quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Os mais desfavorecidos


Quem defende os mais desfavorecidos? Quais são as forças políticas, sindicais, religiosas e governamentais do mais desfavorecidos?
Parece que ninguém se sente em condições de ser seu porta-voz, na medida em que basta andar pelas cidades, e perceber o numero crescente de pedintes, sem tetos, e desempregados.

O que eles pensam ou querem? Quem resolveu ficar carente?



Na Wikipédia vamos encontrar que a pobreza pode ser entendida em vários sentidos, principalmente:

Carência material; tipicamente envolvendo as necessidades da vida cotidiana como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde. Pobreza neste sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais.
Falta de recursos econômicos; nomeadamente a carência de rendimento ou riqueza (não necessariamente apenas em termos monetários). As medições do nível económico são baseadas em níveis de suficiência de recursos ou em "rendimento relativo". A União Europeia, nomeadamente, identifica a pobreza em termos de "distância econômica" relativamente a 60% do rendimento mediano da sociedade.
Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação. As relações sociais são elementos chave para compreender a pobreza pelas organizações internacionais, as quais consideram o problema da pobreza para lá da economia.

Se no Estado não existem políticas públicas para evitar esse problema, e no reino de Deus ainda o corpo material não pode transitar, resta a questão primordial de entender o motivo do sofrimento imposto a uma parcela da raça humana.


sábado, 6 de agosto de 2011

A Honra da Instituição

As instituições têm a sua honra. Ou deviam ter. Uma instituição de serviço público, ou para o público, às vezes centenária, ou quase, ou mais que centenária, devia ter o seu código de honra.
Um princípio de ação. Digno. Um comportamento responsável. E por isso respeitável, ou seja, merecedor de respeito, e que por isso sentimos desejo e necessidade de respeitar. E um comportamento exemplar. Isto é, que todos podem e devem seguir, que é um modelo de ação e execução, que mostra, na prática, como as coisas se devem fazer, e que os seus modos e métodos são de fato para o bem de todos. E para si mesma, se as coisas forem entendidas como deve ser.
Uma instituição honrada honra-se e honra o público a que serve, e que, em última análise, a justifica. E torna-o mais educado e colaborante. Uma instituição que não se honra a si mesma não honra obviamente ninguém. Mas uma instituição destas, que não tem códigos de honra, é um inimigo público, e com tal devia ser tratada. Uma instituição honrada é uma força que apoia os cidadãos, na qual eles se sentem seguros; uma instituição que não preserva uma nobreza de procedimentos e de atitudes, todos desconfiam dela. E com razão. E na verdade torna-se inútil. Ou pior ainda, transforma-se num parasita.
Felizes os povos que respeitam e têm orgulho nas suas instituições. Felizes os povos que têm instituições em que podem confiar e em que se revêem. Ai dos povos que têm instituições de que desconfiam, porque têm motivos para isso, onde não se revêem, de que não se orgulham ou, pior ainda, que sentem muitas vezes como grupos de irresponsabilidade anônima e às vezes ilimitada.
Instituições financeiras, como algumas que provocaram imensos prejuízos aos portugueses, por ganância sem medida e ausência absoluta de honra de alguns dos seus responsáveis; autarquias que são agências de emprego para familiares e amigos, ou onde os funcionários, sem brio, se sentem donos dos lugares e trabalham o menos que podem; construtoras com equipas de advogados para, servindo-se dos buracos da lei, levarem as obras para o dobro do orçamentado, seguradoras que utilizam estratagemas para que as pessoas desistam dos seus direitos, e subtilezas legais miudinhas para fugir às suas obrigações, órgãos de comunicação social que deseducam sistematicamente criando notícias a partir de não-fatos, ou que escolhem um “inimigo” e o perseguem até à destruição, por motivos obscuros, ou mesmo sem motivos, clubes de futebol que criam empresas fictícias em paraísos fiscais para fugirem ao fisco, como ainda agora se viu, são instituições sem honra.
Os exemplos pouco dignos,abundam, infelizmente, entre nós. São instituições sem honra que a todos envergonham. Que se desonram e nos desonram a todos. São cancros sociais que nos desmotivam, deseducam e degradam.

Texto de João Boavida - bublicado no Blog Rerum Natura

terça-feira, 26 de julho de 2011

Atributos que faltam para muitos Gestores Públicos




Uma boa gestão das contas públicas e uma boa gestão macroeconômica não é uma questão de Esquerda ou de Direita. É uma questão de responsabilidade e de competência. Dois atributos necessários para governos efetivamente comprometidos com a sociedade.

sábado, 23 de julho de 2011

O Monstro


J.L. Pio de Abreu.

Os sábios economistas da Escola de Chicago criaram um monstro para levarem ao extremo o dogma capitalista: ‘O dinheiro produz dinheiro.’ Gurus da usura, doutores da soma e da subtração, mestres da compra e da venda, peritos dos jogos de percentagens, e com o pequeno vício das apostas, esqueceram-se que a riqueza se baseia na produção de bens e no trabalho que essa produção incorpora.

No passado, o monstro acompanhou as ditaduras do Chile e Argentina, países que devorou em benefício de Wall Street. Thatcher e Reagan, aproveitando o colapso da União Soviética, adoptaram e globalizaram o monstro, que promoveu de imediato as máfias russas. E, por todo o lado, ele nada fez pela produção de bens, mas apenas criou assimetrias: os ricos ficaram mais ricos à custa dos pobres, que ficaram cada vez mais pobres.

O monstro anda agora pela Europa, que antes lhe resistia. O projeto europeu, assente em negociações permanentes, nada tinha a ver com o liberalismo desenfreado. Mas alguns governos europeus chamaram o monstro para a sua companhia. Não chegaram a privatizar os Estados, mas despojaram-nos do poder monetário e mandaram-nos para as mãos dos mercados, ou seja, do monstro.

Descontrolado e cada vez mais voraz, o monstro começou a deglutir os Estados europeus. Se o deixarem, ele vai acabar por se devorar a si próprio. Os únicos que ficarão a rir são aqueles que o põem a funcionar. Já se devem ter munido dos bens suficientes para lhe sobreviverem."
- Retirado do Blog Rerum Natura

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Precisamos de uma nova concepção para a gestão da área pública




É necessário um amplo projeto de natureza cívica que mobilize todos os stakeholders em torno da percepção que é necessário reinventar o Estado, que há muito tempo teima em dar as mesmas respostas para questões que exigem outras soluções.

A aposta na estruturação técnica do Estado, como contraponto a estrutura política, é uma opção estratégica que pode provocar um verdadeiro Choque, capaz de produzir um novo paradigma na gestão dos recursos públicos, para a alavancagem de um novo paradigma de desenvolvimento social e econômico.

O Talento e a excelência neste modelo são fatores-chaves para garantir a produção do progresso e eliminar alguns dos entraves operacionais do Estado.

A atitude de perseguir objetivos com determinação, o resgate do valor necessário do trabalho para produzir resultados, de ir além do que é pedido, são comportamentos que devem estar à base de nossa estrutura organizacional, para que possamos comunicar ao cidadão uma explicação de forma simples, que permita o mesmo saber, do como fazer.

