terça-feira, 16 de janeiro de 2018

BIG DATA incorporado no nosso dia a dia

O que a CISCO fala sobre BIG DATA

A Reforma Previdenciária e seu legado


Quando se fala em reforma, seja em nossa casa ou mesmo em nosso ambiente de trabalho, imaginamos um benefício para todos os envolvidos. Em nossa casa as alterações são discutidas pelos pais, filhos e até com os netos, pois cada ambiente alterado certamente impactará na rotina e no bem-estar de cada um. Sempre, é lógico, dentro do limite financeiro possível. E como a dita reforma tem o objetivo de beneficiar a todos, nada mais justo que haja uma participação coletiva nesse processo. No mesmo sentido, quando é proposta uma reforma no ambiente de trabalho espera-se por obrigação a aprovação de todos, desde do sistema de produção até o atendimento ao cliente. 
Entretanto, quando se fala em reformas institucionais a força do mercado é que comanda o espetáculo. Discussão de propostas só entre eles mesmos. A única coisa que não querem é que o povo decida sobre o destino de seu país, aliás, de qualquer sistema de políticas públicas. Até porque o foco do poder não está na política, mas na economia e quem a comanda é o chamado complexo financeiro -empresarial. 
Na verdade esses “donos do poder” não querem um governo à toa. Querem, além do fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida e o possível alívio dos tributos para os milionários. 
Neste contexto a reforma da previdência tornou-se uma questão recorrente e, portanto, indispensável à salvação da pátria para eles, independentemente dos sacrifícios de outros, mesmo que sejam os segmentos de menor poder aquisitivo. 
A referida reforma torna-se um debate extremamente importante pois é vinculado ao maior programa de distribuição de renda; define-se estrategicamente sobre a natureza e o papel do Estado e às prioridades que determinam o uso dos recursos públicos; à valorização do serviço público prestado à sociedade; aspectos econômicos e demográficos que dizem respeito à capacidade e possibilidade laborativa, juntamente com a expectativa de vida do povo. 
Porém, vários pseudos, ditos estudiosos de previdência, de interesse dos mais diversos, certamente fomentado pelos recursos recebidos, dão-se ao luxo de preparar com grande ênfase, trabalho sobre a referida reforma, com objetivo de resolver definitivamente o problema, sem nenhuma participação dos verdadeiros interessados. Nada se fala sobre a receita. E, com base em pressupostos teóricos reducionistas, desenvolvem-se argumentos respaldados por organismos financeiros internacionais como o Banco Mundial. 
Interessante observar que desde 2011 o governo fez enormes desonerações, que beneficiaram setores da economia que nada produziram resultado para a sociedade e especificamente para os trabalhadores, ao contrário, somente em margem de lucro para os empresários. Cabe lembrar que em 2016, estas desonerações chegaram a R$ 271 bilhões, equivalente a 5% do PIB, sendo que 52% dessas renúncias foram de recursos da Seguridade Social, ou seja: R$ 142 bilhões sangrados do sistema. Soma-se a isso a (DRU) Desvinculação de Receitas da União, uma sangria de quase 80 bilhões por ano. Nada se fala em instrumento de combate à sonegação, que chega anualmente a quase 14% do PIB, e no aperfeiçoamento e agilidade nos débitos inscritos. E muito menos na rapidez que foi aprovado, pelos parlamentares e aprovado pelo executivo, a anistia concedida aos sonegadores, aliás anistia concedia a eles próprios. 
Para estes o objetivo é cortar gastos para dar uma satisfação ao mercado (dono do poder), que cobra o ajuste fiscal. Nada é dito sobre os gastos com juros e amortização da dívida, que alcançará em 2017 quase 50% do orçamento. 
Discussão sobre o patrimônio e renda, em que seriam tributadas as rendas das camadas de maior patrimônio e riqueza, como o Imposto sobre Grandes Fortunas, há anos em discussão no Congresso, é sempre matéria esquecida e deixada de lado. Aliás, desde da época de Salomé o país tem uma política tributária que penaliza o consumo e subtributa a renda e o patrimônio, o que torna o sistema tributário regressivo e recessivo, funcionando como trava ao crescimento econômico e à distribuição da renda. 
Assim, a defesa de interesse pela sociedade civil junto aos poderes constituídos e de interesse para a sociedade é um imperativo, tanto pela oferta de visões distintas sobre os temas em debate ou em formulação, quanto pela importância da participação dos segmentos afetado por essas políticas públicas, incluso nesse contexto a reforma da previdência.
Autor: Floriano José Martins Ex-Presidente da ACAFIP

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

REVOLUTION FOR THE OPERATORS OF THE LAW


O mundo das coisas inteligentes ainda não chegou aos operadores da Justiça, o que é lamentável, pois o modelo de negócio não precisa ser alterado, na medida em que as pessoas continuam querendo apenas “Justiça”. O que precisa ser alterado neste processo, é o “Novo Valor” da entrega da Justiça.
Os dados sobre as atuais entregas de Justiça, estão consolidadas no relatório “Quality of Government 2017”, da universidade de Gotemburgo, que coloca o Brasil na 76ª posição, num ranking de 100 países, ou seja, o Brasil continua sendo um país que a justiça é discriminatória, figurando entre os 25% piores.
Como resolver o paradoxo da “Justiça Eficaz”, sem reconstruir o Governo e a Democracia? Não resta mais dúvidas de que existe algo de podre no Estado. Ronald Reagam, em seu discurso de posse em 1981 já dizia: “O Governo não é a solução para o nosso problema; o Governo é o problema”. Da mesma forma a Democracia passiva, ou diálogos de mão única que a televisão degradou, estão com os dias contados. O cidadão empoderado quer a democracia que o Blockchain propicia, ou seja, sistemas de votação de ponta a ponta, e Blocos de eleitores neutros.
A proposição de um “Novo Valor” de entrega da Justiça, isenta, e não mais a de Roleta Russa, pautada, no humor, ideologia, apadrinhamento, interesse privado e de prazos infinitos de quem julga, com exceções é claro, está com os dias contados, pois o que se busca nesta nova proposta é a regra da “Isenção”; nesta nova proposição os atuais operadores da Justiça deverão ir para a retaguarda. O Justiça aqui e agora, passa pela comunicação on-line, Crowd-Jury, predição, e sabedoria da multidão.
Para reconstruir a confiança da sociedade nas instituições públicas, as autoridades devem se comportar com integridade onde você é o principal ator deste processo.

