domingo, 29 de junho de 2014

A desejada liberdade



Mesmo na democracia estamos submetidos a um conjunto de normas que devemos respeitar, independente de opiniões. Neste sentido a liberdade é um formalismo e a obediência um atributo.
Diferente da perda de liberdade criada pela rede de favores e dependência do mundo político, onde se perde privilégios econômicos e sociais obtidos pela servidão e alienação, o respeito às normas decorre de juízo moral, liberdade e honestidade.
Para este processo de aprendizagem, fica para reflexão o Poema de Rubens Alves.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

sábado, 28 de junho de 2014

Raposa matreira usa e abusa de falácias


Não sei se a comunicação social retrata a sociedade ou se é o retrato dela. Talvez as duas coisas. Mas, tendo em conta algumas coisas que vejo e leio, a dupla possibilidade inquieta-me, principalmente quando vejo raposa matreira divulgando falácias.
Estes discursos ligeiros, sintonizados e alheados do real, que têm sido acolhidos e corroborados na comunicação social, são um problema, pois são divulgados sem uma discussão, e como todos sabem, as falácias sempre possuem uma mensagem oculta, a generalização e afasta a atenção da realidade concreta

Em suma, gerando a confusão a raposa matreira possui uma estratégia que é muito usada por governantes, onde a verdade está longe de constituir o cerne das suas preocupações. E, por sabermos disso, precisamos reagir para que junto aos jornalistas, que ainda acreditamos terem um compromisso com a verdade, possamos criar mecanismos de responsabilização, pelos efeitos contrários a paz e ao progresso que geram.

O pedido de Heródias


Não importa a área de atuação, quem faz incomoda o estúpido, e a prática comum do incomodado se repete na história. O relato bíblico descreve   a decapitação de João Batista por Herodes (Mateus 14:1-12. Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9). No aniversário de Herodes, a filha de Heródias (Salomé) dançou perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que, bêbado, ele prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que deveria pedir, Heródias pediu que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão.
Na administração pública é comum esta prática, onde autoridades incompetentes ao se verem admoestado por boas práticas, optam pela negação e a eliminação do autor da mesma forma que Heródias.
E, com raras exceções, o pedido de corte de cabeça sempre irá encontrar um Herodes para atender o pedido.

domingo, 22 de junho de 2014

A alquimia atual e os 6 Vs


Todas as conquistas, não possuem garantia de eternidade. Se no passado os iluministas, racionalistas, humanistas, republicanos, e democratas, nos trouxeram a este momento da história humana, suportados pelas ferramentas da leitura e da escrita, que possibilitaram a sociedade adquirir cultura. Chegou um novo tempo, onde a ferramenta disponível é a informação mundial disponível em tempo real, que deverá dar ao homem, consciência, pelo pleno exercício da liberdade, sem qualquer doutrina ou cor partidária.
O novo Alquimista mundial será aquele que souber minerar o material mais precioso do momento atual, que é a informação. A nova Tábua Esmeraldina apresenta termos relacionados a Volume de dados gerados, a Velocidade com que estes dados são gerados a cada segundo, a Variedade que os dados são gerados, em razão das mídias existentes, a Veracidade dos dados, que implica em desconsiderar tudo que não é verdadeiro, o Valor que os dados gerados individualmente ou agrupados podem gerar, e a Vidência relacionada a capacidade dos dados projetarem o futuro de forma correta.




sábado, 21 de junho de 2014

Educação um problema nacional


O Brasil no 88 lugar, no ranking de Educação da UNESCO.
http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001871/187129por.pdf

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O erro bom


Para os pessimistas de plantão...
Tomo a liberdade de reproduzir abaixo um texto da autoria de Henrique Madeira, vice-reitor da Universidade de Coimbra, publicado na Newsletter desta universidade, relativa ao mês de Fevereiro, por incidir num tema que me é particularmente caro: o erro no desempenho humano.

"Nunca se falou tanto em inovar, arriscar, empreender. Mesmo verbos mais timoratos como reestruturar ou reformar são conjugados sem descanso por políticos, empresários, gestores, autarcas, comentadores encartados, cientistas, fazedores de opinião... Sempre com conotação positiva, sempre exigindo mais; mais inovação, mais reformas, mais empreendedorismo. Até mesmo o ingrato verbo arriscar surge na exaltação eufônica da inovação como um ato de arrojo, um rasgo de quem arrisca e... petisca.