A dinâmica de renovação de um modelo para outro, se justifica pela performance muito abaixo da média do modelo atual, onde a opção política, geralmente trás para dentro das organizações públicas, o que de pior ela produz.

Garantir uma opção positiva do tecido gerencial do Estado, passa pela renovação do mesmo, na busca de uma cadeia de valor transformadora, caracterizada por inovação, talento, conhecimento e energia.

A mudança é fulcral para a agilidade estratégica, que o modelo atual burocrático não mais atende, pela simples aversão ao risco e a complexidade dos processos, aliados aos problemas orçamentários e financeiros.

As instituições do Estado devem clarificar seus negócios, saber quem responsabilizar pelos bons e maus resultados, e acima de tudo promover uma cultura orientada para o cliente, materializada na publicação periódica de indicadores.

O cidadão como acionista do Estado tem direito à informação, a um serviço público ágil e com qualidade, gerenciado por servidores públicos éticos, através de uma gestão responsável e responsabilizável.

sábado, 2 de julho de 2011

Uma ponte para o Respeito

A China inaugurou no dia 30/6 a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 42 quilômetros, na cidade litorânea de Qingdao. A construção, que teve investimento de US$ 2,3 bilhões e levou quatro anos para ser construída. Está notícia nos faz refletir no mínimo sobre três questões fundamentais relacionadas com o progresso do Brasil:

1. Quando iremos ter custos de obras públicas honestos?


2. Quando um cronograma de obras públicas será cumprido integralmente?


3. Quando teremos governantes compromissados com o desenvolvimento da sociedade?



Talvez a resposta para as três questões envolva a palavra RESPEITO.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Investigação: A Construção do Saber



O sociólogo António Barreto elencou numa página do jornal “Público”, para melhor as sujeitar a exame, algumas ideias feitas sobre o ensino em Portugal. Uma delas é que “a universidade existe para ensinar”. Logo um professor do ensino secundário lhe saiu ao caminho, admiradíssimo, interrogando-se e interrogando-nos: “Mas para que mais é que pode servir?”

A culpa da ignorância do professor poderá não ser só dele. Será obviamente também da universidade onde deve ter andado pelo menos quatro anos, tempo esse que, pelos vistos, não foi suficiente para ter reparado na primeira função dessa escola superior. Podia ao menos ter lido os livros do autor que pretendia contradizer, para melhor preparar a sua crítica. Se o tivesse feito, teria reparado que António Barreto, no seu livro “Os Silêncios do Regime”, saído em 1992 na Editorial Estampa, fazia a necessária pedagogia:

“As Universidades portuguesas sempre fizeram sobressair, entre todas, a função primordial do ensino. Isto, em detrimento do que deveria ser o seu principal objectivo: o conhecimento. Ou, noutras palavras, a aquisição, o desenvolvimento, a crítica e a renovação do conhecimento. (...) Consagrado o primado do ensino, termos como ‘cientista’ ou ‘investigador’ têm pouco uso nas nossas escola, ao contrário de ‘docente’ na sua mais redutora visão.”

Um outro autor, o matemático João Queiró (in “A Universidade Portuguesa – Uma Reflexão”, Gradiva, 1995) disse o mesmo por outras palavras:

“A universidade é um sítio onde se estuda. Não é um sítio onde se ensina, muito menos um sítio onde se avalia, muito menos ainda um sítio onde se passam diplomas.”

Essa função primordial da universidade não é nova. Foi enunciada pelo alemão Alexander von Humboldt no século XIX: a universidade serve, em primeiro lugar, para investigar, serve para disseminar cultura e serve, ainda, para ensinar. Esta missão plural da universidade contrasta com a função exclusiva de formação profissional, que prevaleceu na Idade Média quando as faculdades principais eram Teologia, Cânones (Direito Canónico), Leis e Medicina. Modernamente acrescenta-se à trilogia de Humboldt a prestação de serviços à comunidade, a qual nem sempre se faz sem prejuízo da criação de saber ou da difusão de cultura.

Numa universidade que se preze, em primeiro lugar cria-se, constrói-se saber. Se assim não fosse, o ensino aí professado depressa se tornaria anquilosado. Ensinar-se-iam repetida e acriticamente as mesmas matérias... Uma universidade em que só se ensine devia antes ser chamada liceu superior. O crítico de Barreto deve ter andado num liceu superior, mero retransmissor de conhecimentos, formador (formador? talvez melhor informador) de pessoas que poucas possibilidades terão de criar conhecimento novo e original.

A investigação consiste precisamente na construção de novo saber. Poder-se-ia fazer um inquérito sociológico e perguntar à população nacional o que é investigar. Para alguns, as que só andaram num liceu ou num liceu superior, investigar talvez seja sinónimo de ler. De facto, quem investiga lê muito. Mas ler não é sinónimo de investigar (está equivocado aquele professor universitário que afirmou que investigava, sim senhor, pois até preparava as suas aulas). Talvez outros associem a investigação à pesquisa criminal. Com efeito, um agente da Polícia Judiciária é vulgarmente conhecido por investigador. Talvez esta acepção esteja mais próxima da verdadeira do que a anterior. Sherlock Holmes, ao descobrir o autor de um crime, está afinal a fazer algo parecido com o que faz um investigador científico.

Qual é então uma boa definição de investigação? Investigar é realizar uma “pesquisa crítica e sistemática, com base por exemplo na experimentação, que se destina a rever conclusões aceites à luz de factos novos.” Repita-se para esclarecimento dos que pensam que investigar é simplesmente ler o que alguém escreveu: “Rever conclusões aceites à luz de factos novos”.

É evidente que investigar não é tarefa fácil. Se o fosse, o número de investigadores seria muito maior. Conforme notou Henry Rosovsky, professor de economia que foi “dean” da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Harvard, em Boston, e escreveu o interessante livro sobre a missão das universidades “University: An Owner’s Manual” (vem lá a definição anterior de investigação), mesmo nos Estados Unidos, que tem as melhores universidades do mundo (como precisamente a de Harvard), poucos professores universitários são investigadores. Nas chamadas “research universities”, todos os professores são investigadores, sendo escolhidos justamente pelo seu currículo de investigação. Mas, em muitos “community colleges”, que são a maior parte das escolas superiores, os docentes são pessoas que pouca ou nenhuma ideia terão sobre o que é a investigação. Em Portugal não há ainda bons “rankings” de universidades, mas, quando os houver, semelhante destrinça será decerto feita.

Há quem diga que não se pode fazer tudo bem ao mesmo tempo. Um bom investigador não pode ser um bom professor. E um bom professor não pode ser um bom investigador. Se há tempo para uma coisa não haverá para a outra. Rosovsky pergunta então quais poderão ser as motivações para um aluno ingressar numa “research university”, isto é uma verdadeira universidade, em vez de ir para um “university college”. E dá a resposta, enumerando três ordens de razões.