O desafio para a nova entrega de valor para a “Justiça”, deverá superar a distorção e a repressão dos velhos operadores do paradigma atual. Quem vai liderar este processo serão os ecossistemas de Blockchain.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O Brasil – A Reforma da Previdência – A Dívida Pública – E a população Enganada

Um novo golpe está sendo dado na população brasileira. O Governo esgotou a sua capacidade financeira para contrair novos empréstimos, e a saída fantástica criada pelo Ministro Henrique de Campos Meirelles, foi a de meter a mão nas receitas de contribuição do Orçamento da Seguridade Social, que anualmente precisam das autorizações do Congresso Nacional, para realizar a Desvinculação das Receitas da União, hoje limitadas a 20%.
A proposta de Reforma da Previdência foi construída tendo com foco de discussão, a perda de direitos dos servidores públicos, ficando a parte que interessa ao Banco Mundial para o financiamento da dívida pública brasileira, em segundo plano e limitada a um artigo para não causar polêmica. E está dando certo, na medida em que a preocupação do cidadão é em relação a forma como as medidas propostas irão afetar diretamente a sua situação pessoal, sem se preocupar, com aquilo que interessa diretamente ao Governo, e que irá causar prejuízo extraordinário na esfera da seguridade social.
A tarefa para demonstrar a necessidade da reforma da previdência é repassada para o Banco Mundial, que é o grande interessado pelo fluxo de caixa adicional que ficará disponível. Só para lembrar este banco é uma  instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em desenvolvimento, e que segundo informações publicadas na página oficial do Banco Mundial, a estratégia (CPF) para o Brasil deverá cobrir um período de 6 anos (anos-fiscais 2018 a 2023).
Lembrando: quem patrocina a Reforma da Previdência é o Sr. Henrique de Campos Meirelles, executivo da área financeira com sólida carreira internacional, e o atual Ministro da Fazenda do Brasil. Foi presidente internacional do BankBoston (principal executivo) e ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB), cargo que ocupou de 2003 a 2011, durante o governo Lula. De 2012 a 2016, foi presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos. É também membro do Conselho de Administração da Azul Linhas Aéreas Brasileiras. Agora o atual Ministro da Fazenda do Governo Temer.
Tudo fica claro, quando as mídias compradas do país passam a divulgar as análises do Banco Mundial sobre o as diferenças de remuneração dos servidores públicos e os salários dos profissionais da iniciativa privada, sem indicar que cargos ou funções estão sendo comparados. Se referem a Elite do serviço público com desprezo, sem indicar que estão falando de salários de Ministros, membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, Polícia Federal, Forças Armadas que recebem o teto do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Não indicam que Diretores de Bancos Privados e Presidentes de Empresas privadas recebem anualmente até 10 vezes a remuneração da área pública.
Em relação ao servidor público das esferas inferiores, o Relatório do Banco Mundial não menciona que as contribuições para a previdência dos servidores públicos são superiores aos da iniciativa privada e que estes não recebem o FGTS como recebem os trabalhadores da área privada. Onde está a classe de beneficiados dos servidores públicos. A resposta é simples, nos gabinetes de políticos, ocupando cargos comissionados de livre exoneração. Não existe necessidade de uma reforma da previdência para acabar com o que existe de exagero na área pública, e sim apenas boa vontade de nossos representantes, nas três esferas de Poder.

Assim, uma Reforma da Previdência séria, precisaria ser amplamente discutida, os dados financeiros e não financeiros relacionados ao incremento realizado de beneficiados e de valores, precisam ser justificados, e qualquer alteração proposta deve ser promovida para TODOS. Não é mais admissível se criar no Brasil uma nova segregação, agora entre Aposentados e Pensionistas.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

No Brasil as Taxas de Juros são definidas pelos Bancos

Para reflexão e irritação.....

Enquanto que nos países desenvolvidos as taxas de juros são instrumentos de políticas públicas, aqui no Brasil as taxas de Juros buscam apenas manter a lucratividade do setor bancário. A justificativa é que esta media serve como instrumento de controle da inflação.

Não precisa ser um PHD em matemática para entender que as equações de projeção das taxas de juros, visam  manter as taxas de juros atuais num intervalo de de variação de 7 a 14% ao ano, de modo a impedir que o Brasil nunca possa Praticar as taxas de Juros dos países desenvolvidas.


No gráfico a seguir é possível identificar que na União Européia e no Chile, as Taxas de Juros são negativas, e nos demais países em análise, as taxas de juros praticadas no decorrer do ano não chegam a 2% . Ou seja, o Governo destes países utilizam o capital para fomento da atividade econômica em benefício da população, diferente do que ocorre no Brasil, onde a atual postura do Governo repete de forma história, o benefício para  meia dúzia de Bancos, em detrimento a toda população.


