Um novo golpe está sendo dado na
população brasileira. O Governo esgotou a sua capacidade financeira para
contrair novos empréstimos, e a saída fantástica criada pelo Ministro Henrique
de Campos Meirelles, foi a de meter a mão nas receitas de contribuição do
Orçamento da Seguridade Social, que anualmente precisam das autorizações do
Congresso Nacional, para realizar a Desvinculação das Receitas da União, hoje
limitadas a 20%.
A proposta de Reforma da Previdência
foi construída tendo com foco de discussão, a perda de direitos dos servidores
públicos, ficando a parte que interessa ao Banco Mundial para o financiamento da
dívida pública brasileira, em segundo plano e limitada a um artigo para não causar polêmica. E está dando certo, na medida em que a preocupação do cidadão é em relação a forma como as medidas propostas irão afetar diretamente a sua situação pessoal, sem se preocupar, com aquilo que interessa diretamente ao Governo, e que irá causar prejuízo extraordinário na esfera da seguridade social.
A tarefa para demonstrar a necessidade
da reforma da previdência é repassada para o Banco Mundial, que é o grande
interessado pelo fluxo de caixa adicional que ficará disponível. Só para
lembrar este banco é uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em
desenvolvimento, e que segundo informações publicadas na página oficial do
Banco Mundial, a estratégia (CPF) para o Brasil deverá cobrir um período de 6 anos
(anos-fiscais 2018 a 2023).
Lembrando: quem patrocina a
Reforma da Previdência é o Sr. Henrique de Campos Meirelles, executivo da área
financeira com sólida carreira internacional, e o atual Ministro da Fazenda do Brasil. Foi presidente internacional do BankBoston (principal
executivo) e ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB), cargo que ocupou de 2003 a 2011, durante o governo Lula. De 2012 a 2016,
foi presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos. É também membro do Conselho de Administração da Azul Linhas Aéreas Brasileiras. Agora o atual Ministro da Fazenda
do Governo Temer.
Tudo fica claro, quando as mídias
compradas do país passam a divulgar as análises do Banco Mundial sobre o as
diferenças de remuneração dos servidores públicos e os salários dos
profissionais da iniciativa privada, sem indicar que cargos ou funções estão
sendo comparados. Se referem a Elite do serviço público com desprezo, sem
indicar que estão falando de salários de Ministros, membros do Poder Judiciário,
do Ministério Público, Polícia Federal, Forças Armadas que recebem o teto do
subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Não indicam que Diretores
de Bancos Privados e Presidentes de Empresas privadas recebem anualmente até 10
vezes a remuneração da área pública.
Em relação ao servidor público
das esferas inferiores, o Relatório do Banco Mundial não menciona que as contribuições para a previdência dos servidores públicos são superiores aos da iniciativa privada e que estes não recebem o FGTS como
recebem os trabalhadores da área privada. Onde está a classe de beneficiados
dos servidores públicos. A resposta é simples, nos gabinetes de políticos,
ocupando cargos comissionados de livre exoneração. Não existe necessidade de
uma reforma da previdência para acabar com o que existe de exagero na área
pública, e sim apenas boa vontade de nossos representantes, nas três esferas de
Poder.
Assim, uma Reforma da Previdência séria, precisaria ser amplamente discutida, os dados financeiros e não financeiros relacionados ao incremento realizado de beneficiados e de valores, precisam ser justificados, e qualquer alteração proposta deve ser promovida para TODOS. Não é mais admissível se criar no Brasil uma nova segregação, agora entre Aposentados e Pensionistas.
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