1) Um professor que também constrói o conhecimento é um otimista. Ele acredita que é possível saber e faz por isso. É uma pessoa curiosa a respeito do mundo e, portanto, necessariamente mais interessante aos olhos dos seus alunos. Na peça “Jacques Le Fataliste”, que Dennis Diderot escreveu e que Milan Kundera reescreveu, um pessimista afirma repetidamente que “está tudo escrito lá em cima”. Ora bem, para um investigador, não está tudo escrito lá em cima: pelo contrário, pode escrever-se cá em baixo e ele escreve...

2) Um professor em exclusivo, uma vez atingido o topo da carreira, tende a “enferrujar” se for repetindo as mesmas matérias. Mas o mesmo não se passa com um investigador activo, que tem sempre problemas novos em que pensar, locais novos onde ir e pessoas interessantes para conhecer. Escreve artigos e frequenta congressos, evitando o tédio. O romancista inglês David Lodge diz justamente que as três tecnologias que mudaram a universidade foram a fotocopiadora, o telefone e... o avião a jato.

3) Embora seja difícil medir a produtividade pedagógica (pode tentar medir-se a qualidade da docência analisando inquéritos dos alunos, mas este processo não deixa de ser falível), é relativamente fácil medir a produtividade científica: basta atentar no número de “papers” aceites, no número de citações que tiveram, no impacto das revistas que os publicaram, etc. É menos provável cometer um erro ao contratar um professor universitário atendendo apenas ao seu currículo científico do que atendendo apenas ao seu currículo pedagógico. Claro que a investigação é hoje uma actividade onde nem sempre se respeitam regras (o pacato Dr. Arrowsmith, do livro de Sinclair Lewis, não se compara aos cientistas em tremenda competição de “A Dupla Hélice”, o livro auto-biográfico de James Watson), mas, apesar de tudo, uma avaliação científica é bem mais justa do que uma avaliação pedagógica.

Em resumo: conhecer é uma obrigação essencial da universidade moderna.

Texto Posted by Carlos Fiolhais no Blog Rerun Natura

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estratégia & BSC

A Gestão Estratégica é uma área do conhecimento, relativamente nova no mundo administrativo. No entanto Sum Tzu, contemporâneo de Confuncio, viveu por volta do ano 400 a.C. é autor do mais antigo tratado militar, intitulado “A Arte da Guerra”, uma compilação de seu pensamento de como elaborar uma estratégia para obter sucesso na guerra.


Hoje todo empresário reconhece que a estratégia é uma questão de vital importância, pois é ela que possibilita a sobrevivência ou ruína de um negócio. Peter Drucker, o Guru da Administração, estimula os executivos a refletirem criticamente sobre o pensamento estratégico e o significado da estratégia, e alinha a estratégia com o negócio da empresa, e coloca o cliente como o destinatário das estratégias desenvolvidas.
A estratégia exige que se saiba qual é o nosso negócio, e o que ele deveria ser. Quem define o negócio é o Cliente, em conseqüência, o cliente deve estar colocado no centro da atividade da organização.
Mas o que é uma estratégia? A resposta é complexa, pois engloba tudo aquilo que gera valor para o cliente. Assim, uma organização será mais ou menos competitiva, em relação ao valor gerado (execução) a seus clientes.
Mas que valores são estes? Quem deu a resposta foi Robert Kaplan e David Norton, que forneceram um novo referencial teórico, estabelecendo uma relação entre ativos tangíveis e intangíveis, em atividades criadoras de valor, que devem ser constantemente monitorados.
Este monitoramento é realizado de acordo com a metodologia do Balanced Scorecar, em quatro perspectivas diferentes, que traduzem os objetivos e medidas reflitam o alcance da visão e da missão da organização.
As quatro perspectivas são: Financeira, do Cliente, dos Processos Internos, e da Aprendizado e Crescimento.

sábado, 4 de junho de 2011

Adestrando o talento




Cercada por um conteúdo aparentemente mágico, a criatividade é um elemento concreto nas empresas bem-sucedidas. As idéias inovadoras surgem de ambientes favoráveis, onde o risco de ousar não é obstáculo para apostar em novos negócios.


Washington Olivetto, chairman da agência WMcCann e o publicitário responsável por algumas das campanhas mais marcantes da propaganda, deu, em entrevista ao jornal Diário Catarinense, de Floripa (SC), algumas dicas para inspirar a criatividade em quem busca a renovação profissional.


Cobra-se muito criatividade e inovação dos profissionais modernos. Por quê?
Existe um estudo que conclui que, de cada prédio espetacular construído no mundo, são construídos outros 10 mil com investimentos similares que passam despercebidos por não serem criativos, diferentes, talentosos. A criatividade é um elemento fundamental para você construir as novas realidades.
O processo criativo tem mais a ver com inspiração ou com transpiração?
A primeira coisa é você ter muita informação sobre o que vai comunicar. Você soma essas informações, dados quase técnicos, com o talento e com o intuitivo. Não basta ter talento, é preciso adestrá-lo.
Todos podem desenvolver a criatividade?
Algumas pessoas têm em maior quantidade, mas todos podem desenvolver um pouco.
De que forma as pessoas podem estimular a criatividade?
Uma grande ferramenta para isso é não ter preconceito com a informação, adquirir todo e qualquer tipo de informação em todas as áreas e não só na área em que você trabalha. São componentes fundamentais para desenvolver a criatividade.
Na sua agência, por exemplo, como funciona esse processo?
A gente procura adequar a agência. Apesar de ela ter uma disciplina de uma grande empresa, a gente procurar observar características individuais de cada profissional e respeitar de que maneira esse profissional trabalha melhor.
Isso é percebido pelos gestores ou o próprio colaborador deve negociar com o chefe?
Isso é uma coisa dos gestores conversada com as pessoas. Eu te diria que no mundo de hoje, os diretores de RH têm de ser diretores de “atmosfera”, e não de RH.
Freio para boas ideias
Ambiente fechado
– O estímulo à criatividade depende de um conjunto de variáveis nos quais a pessoa está envolvida. Se a empresa não oferece abertura ao funcionário, ele tende a se inibir para expor novas ideias.
Generalizar potenciais – A liderança que não sabe identificar o potencial de cada um dificilmente estimula a criatividade. O profissional criativo tende a ter um perfil diferenciado, menos obediente, com a autoestima elevada.
Não permitir indagações - Não permitir indagações pode levar a empresa a ficar em um sistema equivocado por anos.
Ficar preso a um segmento - A criatividade passa pelo conhecimento de diversas áreas. Ficar fechado em um ramo tende a deixar a empresa viciada em um processo único, sem enxergar possibilidades de inovação.
Estímulo para boas ideias
Ambiente favorável - Criar um ambiente de trabalho mais flexível, menos autoritário, no qual os funcionários se sintam à vontade para sugerir ideias ou mudanças.
Tolerar erros - Ousar é correr riscos, o que inclui sucesso ou fracasso. Dos erros, surge o aprendizado e até mesmo soluções para algo nem sequer pensado.
Desprender-se do próprio negócio - Quando uma empresa se torna altamente especializada em determinado ramo, acaba criando barreiras para inovar. Enxergar experiências em outras áreas é fundamental para estimular a criatividade.
Enxergar novos mercados - Uma ideia não precisa ser nova para ser inovadora. Ao identificar mudanças no comportamento social e investir em soluções diferentes, a empresa pode alcançar um modelo de negócios de sucesso.