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O Grande Assalto legalizado no Brasil



Que país é esse? De 2010 a 2017 foram programados no Orçamento da União, como estimativa de receita, valores relacionados ao refinanciamento da dívida no montante de R$ 5.930.998.049.512,00, ou seja, quase R$ 6 trilhões de reais.

E a loucura continua...

Foram programados nestes mesmos orçamentos, na esfera da despesa fixada, os valores de R$ 7.534.623.971.629,00, refente a parcela de amortização da dívida, e mais R$ 1.631.630.688.311,00 com pagamento de juros e encargos da dívida, totalizando no período o valor de R$ 9.166.254.659.940,00. Não estão lendo errado ... são R$ 9 trilhões de reais destinados ao pagamento da dívida pública.

Então... estamos diante de um uma grande falácia abrigada sobre o princípio da legalidade.

E,  fica  identificado  que o Brasil possui um único problema, que se chama Dívida Pública.  Também é possível compreender que o grande assalto aos cofres públicos ocorre paralelo as denúncias de corrupção, através de um processo com aparência de legalidade, onde Taxas de Juros impagáveis são fixadas para o Poder Público e para a População brasileira, criando uma espiral crescente de endividamento, que exige cada vez mais recursos públicos para alimentar essa pirâmide lucrativa de poucos.

Diante deste cenário, a bola da vez para financiar este esquema criminoso, são os recursos da previdência.

Agora fica o desafio... quem é o Chefe por trás destes chefes já denunciados?




quarta-feira, 30 de agosto de 2017

SPONGE: Para bom entendedor, meia palavra basta


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SPONGE: O barato sai caro.


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SPONGE: É dando que se recebe


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SPONGE: Diz-me com quem andas e eu te direi quem és

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SPONGE: De grão em grão, a galinha enche o papo

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SPONGE: Caiu na rede, é peixe

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SPONGE: As aparências enganam

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O que não é medido não é gerenciado

domingo, 25 de dezembro de 2016

Os Desafios para o primeiro ano de Gestão dos Novos Prefeitos


O ano de 2017 começa com uma grande oportunidade para a população brasileira, na medida em que no primeiro dia do ano, teremos novos gestores municipais, com desafios específicos para cada município, com particularidades relacionadas a população residente, renda, e opção econômica.
Os 3 (três) desafios para o primeiro ano de mandato compreendem:
1. Colocar as finanças da Prefeitura em ordem.
Em tese todos os prefeitos deveriam receber de seu antecessor um Laudo de Auditoria, informando que o Relatório de Gestão Fiscal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar 101/2000), que a Administração que sai, entrega as receitas e despesas do município em situação de conformidade prevista em lei, ou seja, receitas devidamente arrecadadas e despesas realizadas nos limites previstos na legislação vigente.
Quando está ação não ocorre, o Prefeito que assume, deve providenciar esta auditoria e encaminhar o resultado da mesma, para o Promotor de Justiça da Comarca que cuida da área da Moralidade Administrativa.
Este é o primeiro Ato de Transparência, que a população precisa tomar conhecimento, pois, dependendo da situação, poderá impactar na implementação dos projetos do Plano de Governo, que decidiram a eleição.
O passo seguinte é o de transformar o Plano de Governo (promessa feita à população) em ações concretas no Plano Plurianual e no Orçamento Anual, ajustados com a Agenda 2030 da ONU, observando sempre o limite das receitas estimadas para o período de 4 (quatro) anos e as regras previstas na LRF. Esta medida simples, é fundamental para o ajuste das despesas a capacidade de investimento, e manutenção dos serviços públicos necessários para a população.
2. Priorizar ações de Transparência.
Na economia a transparência do mercado é relacionada ao conhecimento sobre a oferta de bens e serviços negociados no mercado, incluindo as características intrínsecas desses bens ou serviços, disponibilidade, preço e localização.
No mundo empresarial, a transparência é definida como acessibilidade, pelos stakeholders, às informações institucionais referentes a assuntos que afetem seus interesses.
Na administração pública, a transparência é relacionada aos componentes da governança, relacionadas a códigos de conduta, relacionamento com stakeholders, custos e resultados produzidos para a população, em todos os níveis.
Através da transparência se abre a porta da participação popular, num primeiro momento como agentes de fiscalização, num segundo como fomentadores de prioridades, e no terceiro como partícipes dos resultados de uma gestão de sucesso.
3. Inovar.
Esse é o principal desafio. Não é mais admissível que a mediocridade de administrações anteriores, sejam reproduzidas. Os campos para a inovação são sem limites, e algumas podem ajudar no fluxo de caixa, e deixar a cidade mais limpa.
O meu exemplo atual para o primeiro ato de inovação é o de dar ação para o conceito de Sustentabilidade. Para isto, basta incorporar no modelo de Governança, a obrigação já prevista na Lei que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei, 12.305/2010).
O Inovar neste conteúdo, passa por uma nova abordagem em termos de operação, que a SPONGE de forma competente identifica como sendo: 1. Transformar o Catador de Lixo em Agente Ambiental; 2. Transformar os depósitos de Lixo em Pontos de Coleta com certificados ambientais; 3. Eliminar a prática de pagar pela coleta e aterro do Lixo Reciclável, pela destinação correta dos Resíduos Recicláveis em Pontos de Coleta sociais, que podem aferir receitas; 4.  Substituir a ausência de informação sobre os resíduos produzidos nas cidades, em Estatísticas confiáveis para a tomada de decisão.
Nesta nova abordagem, os conceitos de Gestão de Resíduos e Logística Reversa ganham importância e relevância para toda a população e segmento empresarial.
O Razão do número 3
Falar sobre o simbolismo mágico que envolve os números é um assunto tão fascinante quanto a eterna busca para explicações que decifrem a alma humana. Independente do tempo e do espaço, de religiões e conceitos, o ser humano sempre criou e procurou símbolos e códigos para decifrar a si mesmo.
E a simbologia dos números é um deles.
E o simbolismo do número três é um dos mais curiosos e complexos nas mais diversas culturas e seus simbolismos. O três significa “A Criação”, a natureza tríplice de Deus (criação – conservação – destruição). Neste momento de nossa história, como tudo é cíclico, sou forçado a acreditar que o ciclo da destruição foi realizado. Agora é o tempo da Criação.
Boa Sorte para os novos PREFEITOS, na realização da paz e no progresso dos homens em suas cidades.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Impunidade, cinismo e o mundo dos Políticos


