quarta-feira, 8 de abril de 2009

A hora de tirar o plano B da gaveta


“Você está demitido!”. Não, não é mais um episódio do “reality show” do publicitário e agora apresentador Roberto Justus. Esta foi a notícia que um grande amigo, executivo de uma importante multinacional, recebeu há pouco mais de duas semanas. Assim como ele, outros profissionais bem-sucedidos, com uma carreira em ascensão, estão sentindo o gosto amargo da crise que já provocou demissões em vários setores da economia.

O momento reflete bem a necessidade de se tirar o Plano B da gaveta. Você já tem um? Se ao longo da sua trajetória, altos e baixos fizeram parte da sua vida, é bem provável que exista alguma rota de fuga. Mas, infelizmente, isso não é a realidade para a maior parte daqueles que estão em postos de comando nas empresas.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Lens & Minarelli, no ano passado, revelou que 60% dos executivos ouvidos não tinham idéia de que rumos tomariam caso recebessem o “bilhete azul”. Ter uma carreira única pode ser visto como a fórmula ideal por muitos, mas as intempéries que fogem do nosso controle, a exemplo das crises que atingem as economias mundiais, mostram o quanto se está cada vez mais sensível a cortes.

Não podemos esquecer que após a intensificação dos processos de reengenharia, a partir da década de 90, a relação entre empregados e empregadores mudou. Acabou a era da “fidelidade” em que se aposentava nas companhias. Um estudo, da consultoria Booz-Allen, aponta que atualmente há três vezes mais risco de o principal executivo perder o emprego do que existia há dez anos.

Sem sombra de dúvida, ter um Plano B virou questão de sobrevivência, de visionários que entendem o quanto é fundamental traçar possibilidades e planejar o futuro. No entanto, alerto aqui para a importância de se construir uma atividade em paralelo ou um projeto de “backup” não só quando a maré é de turbulências.

O Plano B não deve ser apenas uma alternativa no momento em que tudo dá errado. Assim como não pode ser desculpa para o fracasso profissional. O Plano B precisa ser encarado como uma opção de vida que dará tranquilidade a cada tombo que surgir no meio do caminho. Por isso, prepare o terreno dia após dia e você verá que dificilmente será pego de surpresa se tiver que mudar de rumo quando menos se espera.

Aliás, só os desprevinidos sofrerão com o inesperado, até porque quem possui um Plano B já está preparado para o dia em que precisará sair de cena. Construir um Plano B vai dar a segurança necessária para seguir o caminho que você acha que é melhor. Seja investir em uma carreira solo, seja apostar naquele sonho de ser dono do próprio nariz.

Não é fácil manter várias atividades simultaneamente. Ainda mais quando somos vítimas da falta de tempo e da pressão que enfrentamos no dia a dia. E aí vão me perguntar: como me dedicar em criar um Plano B quando mal consigo dar conta do meu plano A? A resposta é simples. Nem sempre você precisa ter “carreiras” em paralelo e, sim, manter sempre em mente o que pode ser feito na hora do inesperado acontecer.

A vida não segue roteiros, mas para quem se planeja a rota seguirá seu curso desejado. Pode não ser exatamente do jeito que você idealizou, no entanto, não o deixará refém do destino. Lembre-se que se você não conduzir o barco da sua vida, ele vai fazê-lo por você. E o final pode não ser o desejado.

Aproveite a hora para traçar seu Plano B e impedir que sua vida um dia seja virada pelo avesso. Para tudo tem jeito. Não desanime! Ao final das contas, você é o CEO do seu destino.

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