(DC, 19/5-2011)



Retirado do blog Estratégia & Estrutura

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Planejamento e a Imaginação



Existe uma citação que não pode ser esquecida: “O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes.” (Peter Drucker)
Ao longo da nossa vida costumamos construir planos para o futuro, com metas, prazos e objetivos que pretendemos um dia atingir, que se concretizam ou não em razão do esforço da conquista. O esforço neste caso deve ser compreendido como o resultado do trabalho.
O processo de construção de um plano passa sempre pela imaginação, que deve estar limitada pela demanda da verdade do nosso conhecimento do mundo, o que permitirá que o imaginado seja concretizado, e não fique apenas na imaginação em demanda da beleza, sem limites da realidade.
Porquê a verdade? Porquê a beleza? ? Porquê a força realizadora? Porque são luzes que podem nos guiar. Albert Einstein, um ano antes de morrer, disse: “Os ideais que iluminaram o meu caminho foram a bondade, a beleza e a verdade.”

domingo, 8 de maio de 2011

Consciência, Ação Política e Democracia



A palavra democracia não é suficiente para garantir que uma sociedade seja justa, na medida em que a democracia é apenas um valor político, que não impede o cidadão de se afastar dos seus comportamentos mais virtuosos.
A democracia falha quando não toma consciência de que os interesses políticos, presentes no homem político, nem sempre são os mesmos dos eleitores, que em sua maioria, cegos de consciência, já não compreendem que o bom é mau.
Quando a democracia raciocina desta maneira, o que se percebe é que a consciência política tem apenas o compromisso de evitar que o regime democrático não seja o pior e não o melhor.
A democracia cometeu erros no passado, quando defendia a idéia de que as mulheres não deveriam ter os mesmos direitos e oportunidades dos homens, e de que os índios e os negros não tinham alma, e cria novos erros hoje, quando permite que corruptos eleitos por populações cegas, continuem a preservar ambiente de caos, necessários ao fomento das ações escusas e de negociações particulares com recursos públicos.
E no resgate do que é justo, fica claro, que o comportamento virtuoso do homem é que possibilita o melhor e o pior para o sistema democrático, sendo a ação política, por consequência, o resultado do que existe de melhor ou de pior no político escolhido.
A lógica simples é que o Estado não pode tudo, na medida em que as pessoas possuem o livre arbítrio em sua capacidade de decisão, e a tentativa de intervir na vida do cidadão, quando não consentida, caracteriza medida arbitrária de noção de bem, e imprópria para o regime democrático.
Resta assim, nas entrelinhas da democracia, as disfunções da burocracia e a acomodação dos ineficientes que não assumem responsabilidades, o que já não é novidade, para aqueles que são obrigados a conviver com pessoas de almas pequenas, geradoras de todas as injustiças em que a sociedade humana é submetida.

domingo, 1 de maio de 2011

Desonestidade intelectual






As manobras de desonestidade intelectuais nem sempre são óbvias, como os disparates e mentiras descaradas, que são perceptíveis por todos.


Esta modalidade de fraude busca modificar a opiniões de pessoas, sobre o «honesto» e o «esforçado», através de uma afirmação que não estabelece uma relação com a verdade.


Esta falácia que em tantas vezes é vendida com sucesso por Anjos decaídos, é de difícil percepção de imediato, pois é construída lentamente, com semeadura da desconfiança, regada diariamente com a malevolência intencional de destruir a imagem de uma pessoa.


A busca de “temas laterais” serve como argamassa da fraude que está sendo construída, a ponto de transformar características pessoais positivas “de ser Informal”, em característica organizacional negativa: “vai ser insubordinado”, ...”vai te tratar como um igual Doutor”, .... “Não respeita ninguém”... .


Mas como para toda fraude existe um tempo para de ser revelada, vou me socorrer a uma prática comum em todas as partes do mundo, onde fazendeiros acreditam que um “Espantalho” que se coloca na plantação, tem o poder de espantar as aves e os roedores, eu começo a acreditar que nas organizações, enquanto campo de semeadura de ideias e ideais, precisamos identificar os livres pensadores, para exercerem também a função de “Espantalho”, para que as sementes plantadas possam brotar, para que o fruto do que está por vir, possa ser amplamente compartilhado.’’

sábado, 23 de abril de 2011

Categorias Profissionais e os Genéricos





Tento não ironizar, mas não é coincidência que a asfixia da liberdade intelectual conduz a regressão civilizacional e também organizacional. Para romper a asfixia gerada pela escravidão intelectual, que impede o pensamento crítico e discussão livre de ideias, precisamos resgatar as verdades construídas pelos filósofos da Grécia antiga, e seus ideais que desafiavam os interlocutores a discuti-las livremente.
“A verdadeira liberdade ocorre quando os homens, nascidos livres,Precisando dirigir-se ao público, podem falar livremente;Aquele que puder e quiser falar, merecerá honrarias;Aquele que não puder ou não quiser, poderá ficar em paz:O que poderá ser mais justo do que isso?”


Eurípedes, As Suplicantes.
Eu preciso me dirigir às autoridades públicas, sobre as asfixia a que estão sendo submetidas profissões regulamentadas em lei, pelo uso indevido de termos genéricos, como Auditoria, Fiscal, Inspetor, Analista, Técnico, dentre outros, cujos cargos, em sua maioria, se apropriam de funções privativas de categorias profissionais, que passam a ser executadas por generalistas.
Da mesma forma ocorre com cargos em comissão, ocupados por políticos e doutores sabem tudo, que com cargos de nomenclatura diferenciadas, se apropriaram das atribuições específicas de várias profissões legalmente criadas.
A argumentação falaciosa de que uma nova lei pode dar a cargos públicos, qualquer atribuição, fere no mínimo aos princípios constitucionais da legalidade e da eficiência.

domingo, 17 de abril de 2011

Programa Município Seguro




Da crítica a venda do medo e da insegurança, o Programa Município Seguro da SSP-SC é uma resposta do Estado, monstrando que na maioria dos municípios catarinense a segurança pública é uma realidade. E mesmo nos municípios que presentam ocorrência criminal, a insegurança é localizada e pontual, e que a generalização de problemas é no mínimo sem propósito.


Se as cidades são espaços de convivência humana e locais de troca de experiência, de expectativas e de realização de sonhos e de ideais, é possível inferir que uma forma de aferir o tamanho da democracia de uma cidade também pode ser medida pelo tamanho da acessibilidade a informação que ela disponibiliza.


Nas cidades exercitamos a vida, e esperamos que isso seja possível de ser feito com autonomia e segurança, que não pode ser tratada apenas como um sentimento, mas como um bem. Mas como alcançar esse objetivo?


Talvez, a simples divulgação de dados do Programa Município Seguro, permita criar pela simples identificação das ocorrências, um diagnóstico da situação de segurança existente nos municípios do Estado, que não é divulgada, e que pode ser um contra-ponto a insegurança generalizada que se divulga.


O olhar atento aos números da segurança é uma forma adicional combater injustiças decorrentes de divulgações inaceitáveis. Partindo do pressuposto da importância desse programa para a melhoria da qualidade de vida da cidade, esperamos que o quadro comparativo entre as cidades, permita um crescimento permanente da percepção da segurança existente.