Procurando na Wikipédia encontro uma justificativa pela qual, enquanto membro de uma sociedade de homens justos, tenho um olhar diferente do cínico em relação a impunidade. E, procurando nos conceitos, encontro a resposta.

Se a impunidade consiste na sensação compartilhada entre os membros de uma sociedade no sentido de que a punição de infratores é rara e/ou insuficiente.

E, que o nome "cínico" em grego antigo, significa  igual a um cão, E, a razão para isto decorre de quatro razões de por que os "cínicos" são assim chamados. Primeiro por causa da indiferença de seu modo de vida, pois fazem um culto à indiferença e, assim como os cães, comem e fazem amor em público, andam descalços e dormem em barris nas encruzilhadas. A segunda razão é que o cão é um animal sem pudor, e os cínicos fazem um culto á falta de pudor, não como sendo falta de modéstia, mas como sendo superior a ela. A terceira razão é que o cão é um bom guarda e eles guardam os princípios de sua filosofia. A quarta razão é que o cão é um animal exigente que pode distinguir entre os seus amigos e inimigos. Portanto, eles reconhecem como amigos aqueles que são adequados à filosofia, e os recebem gentilmente, enquanto os inaptos são afugentados por ele, como os cães fazem, ladrando contra eles.

Assim.... é fácil concluir que no dia a dia, 
Nossos políticos em sua grande maioria são cínicos, na mais pura versão grega.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O Banco Central do Brasil ajudou a quebrar o Brasil ao fixar Taxas de Juros impagáveis.


Todas as amarras para uma boa gestão pública no Brasil  já estão disciplinadas na Lei Complementar 101/2000 (LRF),

O Fato:

As finanças públicas do Governo Federal e de muitos Estados já eram deficitárias em 2014, e como sabemos agora, em razão de um processo eleitoral que precisava ser ganho a qualquer preço.

As faturas chegaram:

As primeiras já em 2014. Para poder fechar os compromissos não contingenciados do ano, muitos Estados apropriaram os recursos de seus Fundos de Previdência, para poder pagar as contas do ano. Assim, o que estamos vivenciando agora em termos de Reforma da Previdência, decorre em grande parte do uso indevido de verbas que deveriam garantir a  aposentadoria futura dos servidores públicos, e que foram usadas de forma indevida para corrigir irresponsabilidade fiscal de governantes improbos.

Em 2015, como o dever de casa de cuidar das finanças não foi feito, foi dado um segundo golpe. Governadores se apropriaram de recursos vinculados ao Fundo do Poder Judiciário para o pagamento de  precatórios (Recursos de pessoas físicas e jurídicas depositados em juízo), para o fechamento das contas do exercício.

Em 2016, Alguns Governos persistiram na esperando de um milagre que não veio,  e agora sem recursos financeiros de  novos fundo para meter a mão, buscaram na conta salários dos servidores públicos e na conta de prestadores de serviços para a sociedade o fluxo financeiro, para continuar provendo o pagando dos Encargos da Dívida Pública,  já que a amortização da dívida continua sendo na maioria das situações refinanciada todos os anos, com taxas de juros elevadas.

A Impunidade patrocinada pelos Órgãos de fiscalização

A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de da Improbidade Administrativa, detalham um série de tipos penais para tudo o que foi praticado pela ação ou omissão. O tempo passou... e a realidade está posta nas mídias.

Neste contexto, a PEC dos Gastos Públicos, é em última análise, um repetição de regras da LRF, não cumpridas, não punidas e que não ataca a causa do déficit das finanças públicas do país, que é, a meu juízo, relacionado ao ENDIVIDAMENTO PÚBLICO  E PRIVADO, decorrente das Taxas de Juros fixadas pelo Governo Federal, através do Banco Central do Brasil.









quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Aposentadoria Integral aos 65 anos só para quem começou a trabalhar com 16 anos


O Governo Federal precisa justificar para a sociedade brasileira, a razão pela qual fixou o período  de 49 anos de contribuição para a Aposentadoria Integral. 

A matemática é simples: 65 anos - 49 anos de Contribuição = 16 anos de idade.

Veja o que diz a legislação vigente:

Os artigos 402 ao 441 da CLT tratam do Trabalho do Menor, estabelecendo as normas a serem seguidas por ambos os sexos no desempenho do trabalho.
A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXXIII considera menor o trabalhador de 16 (dezesseis) a 18 (dezoito) anos de idade.

Assim, quem não começou a trabalhar com 16 anos , não terá direito a Aposentadoria Integra com 65 anos de idade. 

Duas perguntas para a mídia buscar a resposta: 1. Quais são as vagas de emprego que o mercado oferece para os nossos jovens de 16 anos? 2. Qual o número de vagas oferecidas proporcionalmente à população existente nesta idade?

