sexta-feira, 30 de julho de 2010

O espetáculo das Ideias

A capacidade de criar é um processo lento, sendo necessário utilizar estratégias próprias para o tornar compreensível. As grandes ideias exigem disponibilidade de tempo, teimosia e o direito ao fracasso, isto é, à eventualidade de maus resultados que podem ser apenas o prefácio de grandes triunfos.
A primeira etapa deste processo acontece quando o intelecto humano descobre as faculdades da capacidade crítica de análise, a curiosidade que não respeita dogmas nem ministérios, o sentido de raciocínio lógico, a sensibilidade para apreciar as mais altas realizações do espírito humano,e a visão de conjunto, face ao panorama do saber.
A segunda etapa da criação de idéias é o de sobreviver com o propósito e o despropósito, que se infiltra insidiosamente no espírito dos burocratas e dos empresários da investigação que tudo corroem, como cancro incontrolável e sinistro, no desperdício e na aparente inutilidade que se nega a avaliar a qualidade da própria cultura em que está inserida a mentalidade dominante. A mediocridade traz a inveja, o rancor e a maledicência.
A qualidade no trabalho nas pessoas afasta a mesquinhez. Em vez de uma competição em que se procura denegrir a idéia, as pessoas devem cooperar na investigação e nas dinâmicas de afirmação. A outra dinâmica e outras possibilidades. Isto requer ideias largas, que a própria cooperação e os bons resultados, aparecendo, vão potenciar.
Um cidadão grego, conhecido por Tales (ou Tales de Mileto), que passou à história como primeiro filósofo ocidental, um dos “Sete Sábios” da Grécia Antiga. Passeava, com o seu discípulo Anaxímenes, ao longo da margem de um curso de água. Discutiam, entre outras coisas, a evolução da Natureza. Tales argumentava que o “elemento” água era o primaz de todas as coisas. Anaxímenes contrapunha que era o ar. Discutiam ideias, olhos argutamente atentos às transformações do Universo.
Sem medo de errar, o mundo em que vivemos, sem temer “fins de mundos”, nos leva através do intelecto humano, numa grande e gratificante viagem por mares ainda não navegados pela ciência, mas já relatado por viajantes mitológicos e religiosos, que perderam no tempo os mapas mentais originais.

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