Confira: http://www.ssp.sc.gov.br/

A revolução previdenciária brasileira


Encontra-se no Congresso Nacional o projeto de instituição da previdência complementar do servidor público (PL 1992/07). Neste projeto é fixado para todos os servidores de cargo efetivo, e que for admitido no serviço público a partir de seu funcionamento, o teto do Regime Geral da Previdência Social(INSS), hoje no valor de R$ 3.689,66.

Pelo Projeto, ficará instituído regime de previdência complementar aos servidores públicos titulares de cargo efetivo da União (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), suas autarquias e fundações, inclusive para os “membros” do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União.


A adesão ao novo regime (não é obrigatória) dar-se-á somente aos novos servidores que ingressarem no serviço público. Aos demais servidores, conforme determina o § 16 do art. 40 da Constituição Federal, fica aberta a possibilidade de aderirem ao regime de previdência complementar, submetendo-se, assim, ao referido limite.


A Entidade a ser criada (FUNPRESP) será estruturada na forma de fundação com personalidade jurídica de direito privado, gozará de autonomia administrativa, financeira e gerencial e terá sede e foro no Distrito Federal. Para os benefícios programáveis, o plano de benefícios será de contribuição definida, conforme determinado na C.F..


Já os benefícios não programáveis serão definidos no regulamento do plano de benefícios, devendo ser assegurados, pelo menos, os benefícios decorrentes dos eventos de invalidez e morte.


As contribuições do patrocinador e do participante incidirão sobre a parcela de remuneração que exceder o equivalente ao limite do INSS, e as alíquotas de contribuição serão definidas no regulamento do plano de benefícios, não podendo, a contribuição de o patrocinador exceder a do participante nem a 7,5% (sete e meio por cento) sobre a base de remuneração deste.


Neste caso já está praticamente definida (exceto para o participante), portanto, o regulamento irá apenas homologar o que determina a Lei.


O assistido poderá transferir as reservas constituídas em seu nome para outra entidade de previdência complementar ou seguradora para contratação de renda vitalícia, liberdade esta que o mercado agradece.


A estrutura de governança prevê Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria, seguindo o disposto na Lei Complementar 108, de 2001.


Feitas estas considerações de conteúdo do projeto, passamos a fazer algumas outras análises:


1 - Uma vez participante da previdência complementar, o servidor terá que buscar incessantemente, a chamada reserva para formação do patrimônio ( ou acumulação de ativos reais), onde sairá sua aposentadoria, e será fruto de diversas contingências, quais sejam: economia, mercado, governança e uma fiscalização intensa, por parte do participante.


2 - Terá que ter visão de futuro, com maior preocupação de sua reserva (poupança), e certamente mudará a cultura previdenciária do servidor, onde uma das características de sua filiação ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) era a integralidade de seus vencimentos, o que deixará de existir.


3 - Dentro de uma perspectiva de mercado era a última cartada que faltava, principalmente, para o mercado de capitais, pois os sistemas, tanto o RGPS, como o RPPS, terão os mesmos tetos, e praticamente as mesmas condições de concessões de benefícios, a partir da entrada em vigor do novo sistema.


4 - Mudará para muitos a cultura financeira, onde muitos irão analisar melhor o mercado de capitais, principalmente, o financeiro, e a melhor forma de prover seu futuro.


5 - Talvez, pensar-se-á, num lote de casas para aluguel, ou num lote de ações (exigindo maior conhecimento deste mercado), ou em renda fixa, com diversificação de novos fundos etc, ou mesmo, um pouco de cada um, enfim, para que as incertezas não dêem um tombo de vez.


Floriano José Martins - Vice-presidente de Seguridade Social da ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Dica para reflexão!


Leonardo da Vinci nasceu há precisamente 559 anos e uma vez disse: "Eu ofendi Deus e a Humanidade porque o meu trabalho não atingiu a qualidade que deveria atingir"!

Na égide narcisista dos dias atuais, é comum sermos obrigados a escutar fanfarrões, que se apropriaram de cargos públicos para proveito próprio, sem trabalhos dígnos realizados, ficarem por horas, tecendo discursos cheios de fumaça, vazios, onde fica claro para quem ouve, que a única expectativa pulsional da fala, é a venda da imagem integrada do eu narcisista desses pretensos "Doutores".

E assim, sem termos mais como celebrar a virtude da modéstia, vamos celebrar então o quê?

Curiosidade: GPS


quarta-feira, 30 de março de 2011

Indignai-vos!


Excerto do livrinho "Indignai-vos!" do francês, veterano da Resistência Francesa, Stéphane Hassel (1 300 000 exemplares vendidos na França apenas em 4 meses)

"O motivo basilar da Resistência era a indignação. Nós, os veteranos dos movimentos de resistência e das forças combatentes de França livre, apelamos às gerações mais jovens que dêem vida ao legado da Resistência e dos seus ideais, e que os transmitam. Dizemos-lhes: revezai-vos e indignai-vos! Os responsáveis políticos, económicos e intelectuais e a sociedade em geral não podem desistir, nem deixar-se impressionar pela actual ditadura internacional dos mercados financeiros que ameaça a paz e a democracia.

Desejo a todos, a cada um de vós, que tenham, o vosso motivo de indignação. É precioso. Quando algo nos indigna como eu me indignei contra o nazismo, tornamo-nos militantes, fortes e empenhados. Juntamo-nos a esta corrente da História, e a grande corrente da História deve prosseguir graças a cada um de nós. E esta corrente avança para uma maior justiça, uma maior liberdade, mas não para a liberdade descontrolada da raposa no galinheiro. Estes direitos, cujo programa a Declaração Universal redigiu em 1948, são universais. Se conhecerem alguém que deles não beneficie, compadeçam-se e ajudem-no a conquistá-los".

Esperança

domingo, 27 de março de 2011

Sobre a neutralidade e o respeito

Recomendar que o Gestor Público adote uma atitude de neutralidade absoluta nas questões políticas, abstendo-se, assim, de orientar os seus subordinados em relação ao processo eleitoral em qualquer sentido, parece ser uma utopia.

O próprio sistema democrático não é algo natural e espontâneo, na medida em que foi algo conquistado, e que não pode ser dado como certo, em uma sociedade que é formada por homens ainda em evolução.


A recomendação de se ser neutro, deixando ao outro ou aos outros uma infinita liberdade de afirmarem as suas opções de valores, serve para nos alertar, que diuturnamente os doutrinadores de plantão, estão esperando a docilidade dos imorais, dos desleais, e dos intolerantes, que se incorporam gratuitamente ou por valor vil, as massas de manobras destes, que livremente repassam suas ações e opiniões, para uma rede de seguidores que já não mais pensam por iniciativa própria.


A oportunidade de incorporar o respeito pela neutralidade em processos eleitorais, não deve de modo algum ser desperdiçada, ficando a opção, para o gestor livre das vaidades e comprometido com o bem comum.

O trem não para e você pode descer. Isto é que é engenharia!