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DIGA NÃO PARA REFORMA NA PREVIDÊNCIA X DIGA SIM PARA A REDUÇÃO DAS TAXAS DE JUROS

O Governo Federal ao encaminhar hoje para o Congresso Nacional o Projeto de Lei que altera as regras de aposentadoria  no Brasil, está resolvendo o problema de caixa para pagamento da Dívida Pública. O Orçamento de Seguridade Social da União é Superavitário.

Dados preliminares de 2016 do Ministério do Trabalho e Previdência Social

Na tabela acima é possível identificar que as Receitas Previdenciárias são maiores que as Despesas Previdenciárias, portanto não existe o déficit  que o Governo Federal alega. Para fabricar este déficit o Governo destaca apenas a Receita Previdenciária líquida, e deduz do  do Total das Despesas Previdenciárias.

Se o problema do Brasil não é de previdência, então onde reside o problema? No quadro abaixo é possível identificar que o problema do país é relacionado a Taxa de Juros, que provoca o endividamento público,  

Observem com cresce anualmente a participação percentual anual do pagamento dos serviços da dívida pública. 


A análise é simples, o que impõe uma solução também simples. EU DIGO NÃO PARA a REFORMA DA PREVIDÊNCIA .... e digo SIM PARA A REDUÇÃO IMEDIATA DAS TAXAS DE JUROS.

Estamos pagando uma dívida que não para de crescer .... e o motivo é óbvio. a receita não acompanha o crescimento das taxas anuais de juros praticadas, e o caos continua piorando. veja tabela abaixo:

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Educação escolar é um bem público ou privado?


Para começar nossa reflexão, fica a pergunta: a quem estamos dispostos a entregar a responsabilidade do ensino das nossas crianças e jovens?

É importante nos situarmos em relação ao diagnóstico realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou em 2016, um ranking mundial de qualidade de educação. Entre os 76 países avaliados, o Brasil ocupa a 60ª posição. A tragédia deste diagnóstico só encontra paralelo nos escândalos de corrupção da atividade política financeira do Estado brasileiro.

Como continuar entregado para o Estado a responsabilidade pelo ensino de nossos filhos? Eles já estão inseridos num mercado globalizado e competitivo, que exige um novo currículo dinâmico e diferente dos adotados pelas as escolas públicas, que continuam com grades curricular do século passado, repetidos como um mantra por professores que com raras exceções, são de formação ideológica contrária à do mercado, aliciados por uma ideologia utópico socialista, de um Estado que deve a tudo prover, sem que a origem dos recursos para a gastança fique identificada.

Para muitos a manipulação ideológica de crianças ainda não é vista como um crime, mesmo estando a educação, que consta na Constituição Federal como um direito fundamental, para formar livres pensadores, preparados para vida, com direito a empregabilidade, a possibilidade de estruturar o caráter com ética e a de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade livre, justa e fraterna num país em desenvolvimento social e econômico.


Neste contexto, existe um abismo a ser planado, entre a educação que nossas crianças deveriam receber e a que estão recebendo. Os vícios públicos em não prover demandas básicas, vão continuar abrindo portas e janelas para o mercado empreendedor realizar pontes de qualidade e competitividade que o Estado Brasileiro necessita, e que sua equipe gerencial ainda não percebe a importância de não atrapalhar, já que não consegue prover.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Logística Reversa e o Arco Iris


A logística tem por finalidade agregar valor ao processo operacional da organização como um todo, na medida que consegue incorporar elementos para a competitividade, principalmente em relação a custo, que afeta diretamente o resultado financeiro da empresa.

Sob o ponto de vista dos consumidores, o que mais agrada, ao adquirir produtos ou contratar serviços, além de não ter problema nenhum, é saber que estão consumido produtos que atendem a legislação e contribuem com o meio ambiente.

Contudo, reduzir custos e agradar o cliente ainda não gera para quem paga a conta a percepção de “Valor Agregado”. O Cliente hoje em dia procura o “algo a mais”, que extrapola os conceitos de “Venda”, “Pós-Venda” e “Produção Limpa”. A preocupação agora é com o descarte do produto ou embalagem do pós-consumo no meio ambiente de forma correta.

No Brasil, a Lei 12.305/2010 exige dos importadores, indústria, distribuidores, comércio, prestadores de serviço e do cidadão, de forma solidária, o caminho reverso dos produtos do pós-consumo, com descarte em Ponto de Coleta certificado, preparado para receber e dar o destino correto aos resíduos possíveis de serem reciclados.

Uma grande oportunidade foi criada para a área de logística, que passam a ter como nova atribuição, a “Gestão de Resíduos” e os “Inventários” exigidos pela legislação vigente, de forma transparente, e possível de auditoria, para que se possa com isso aferir a “Certificação de Ecoeficiência”, um novo rótulo ambiental, que deverá “Gerar de Valor” para o Cliente.

No mercado já é possível de se encontrar iniciativas inovadoras, a exemplo da empresa SPONGE (www.sponge.eco.br), que disponibiliza para muitos segmentos do mercado, uma plataforma web de Gestão de Resíduos e Certificação de Ecoeficiência de forma gratuita. Neste ambiente, todas as informações ficam disponíveis para o poder público fiscalizar, o que torna o cumprimento da lei transparente para todas as partes envolvidas.

A necessidade da logística reversa é uma nova exigência da sociedade, e o resultado para as organizações que estão incorporando esta nova prática,  representa  um “Pote de Ouro” na outra ponta do Arco Iris para o pós-consumo dos produtos comercializados.

