Os problemas organizacionais que se colocam hoje, acabam por ser problemas mais de ordem ética do que de ordem técnica. Neste contexto, a dignidade e o próprio valor das pessoas ficam vinculados a resultados de mal-entendidos, que alimentam um eterno diálogo de surdos, que mantém o debate enterrado em atoleiros.
A situação piora um tanto mais quando o problema em questão passa para a esfera política ou religiosa, na medida em que as partes ignoram o livre arbítrio que possuem, para buscar a solução via transferência de responsabilidade, em uma nova esfera com ausência de delimitação de fronteira, onde se amplia a conotação das intrigas.
Assim, as decisões organizacionais acabam ocorrendo mais por estados mentais de causalidade do que pela abordagem racional dos acontecimentos reais, na mediada em que a narrativa quando abdica da verdade, passa a se desenvolver na perspectiva de terceira pessoa e não das partes interessadas.
E, como a ética não é um componente nato das pessoas, aqueles que não a possuem, acabam encontrando nas organizações, um campo fértil para plantar as sementes da discórdia, da intolerância, da irracionalidade, entre tantas outras já diagnosticadas na maioria das disfunções burocráticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário