometida com a paz e a felicidade das pessoas a
quem representa.
O ponto convergente da religião
e da política é o ser humano. E ser humano é um vinculado da expressão “vida”.
Não pretendo aqui explorar a origem da vida, mas sim a condição de vida, quem
em tese é para ser vivida no paraíso, imagem comum nas religiões. Contudo, o
homem, e apenas o homem, consegue deturpar o que é simples e geralmente
expresso na natureza, a exemplo da liberdade e da paz.
O ser político deveria ter
o compromisso de mostrar que é capaz. Falar que é capaz é fácil, principalmente
no momento em que se pede o voto. Difícil é agir com clareza e de forma
comprometida. A história tem demonstrado, que não importa o regime político ou
a cor do partido, a condição de progresso de uma sociedade, está vinculada a
grandeza do caráter e sabedoria de quem está no comando de uma organização ou de
uma nação.
Hoje a sociedade dispõe
do Voto para escolher o seu representante junto ao Poder Legislativo e
Executivo. Este voto irá abrir a porta para o futuro de uma nação ou de uma
localidade. É importante neste momento de escolha, abstrair a ideologia
religiosa e a cor partidária, e focar na promessa, no compromisso e na palavra
empenhada do homem sério, honesto e justo. Devemos expurgar da vida política da
mesma forma como foram expulsos dos templos os falsários, os dissimulados e os corruptos,
sem compromisso com a ética e o bem comum.