Um convite para fazer o mundo um lugar melhor.



sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Um Problema de Consciência para os atos voluntários


O problema do lixo nas cidades decorre de um simples ato voluntário de dar o destino adequado para os resíduos gerados.
Como transformar um ato que transforma resíduo em lixo, em um ato que promova a reciclagem?
A única resposta é que passe a existir no cérebro das pessoas um mecanismo que cause esse ato voluntário. Esse mecanismo é a Vontade que surge pelo desejo impresso de quem ganha uma nova consciência, pela iluminação que o conhecimento proporciona para quem tem contato com as regras do mundo natural.
O desafio que se impõe reside em última análise, apenas na tomada de consciência. Pessoas conscientes sabem o que precisa ser feito, sem que regras precisem ser impressas.


Razão versus fé, uma dialética da idade média


Novo texto do Prof. Galopim de Carvalho pubicado no blog Rerun Natura: 

 Situada entre aproximadamente os séculos V e XV, a Idade Média foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural na Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos Beneditinos. Seguidores de São Bento de Núrcia (480-547), os monges desta comunidade cristã, iniciadores do movimento monacal, foram os herdeiros da cultura latina e os depositários do essencial do saber do mundo antigo. Estão entre eles os criadores do enciclopedismo, com destaque para Santo Isidoro de Sevilha (570-636) que nos deixou “Etymologiae sive origines”, publicado oito séculos depois, em 1483. Durante este período, o estudo e o ensino transitaram dos mosteiros e conventos para as chamadas escolas catedrais, criadas por toda a Europa, estas que, por seu turno, foram os embriões das universidades nos centros urbanos mais importantes (Salermo, Bolonha, Paris, Oxford, Montpelier, Arezzo, Salamanca, Pádua, Orleães, Roma, Siena, Lisboa, entre muitas outras), privilegiando o ensino de disciplinas como teologia, gramática, retórica, dialéctica (lógica), aritmética, geometria, astronomia, direito, medicina e música. 

 Com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, parte importante do conhecimento produzido e ensinado na Antiguidade sobreviveu graças às traduções que eruditos árabes e judeus fizeram das obras clássicas. Tal permitiu que a alquimia dos chineses, babilónios e egípcios e a filosofia dos gregos reaparecessem na Europa medieval. Foi o tempo da escolástica (do grego scolastikós, instruído), o método de pensamento dominante no ensino nas universidades medievais europeias. Entendida como uma via de harmonização da fé com a razão, a escolástica procurou conduzir o racionalismo e o empirismo filosófico de Aristóteles no interesse da teologia ou, numa outra versão, conciliar o pensamento do Filósofo com a doutrina da Igreja. As obras então publicadas nos campos da filosofia e da teologia revelam a redescoberta das ideias de Aristóteles como correntes do pensamento que conduziram à introdução da lógica no discurso, constituindo uma via interessada em abordar, de forma sistémica, a razão e a verdade da Fé. Na evolução do pensamento científico é necessário recordar o grande filósofo de origem árabe, Abu al-Walid Ibn Munhammad Ibn Ruchd (1126-1198), mais conhecido por Averróis (distorção latina do seu cognome árabe). Nascido em Córdova, na vizinha Espanha, então território muçulmano, é tido como o mais afamado pensador islâmico da Idade Média, viveu muito à frente do seu tempo, abrindo o caminho para o Renascimento e influenciando, significativamente, a filosofia europeia. Intelectual de grande eclectismo, Averróis foi médico, astrónomo, jurista e teólogo. Estudioso do direito canónico muçulmano, foi um dos maiores conhecedores e comentadores do pensamento de Aristóteles, tendo ficado conhecido na história da filosofia pelo cognome de “O Comentador”. Ao afirmar que, “com excepção do sobrenatural, o pensamento se deve sujeitar à força da razão”, este muçulmano ibérico, contemporâneo do nosso rei Afonso Henriques, Teve grande e decisiva influência na evolução da ciência, em geral. Seguidor do aristotelismo, na tradição árabe de recuperação da filosofia grega, Averróis soube fundi-lo com uma parcela de platonismo. Assim, afirmava que, “a par da verdade óbvia do dia-a-dia, observável e aceite pelo povo, e da verdade mística da Fé, defendida e propalada pelos teólogos, há a verdade científica, fruto da razão, podendo estar em desacordo umas com as outras”.

Num tempo em que a teologia dominava sobre a filosofia natural (ciências naturais), as suas ideias alastraram entre a comunidade de estudiosos cristãos da Universidade de Paris, criando uma corrente de pensamento científico puro e independente das crenças religiosas, oposto à envelhecida tese de Santo Agostinho (354-430), segundo a qual havia uma única verdade, a dos santos evangelhos. Para Averróis, uma dada afirmação pode ser filosoficamente (cientificamente) verdadeira e teologicamente falsa e vice-versa. Embora não tenha abordado temas directamente relacionados com as ciências da Terra, a intensa defesa que fez do pensamento científico e da sua independência relativamente aos dogmas da Igreja, deu sustentáculo ao avanço, tantas vezes difícil, levado a cabo, primeiro, por naturalistas e, mais tarde, por geólogos.

A Andaluzia era, então, um dos mais notáveis centros de sabedoria da humanidade. Muitos dos textos dos filósofos gregos salvos das bibliotecas de então foram aqui traduzidos, dando lugar um movimento intelectual notável que acabou por ser aniquilado pela reconquista cristã. Uma tal hegemonia intelectual determinou que, durante os últimos quatro séculos da Idade Média, o árabe foi a língua dominante na ciência embrionária no espaço europeu. Durante parte da sua vida, Averróis contou com a protecção dos califas locais, até que foi desterrado por Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur que, na mesma linha das hierarquias do catolicismo, considerou as suas opiniões desrespeitadoras e em desacordo com o Corão. Muito da sua obra acabou também por ser condenada pela Igreja Católica. Tomás de Aquino (1225-1274), que foi um seguidor de Aristóteles e de Averróis, opôs-se, no entanto ao naturalismo exclusivamente racional deste filósofo muçulmano. 