Projeto do trem bala na China. Uma inovação da nova locomotiva chinesa: descer do trem sem que ele precise parar! Não há tempo a ser desperdiçado. O trem bala está se movendo o tempo todo. Se existem 30 estações entre Pequim e Guangzhou, parar e acelerar de novo em cada estação vai fazer perder energia e tempo. Uma parada de 5 minutos por estação (passageiros idosos são naturalmente mais lentos) resultará em uma perda total de 5 min x 30 estações, ou 2,5 horas de tempo de viagem do comboio.


Os chineses são inovadores o suficiente para chegar a um conceito de trem sem paradas. Os passageiros embarcam, na estação, em uma cabine conectora antes que o trem chegue. Quando o trem chega, ele não vai precisa parar. Ele apenas diminui a velocidade para pegar a cabine conectora que vai se acoplar ao teto do trem.


Depois dessa acoplagem, os passageiros deixam a cabine conectora e descem para o interior do trem. Após o embarque, a cabine será movida para a traseira do trem, para ser ocupada pelos passageiros que querem descer na próxima estação. Quando o trem chega na estação seguinte, ele deixará a cabine conectora na estação. Os passageiros assim desembarcam na estação sem a necessidade do trem parar. Ao mesmo tempo, o trem vai pegar os passageiros de uma outra cabine conectora, com novos passageiros.


Assim, o trem terá sempre uma cabine conectora na parte traseira do teto (para desembarque) e uma cabine conectora na parte dianteira do teto (para embarque) em cada estação.


Isso não é "pensar fora da caixa"? Veja o vídeo ilustrativo.


Obs. texto retirado da Internet e a fonte não identificada.


sexta-feira, 11 de março de 2011

O Simbolismo atual de Pitágoras nas organizações


Pitágoras foi um filósofo grego que nasceu em Samos cerca de 570 a.C.. É fundador da escola mística filosófica em Crotona, cujos princípios foram determinantes para a evolução geral da matemática e da filosofia ocidental, através da doutrina dos números.
Para o filósofo, “todas as coisas são números”, já que os números eram a causa dos deuses e dos demônios. Parece que após 2582 anos de seu nascimento, as organizações começaram a entender a verdade contida na mensagem, de que os números têm o caráter de verdades imutáveis.
Não conseguimos sobreviver sem os números, na medida em que eles estão presentes em nosso vida. Vestimos e calçamos um número, o nosso trabalho é remunerado por números, temos números de conta bancária, idade, peso, nossa altura é medida por números, temos números de casa, de telefone, em placa dos carros, RG, CPF, datas, até certidão de óbito tem número. Nossa alimentação é controlada por números.
Hoje a principal informação no mundo das organizações são os números, que falam e gritam. No entanto, a contradição é que as organizações estão cheias de cegos e surdos, que não conseguem perceber ou escutar o que os números nos falam.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por "Pão e Paz" - por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.
Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, mas também a discriminação e a violência a que muitas delas ainda são submetidas em todo o mundo
Retirado da Wikipédia.

domingo, 6 de março de 2011

Término de gestão e o fim do tempo para petiscar



"Quem não arrisca não petisca", é um ditado popular que carrega no mínimo uma verdade diretamente ligada ao sucesso de gestores. A verdade é que quem quer continuar fazendo as mesmas coisas, vai colher apenas os resultados já conhecidos, e nunca saberá o que é petiscar no saboroso prato da inovação. Eu bem que avisei.
Vivemos tempos onde nunca se arriscou tão pouco. A mesma sociedade que glorifica o ato de inovar, tolera o gestor que sequer cumpre tarefas rotineiras, promove atrasos, age com desleixo nas demandas sociais, negligencia a lei, e faz propaganda de atos de manifesta incompetência e até mesmo de dolo ao erário público.
Os erros de quem tenta inovar são intoleráveis, na medida em que mata-se a inovação à nascença, por vezes com deleite, daqueles que sentados na confortável poltrona do poder, sentem-se ameaçados diante do novo.
Mas como a lei do retorno é implacável, para estes gestores, a opção pela glória é substituída pelo esquecimento ou pela lembrança do erro a não ser repetido.




sábado, 26 de fevereiro de 2011

Singularidade no campo da estratégia


Desde sempre o Homem busca superar as suas limitações e amplificar as suas capacidades, e em algum momento despertou para sua natureza singular, ao descobrir que era dotado de inteligência, e que poderia dedicar uma parcela de seu tempo interrogando as verdades no desejo de confrontar os desejos e as promessas, com a realidade.
Com isso, passou a contar com uma pluralidade de opções, para o seu quotidiano de soluções de sobrevivência, e para as questões, acerca dos caminhos dos diferentes futuros possíveis.
O conceito de singularidade representa o momento em que a evolução apresenta uma ruptura em relação as preferência e a percepção. É o ponto onde são geradas as novas incertezas, de um novo mundo de oportunidades para a construção de uma nova história.
O Cenário futuro de qualquer ponto se singularidade, impõe uma transformação estratégica, onde a certeza de que a melhor maneira de prever o futuro é construí-lo.
Para Marcel Proust, escritor frances, “a única viagem real da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”.
Em relação às estratégias organizacionais, para as áreas públicas, o olhar para o cidadão é descobrir a paisagem do não usurpador, e deste novo ponto de vista, perceber que não existe a melhor organização de prestação serviço para o cidadão, mas sim, o cidadão com a melhor segurança, educação, saúde, justiça, e assim vai...
Esse olhar diferente impõe novas estratégias, não mais para as estruturas, mas sim para o ser humano, a comunidade, a população de uma nação e do planeta.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ano Internacional da Química - Confira WebElements

Home of the periodic table

http://www.webelements.com/

As Nações Unidas decidiu que 2011 será o ano internacional da Química. Assim, fui buscar algumas curiosidades sobre a composição elementar de um ser humano? Ou seja, quais os elementos químicos e em que quantidade média são presentes num ser humano?

O texto a seguir de António Piedade, publicado no blog Rerum natura, ilustra como conhecer o peso de uma pessoa (Patrícia) de 55 Kg.

“É espantoso! Transportamos connosco cerca de metade dos elementos conhecidos! Alguns em maior quantidade do que outros, mas a variedade é deveras surpreendente! Até temos vestígios de Ouro (Au) e Urânio (U)!”.

Quais os mais abundantes? Segundo a calculadora existente no sítio da Webelements, Patrícia possui cerca de 5,5 kg de Hidrogénio, 12,7 kg de Carbono e 33,6 kg de Oxigénio (valores médios e com uma incerteza de cerca de 5%). Estes são os elementos mais abundantes no corpo humano.

Patrícia pensa em substâncias que contenham estes três elementos. Em combinações e proporções diferentes, encontram-se na composição de moléculas como proteínas, lípidos (gorduras), hidratos de carbono (açúcares), ácidos nucleicos (DNA, RNA), hormonas, neurotransmissores… e claro, o Oxigénio e o Hidrogénio compõem a molécula da água.

E o nosso corpo é composto por cerca de 70 a 75% em peso de água! Ora 70% de 55 kg é igual a 38,5 kg de moléculas de água no corpo de Patrícia.