Mas nunca se arriscou tão pouco... A mesma sociedade que glorifica o acto de inovar tolera mal os riscos da inovação. Fazer o que nunca ninguém fez, criar novos processos, melhorar técnicas existentes, procurar formas de valorizar o conhecimento criado, empreender, nunca é isento de erros. O erro é um elemento indissociável do processo criativo. Inovar é sempre um processo de observação e de correção de erros. “A verdade é um erro à espera de vez”.


Paradoxalmente, vivemos numa sociedade que tolera amiúde o erro quando este representa incumprimento de tarefas rotineiras, atrasos, incúria, desleixo, negligência, incompetência, má qualidade e até mesmo dolo. Mas somos severos com os erros de quem tenta inovar. As falhas de um novo sistema, os erros de um novo processo são criticados encarniçadamente e raramente são vistos como passos no caminho do progresso. Mata-se a inovação à nascença. Por vezes com deleite, sentados na confortável poltrona de quem não arrisca fazer nada de novo.



Dar licença para errar é condição essencial para a inovação e para o progresso. O erro bom, o erro que encerra toda uma lição, o erro que induz progresso, não pode ser confundido com o erro negligente. Uma Universidade tem de ser um espaço acolhedor para este erro bom. Os investigadores conhecem bem este erro e sabem do seu papel essencial na criação de conhecimento. Mas é importante que a licença para errar, para o exercício deste erro bom que sustenta a inovação, alastre a toda a Universidade e impregne toda a nossa oferta formativa. Só assim poderemos formar profissionais competentes e, simultaneamente, pessoas inovadoras e empreendedoras."

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma aposta para o futuro


Somos todos ignorantes, na medida em que a ignorância é a matéria-prima  do conhecimento, o vazio necessário para conter algo. Há em sua essência a promessa de lapidar a pedra bruta, que precisa ser desbastada separando a verdade do que se pensa que é a verdade, para não gerar uma falsa promessa de aprendizado, fonte da injustiça e, argamassa da estupidez.
Toda vez que o vazio da ignorância é completado pelo saber absoluto, que não consegue perceber que pode existir outra verdade, está se alimentando a estupidez. É comum pessoas ignorantes, manifestarem sua estupidez, diante de realidades, que são fatos concretos, teimando em manter um pensamento condicionado, que inibe ou não permite a criatividade e à consciência da individualidade do ato de pensar.
Aprender a se educar começa em aprender a ouvir a nossa consciência, parte sagrada de nossa essência. Essa ideia pode parecer irônica, mas nos permite compreender que a nossa ignorância não é composta apenas do que não se sabe, mas principalmente daquilo que se sabe equivocadamente.
Educar-se é uma aposta no futuro, diferente da escolaridade, na medida em que é mais abrangente, incluindo conceitos relacionados a ser honesto, ético, humilde ... e, que como um bom remédio, contribui com o efeito colateral de reduzir a estupidez humana.

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terça-feira, 3 de junho de 2014

Frase do dia



A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas deve ser vivida olhando-se para frente.
"Sören Kierkegaard"

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Brasil e a democracia "Fake"


Brincando com as palavras. Vamos misturar a expressão Fake ("falso" em inglês), um termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a identidade real de um usuário, e Democracia, palavra de origem grega “demos” que significa povo. Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
Agora adicionando o entendimento de José Saramago, sobre o assunto:
“... tudo se discute neste mundo, menos uma única coisa: não se discute a democracia. A democracia está aí como uma espécie de santa no altar, de quem já não se esperam milagres, mas que está aí como uma referência: a democracia! E não se repara que a democracia em que vivemos está sequestrada, condicionada, amputada, porque o poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política de tirar um governo de que não se gosta e por um outro de que talvez se venha a gostar. Nada mais. As grandes decisões são tomadas numa outra esfera e todos sabemos qual é: as grandes organizações financeiras internacionais, FMIs, a organização mundial do comércio, os bancos mundiais, a OCDE, tudo isso. Nenhuma dessas organizações é democrática e, portanto, como é que podemos continuar a falar de democracia pelo povo? Quem é que escolhe os representantes dos países nessas organizações? Os respectivos povos? Não! Onde está, então, a democracia?"

Olhando um pouco para o Brasil do simbolismo, com governantes investidos sob o manto da democracia, onde alguns, procuram nos fazer crer, que o caminho da nova democracia deve ser o da desordem, ou da ordem de movimentos sociais obsoletos, orientados pelo processo inverso da construção, onde se busca a destruição do patrimônio público, o saque de bens privados e invasões ajustadas, comandadas por líderes agora indicados.
Resta o nome democracia. O sentido, o significado da palavra, “o Verbo”, precisa ser resgatado, agora pelos muitos que já percebem a farsa, e o que está oculto nas ações ou omissões, de um único culpado. O que se cala!