Visto como o mais ilustre professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, o filósofo e alquimista dominicano alemão Albrecht von Bollstädt (1206-1280), o Doctor Universalis, é conhecido entre nós por Alberto, o Grande ou Alberto Magno e, também, por Maître Aubert, ou simplesmente Maubert. Lembrado como o maior filósofo e teólogo cristão da Idade Média, Alberto Magno foi também figura de grande prestígio no mundo da ciência do seu tempo, em domínios mais tarde incluídos na química e na mineralogia, que realizou na sua qualidade de alquimista. Após concluir os seus estudos em Pádua e em Paris, Alberto optou pela vida religiosa, ingressando na Ordem de São Domingos, em 1223, tendo chegado à dignidade de Bispo de Regensburgo (Ratisbona).

Tendo estudado o pensamento de Aristóteles e de Averróis, produziu uma das mais importantes sínteses da cultura medieval e defendeu a coexistência pacífica da ciência e da religião, tendo sido o primeiro a aplicar as ideias do fundador do Liceu de Atenas no pensamento cristão. Mas não se limitou a repetir a obra do “Estagirita” (Aristóteles nasceu em Estagira, antiga cidade da Macedónia, na Grécia). Procurou recriá-la com a sua própria experiência e as suas observações. No propósito de subordinar o aristotelismo à fé cristã, o Papa Gregório IX incumbiu Alberto Magno dessa árdua tarefa. Em resultado do seu trabalho, a física e a metafísica, a lógica, a ética, a psicologia e a política de Aristóteles passaram a fazer parte da escolástica. 

Do outro lado do Canal, o franciscano Roger Bacon (1214-1294), filósofo e alquimista inglês, considerado o mais importante cientista da Idade Média, foi pioneiro na estruturação empirismo, termo aqui usado no sentido de método experimental, como forma de validação do conhecimento científico. O seu papel nas ciências da Terra decorre da sua visão sobre a ciência, em geral. O seu nome ficou ainda ligado à matemática (trabalhou na correcção do Calendário Juliano) e, principalmente, à óptica. Estudou em Oxford, tendo sido professor nesta Universidade, bem como na de Paris. Bacon viveu um período onde o influxo de textos dos filósofos gregos revolucionava a vida intelectual do ocidente europeu. Bastante influenciado por eles, foi um dos principais europeus do seu tempo a ensinar a filosofia de Aristóteles. Colocando ênfase considerável sobre os procedimentos empíricos ou experimentais, lutou contra as chamadas ideias inatas. Face a esta sua acção inovadora, ficou na história com o título de Doctor Mirabilis (Doutor Admirável, em latim). Propondo novas metodologias de investigação científica, colocou em causa os métodos de ensino praticados por franciscanos e dominicanos, o que o tornou impopular perante as autoridades eclesiásticas. Consciente de que a escolástica fora concebida como uma via para conciliar a razão com a fé, não deixou de salientar as virtudes desta disciplina medieval, mas apontou-lhe os vícios, em especial os que misturavam os dogmas da Igreja com a ciência, defendendo a separação entre a teologia e o saber científico, numa atitude coincidente com a de Averróis e de outros comentadores árabes de Aristóteles. Esta atitude de Bacon germinou mesmo no seio da Igreja e teve aí seguidores afirmando que a teologia não era uma ciência, uma vez que as suas deduções não assentam em dados concretos, observáveis e experimentáveis, mas em premissas sustentadas e, tantas vezes, impostas pela Fé. Na medida desta nova atitude perante o conhecimento científico, as ideias sobre a origem, a história e a natureza da Terra começam a apontar o caminho que as afastou das crenças ancestrais e as conduziu às preocupações, em primeiro lugar, dos naturalistas e, mais tarde, dos geólogos. Deve-se a Bacon a criação e divulgação do conceito de "leis da natureza", facto importante num período em que estavam ocorrendo modificações no pensamento filosófico, em geral, e na filosofia natural (história naturalRazã), em particular.

Restrições censórias e perseguições movidas pela Ordem Franciscana que, em 1272, proibiu a divulgação dos seus livros, afectaram uma parte importante da sua criatividade intelectual. Esta sua dissidência face à hierarquia e a sua actividade nas práticas alquímicas (entre outras, descobriu a combinação perfeita da pólvora) levaram-no à prisão por mais de uma década.

Contemporâneo de Bacon, o dominicano italiano Tomás de Aquino, distinto aluno de Alberto Magno e autor da influente obra Summa Theologica, ficou na história da filosofia e da teologia com o título de Doctor Communis ou Doctor Angelicus. Considerado um dos principais expoentes da escolástica, foi o criador do Tomismo, a doutrina adoptada oficialmente pela Igreja Católica que, sem deixar de valorizar o pensamento de Platão e o misticismo de Santo Agostinho, visou, sobretudo, integrar a filosofia aristotélica nos textos bíblicos, criando uma espécie de teologia científica.

Na Península Ibérica, ao tempo do rei de Castela e Leão, Afonso X (1221-1284), lembrado como o Sábio ou o Astrólogo, a corte deste monarca foi uma autêntica academia científica no espaço mediterrâneo, tendo marcado um período excepcional no culto da sabedoria, conhecido por “Renascença do século XIII”. Judeus, árabes e cristãos conviveram nesta corte em absoluta harmonia e respeito pela cultura e pela ciência. Este que também foi o imperador eleito do Sacro Império Romano-Germânico (mas que não exerceu esse cargo) realizou a primeira reforma ortográfica do castelhano, língua que adoptou oficialmente, em substituição do latim. 