Patrícia sabe que algumas daquelas biomoléculas possuem outros elementos na sua composição. Por exemplo as proteínas, que se encontram em grande abundância nos músculos, são constituídas por aminoácidos, e estes possuem sempre, para além daqueles três elementos, Nitrogénio (N) na sua composição.

Através da calculadora, Patrícia encontra o valor de 1,43 kg em Nitrogénio no peso do seu corpo. Alguns aminoácidos contem também Enxofre (S) na sua composição. Neste caso Patrícia tem 110 g de Enxofre na constituição do seu corpo.Antes do Enxofre, no mesmo período na tabela periódica, está o Fósforo (P). Este elemento faz parte da constituição dos fosfolípidos (constituintes das membranas das células), e dos ácidos nucleicos. Patrícia encontra o valor de 605 g para a quantidade do elemento fósforo no seu corpo.E quanto sal de cozinha, ou seja, cloreto de sódio (NaCl), tem no corpo? Cerca de 143 g: 77 g de Sódio (Na) e 66 g de Cloro (Cl).E de Cálcio (Ca) na matriz dos seus ossos? 770 g, regista Patrícia.

Agora Patrícia faz um ponto da situação de todos os valores até agora encontrados. A soma é igual a 54,858 kg de H, C, N, O, Na, Cl, Ca P e S.A incerteza associada aos valores calculados faz com que os cerca de 140 g que faltam, para atingir os 55 kg do seu peso, sejam pouco significativos em relação à quantidade na realidade existente. Contudo, é indicativo da presença de outros 36 elementos que, de uma forma mais ou menos vestigial, estão presentes no seu corpo.

Patrícia contempla a tabela periódica dos elementos e pressente a química viva na rica constituição elementar do seu corpo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Licença para falhar

Eu gosto dos momentos de crise. São mais ou menos como o inverno; momentos tristes mas necessários. São uma oportunidade para refletir sobre o nosso trajeto de vida, e planear os ajustamentos, as mudanças e as rupturas necessárias para que haja de novo esperança. A seguir a um inverno há sempre uma primavera. É importante que sejamos capazes de transmitir uma mensagem de esperança às pessoas. Portugal tem vários problemas estruturais, que resumo nas seguintes ideias-chave (atitude, valores, participação, cultura empreendedora e de risco, ética e responsabilização, crescimento e acrescentar valor):

Atitude: os países, antes de espaços geográficos, econômicos ou políticos, são essencialmente as suas pessoas. Isso significa que o futuro depende em grande parte da forma como essas pessoas encaram a sua vida, se relacionam com os outros e desenvolvem a sua atividade. Atrair e fixar pessoas tem de ser por isso o nosso primeiro objetivo. E devemos estar particularmente interessados naquelas pessoas que procuram oportunidades, que as sabem identificar e têm o arrojo para definir objetivos e persegui-los com determinação. Na verdade somos todos muito bem comportados, uns “penteadinhos”, como gosto de dizer, que passamos do bibe ao fatinho numa vida toda certinha. Precisamos de mais gente “mal comportada”, isto é, gente criativa, com vertigem do risco, que vive como pensa sem pensar como viverá.

Valores: deixamos cair grande parte dos valores que já nos fizeram um país grande. O valor do trabalho, da necessidade de esforço para obter resultados, do rigor, do profissionalismo, da honestidade, da palavra dada, da honorabilidade, do direito de reserva, da liberdade, do reconhecimento que é devido ao mérito e ao esforço dos outros como pedras basilares de uma sociedade saudável, justa e fonte de progresso. É preciso, de novo, colocar estes valores na essência da nossa construção social, para que de novo se tornem valores característicos da nossa sociedade, para que de novo se tornem valores culturais. Vai demorar tempo, eu sei, não é uma tarefa que possamos fazer no curto prazo, mas é necessário começar.
Participação: participar na vida de uma comunidade é querer saber e estar informado, é debater com elevação, é avaliar, é fazer perguntas, é não aceitar respostas cheias de coisas técnicas, sabendo que quem não é capaz de explicar de forma simples então também não sabe muito bem o que está a dizer, é votar (mesmo que em branco), é perceber que em democracia a ausência de participação é uma atitude muito perigosa que tem geralmente consequências desastrosas.
Cultura empreendedora e de risco: o empreendedorismo e o risco são conceitos que é necessário incutir para que adquiram uma dimensão cultural e virulenta. Isso significa formar melhor, aliando à qualidade de informação o incentivo ao trabalho individual, original e criativo, procurando alertar para a necessidade de ir para além do que é pedido, para superar expectativas, avaliando os riscos inerentes. Mas significa também enfrentar a verdadeira cultura antiempresarial e de desvalorização do empreendedorismo e do risco por parte da sociedade portuguesa, e que se manifesta na total ausência de estímulo ao risco, ao planeamento, à organização, à gestão de recursos (do tempo, por exemplo), na ausência do mercado e das suas regras nos cursos superiores (especialmente os das áreas não económicas) e no ensino secundário, na ausência de valores relacionados com a competitividade e com a gestão de oportunidades.
Ética e responsabilização: são comportamentos que devem estar na base de todo a nosso estrutura organizativa. E devem ser exigidos pelos cidadãos nos organismos do Estado, nos respectivos procedimentos, no exercício de cargos públicos, nas empresas e na forma como elas se relacionam com o mercado.
Crescimento, acrescentar valor: todos temos de ter a noção que não podemos passar por um assunto sem lhe acrescentar algo. É uma ideia simples, mas de muito significado e de grande alcance: na nossa atividade temos de acrescentar valor a tudo o que fazemos, melhorando aquilo que encontramos. É essa a única forma de ter um crescimento sustentado.
Texto de
J. Norberto Pires
Editorial do comCentro
Diário As Beiras
4 de Fevereiro de 2011
Retirado do Blog Rerum Natura

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O que diferencia as organizações



Acredito que as organizações que provocam o desenvolvimento são aquelas que fixam nos objetivos estratégicos, a redução da variável política, impondo o aumento da capacidade competitiva.
Nessas organizações a regra é produzir, criar riqueza, reforçar as suas capacidades humanas e empreendedoras, para que se possa desenvolver dinâmicas geradoras de atividade e valor.
Um dos dilemas da organização é o de proporcionar qualidade de vida concomitante com o desenvolvimento da vantagem competitiva para a geração de riqueza que é a sua verdadeira razão de existir.
Se para alcançar os objetivos estratégicos as organizações promovem o dinamismo e a criatividade, os aspectos da qualidade e segurança são também condições básicas para se atingir.
Reforçar o papel das organizações incentivando o funcionamento em rede, evitando a multiplicação de meios e infra-estruturas é medida de partilha e racionalização, que fomenta a diferenciação que potencializa sinergias e reforça as competências, dinamizando o desenvolvimento equilibrado.
É importante destacar que a motivação das pessoas, a sua mobilização, para enfrentar dificuldades e realizar tarefas, e a capacidade racional de decidir como e onde investir, é que possibilita o avanço da organização por uma nova estrada, o cruzar de uma nova ponte, que proporciona o desenvolvimento organizacional.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Os maus hábitos de trabalho



Antes de dar início a execução da despesa na área pública, existe o processo de Planejamento e Orçamento desenvolvidos pelo Governo, que exigem da autoridade competente cuidados, para que os recursos públicos que serão comprometidos atendam aos princípios da legalidade, transparência, impessoalidade, eficiência e economicidade.