Não irmanado com qualquer ordem religiosa, ao invés da grande maioria dos intelectuais da Idade Média ligados quer aos franciscanos, como Bacon, quer aos dominicanos, como Tomás de Aquino, o francês Jean Buridan (c.1300-1360), Reitor da Universidade de Paris, foi um clérigo e filósofo liberto das amarras impostas pela religião o que lhe permitiu o avanço em domínios da ciência que marcaram a sua obra. Como professor na mesma Universidade ao longo de uma vida, ensinou e escreveu sobre lógica, metafísica, ética, filosofia natural (história natural), numa metodologia e numa prática entendidas como seculares, isto é, distintas da teologia. Considerado o filósofo francês mais influente, no século XIV e nos dois ou três que se lhe seguiram, desenvolveu o conceito físico de impulso, dando, assim, o primeiro passo no sentido do moderno conceito de inércia, inexistente no pensamento de Aristóteles. Alvo de uma campanha encorajada por Roma e concretizada por partidários do franciscano e escolástico inglês, William Ockham (1285-1347), a obra escrita de Buridan foi proibida pela Igreja Católica e colocada no famigerado Index Librorum Prohibitorum, promulgado pelo Papa Paulo IV, em 1559, com uma versão revista e autorizada pelo Concílio de Trento, em 1563. 

 GALOPIM DE CARVALHO

Na imagem: Santo Agostinho

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Símbolos e seus significados nas organizações


Os símbolos podem ser construídos ou para os já existentes, dado um novo significado. No segundo caso, vai sempre existir uma uma mensagem original, gravada na imagem, que poderá ser interpretada por aqueles que sabem fazer a leitura correta do símbolo, o que não impede que cada um de nós interprete o símbolo como lhe aprouver.

A Cruz, símbolo sagrado do cristianismo, é encontrada nos antigos monumentos de Toth ou Ptá, Deus egípcio, que carregava em suas mãos uma cruz ansata, ou ankh, com um significado diferente do utilizado pelos cristãos.

Sobre a Cruz está a inscrição "INRI", para o Cristão significa, Iesus Nazarenus Rex Iudeorum (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus). Para os sábios da antiguidade a expressão guardava um dos maiores segredos da Natureza, o da regeneração universal, Igne Natura Renovatur Integra (a Natureza Inteira Renovada pelo fogo). Para os alquimistas era Igne Nitrum Roris Inventur (...).

O Monograma de Cristo, figura acima, foi adotado pelos cristãos, quando Constantino incorporou como sinal, a letra P(rô)+X(chi), que figurava no bastão de Osíris e no seu monograma (Museu Pio Cristiano, Vaticano, sem data).

O termo "símbolo" indica um sinal concreto ou uma figura que, na intenção do autor, remete a uma ideia ou realidade. A organização que adota um símbolo, deve divulgar através deste, uma mensagem ou ideia para o seu público alvo.

Qual a mensagem do símbolo da organização que você pertence?

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Um desafio racional para os novos Prefeitos



O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou no dia 12/09/2016, em sua página web, a estimativa da polução brasileira, na qual aponta que o Brasil tem 206.553.592 habitantes.

Considerando que cada brasileiro produziu em média 1,062 kg de resíduos sólidos por dia ou 387,63 kg de lixo per capita, ano. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2014, da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), podemos inferir na forma da tabela abaixo que neste ano de 2016 serão gerados 80.066.368.867 kg de lixo domiciliar, não estando contabilizados os resíduos de atividades industriais, comerciais e de prestadores de serviço, bem como o s resíduos do saneamento básico.


Embora as iniciativas de coleta seletiva tenham aumentado nos municípios brasileiros em 2010, esse número era de 57,6%, passando em 2014 para 65%, este incremento não tem refletido em um aumento dos índices de reciclagem, que permanecem próximos da estagnação desde 2009. Os índices de reciclagem disponível para alumínio e papel diminuíram entre 2009 e 2012 – último ano que teve os dados divulgados pela indústria – e aumentaram ligeiramente em relação ao plástico.

Em 2014, 1.559 municípios brasileiros ainda tinham lixões, o que mostra ainda que houve pouca evolução quanto à eliminação de lixões, forma irregular de descarte de lixo. Os dados foram obtidos por meio de uma pesquisa direta com 400 municípios que ao todo, possuem 91.764.305 habitantes.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes a 2012, apontam que só 3,1% do lixo gerado no país foi destinado à coleta seletiva e que 1,5% dos resíduos domiciliares e públicos foram recuperados.

Os dados publicados em reportagem da revista Veja de dezembro de 2010, apontam que apenas 15% do lixo domiciliar deveria ir para aterros sanitários. Em Florianópolis/SC, o município paga R$ 168 reais por tonelada destinada ao aterro sanitário.

Atribuindo um valor médio para os demais resíduos recicláveis que correspondem a 32%, do volume produzido, conforme detalhado na tabela acima, existe uma possibilidade para os gestores municipais de gerar uma receita adicional  decorrente da comercialização de recicláveis na ordem de R$ 29,6 milhões de reais, e uma economia decorrente do não envio destes recicláveis para o aterro sanitário no valor de R$ 7 milhões de reais. Este valor somado a possibilidade de receita representa R$ 36,6 milhões de reais/ano ou R$ 146,4 milhões de reais de recursos adicionais para a nova administração do município durante os 4 anos de mandato.

Buscar dinheiro nas ruas, e criar a economia circular do Lixo Zero, passa a ser uma nova obrigação relacionada a gestão de sustentabilidade e responsabilidade social, imposta para os novos prefeitos do pais, decorrente da lei 12.305/2010, vigente em todo o país desde 2014.