I - Fase administrativa da despesa pública

De uma maneira geral, a fase administrativa da despesa pública, realizada por autoridade competente, compreende:
1 – Solicitação de autorização da despesa. Deve contemplar o objeto e a justificativa da necessidade da aquisição, ou prorrogação de contrato, fundamentada na conveniência, necessidade e oportunidade, do que se pretende alcançar, com avaliação dos impactos positivos da contratação ou continuidade de contrato, para a instituição, seus servidores e para a comunidade.
2 - Termo de Referência do Objeto. Deverá contemplar o escopo do bem ou serviço, de forma qualitativa e quantitativa, para que se possa identificar os custos e a finalidade da aquisição.
3. Pesquisa de Preço. É de responsabilidade de quem solicita indicar para a instituição opções de (no mínimo três) fornecedores, com planilha de estimativa de quantidade, custo unitário e total, que atendam as especificações qualitativas do objeto.
4. Indicação do Fiscal do Contrato. Por força do art. 67, da Lei 8.666/93, este fiscal deverá acompanhar a execução do contrato para o qual será designado, através de portaria específica.
5. Autorização para realizar a despesa. De posse dos documentos (1 a 4), a autoridade competente, apresentará o pedido para o Ordenador Primário da Instituição, para aprovação e autorização de abertura de processo administrativo de aquisição do objeto solicitado.
6. Processo Administrativo de Aquisição. É a abertura formal de um processo de compra pela instituição, que deverá seguir agora o tramite financeiro.

II – Fase financeira da despesa pública

1. Identificar a modalidade de licitação. A autoridade competente deverá indicar a modalidade de licitação adotada para a aquisição. Abraçada a modalidade, os tramites serão os fixados pela legislação vigente.
2. Informação da Disponibilidade Orçamentária. A autoridade competente deverá indicar que existe disponibilidade orçamentária e financeira para a realização da despesa, observando ainda, o que consta nos artigos 15,16 e 17 da Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
3. Estágio da despesa. Os estágios empenho, liquidação e o pagamento, são etapas que devem ser observadas na realização da despesa pública, e atende a procedimentos específicos, definidos pela lei n° 4.320/1964.
4. Contrato Administrativo. O contrato administrativo de uma despesa decorre de processo licitatório e é vinculado a um empenho global. É importante lembrar que a despesa pública é autorizada para período certo (exercício financeiro), e somente poderá ser prorrogada, no limite de 60 meses, quando a nova solicitação fundamentada estiver autorizada, ainda na vigência do contrato.


É importante destacar, que o não atendido destes requisitos, poderá, em processo administrativo ou judicial, considerar a despesa, como não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público.
Assim, a verdadeira gênese de maus hábitos de trabalho vem de anos de descaso e de impunidade na gestão da coisa pública, sendo que esta insólita prática é a causa da percepção da ineficiência da administração pública brasileira.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Gestão da Segurança Pública


A Constituição Federal de 1988 define que a segurança pública deve ser patrocinada pelo Estado, sendo direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através da polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, e polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Essa definição criou para o Estado e para a sociedade uma nova dinâmica, que desafiava a abertura para o novo, como um desafio aos modelos tradicionais de segurança pública, limitados apenas ao aparelho repressor do Estado (a Polícia).

A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) vem buscando induzir, nos entes federativos, algumas práticas da segurança pública, com destaque para a gestão comunitária, disponibilizando, para tanto, verbas especificamente destinadas para tal finalidade, e incentivando a participação da sociedade.

A mudança do modelo de gestão da segurança pública do Estado, de um modelo de gerenciamento de crises para um modelo de resultados, deverá dar atenção especial para a questão social e­, para isso, este modelo deverá ter por objetivo a otimização de recursos; o compartilhamento das informações; ações integradas de prevenção e controle quantificado e qualificado do crime geograficamente localizado.

Este novo modelo deverá estabelecer indicadores estratégicos de criminalidade pelo Estado, vinculados a objetivos estratégicos, como forma de permitir o acompanhamento gerencial dos resultados obtidos.

As metas serão definidas anualmente, mediante análises de resultados históricos para identificação de oportunidades reais de melhoria para o ano seguinte. Para o estabelecimento das metas anuais será levado em consideração aspectos como a série histórica do indicador nos quatro últimos anos; a tendência do indicador para o ano seguinte (projeção estatística); e a utilização de outros critérios técnicos, para cada caso.

Novo ano, novo Governo, novos Gestores ...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Dez estratégias



1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o povo de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área das ciências, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à quinta como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este tenha a percepção que participou nas medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público exija novas leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou ainda: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, durante anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários baixíssimos, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é aplicado imediatamente. Segundo, porque o público - a massa - tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá vir a ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.


5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE DE CRIANÇAS SE TRATASSE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade mental, como se cada espectador fosse uma criança de idade reduzida ou um deficiente mental. Quanto mais se pretende enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom de infantilizante. Porquê? "Se você se dirigir a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a dar uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".


6- UTILIZAR MUITO MAIS O ASPECTO EMOCIONAL DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do discurso emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e pôr fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para incutir ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...


7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de eliminar (ver 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover no público a ideia de que é moda o fato de se ser estúpido, vulgar e inculto...


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, de suas capacidades, ou do seu esforço. Assim, ao invés de revoltar-se contra o sistema econômico, o indivíduo autocritica-se e culpabiliza-se, o que gera um estado depressivo, do qual um dos seus efeitos mais comuns, é a inibição da ação. E, sem ação, não há revolução!


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado um crescente afastamento entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos sobre si próprios


Texto atribuído a Noam Chomsky.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Pela revogação da Lei nº 8666/93 (Licitações Públicas)


O tiro saiu pela culatra. A lei que visa sanar a corrupção nos processos de compras públicas, acabou engessando o Estado, e criando um ambiente próprio para todo tipo de negócios escusos.
Criado a dificuldade, apareceram logo os vendedores de facilidades, e o resumo dessa tragédia contada por uma sucessão de notícias da mídia, dia após dia, acabou diminuindo nossa capacidade de indignação. O desvio criminoso de milhares de reais em 1993, que nos impeliam para manifestações públicas, romperam a barreira de bilhões de reais em 2010, e agora pouco se faz, na medida em que a impunidade neste país virou regra.
A solução para resolver isso é seguir a regra da solução de problemas, ou seja, eliminar as causas. Assim, a revogação da lei de licitações públicas, enquanto causa, permitirá que o Estado seja novamente ágil em suas operações, sem o formalismo da papelada que aceita tudo.
E agora, sem lei, como o Estado vai comprar o que necessita? Resposta, dizendo para o mercado o que necessita, e logo aparecerão centenas de ofertas. E, com várias opções, a decisão fica fácil.
Veja bem. Definido o escopo da compra, justificando a necessidade (qualidade e quantidade), e dando transparência efetiva para a sociedade, não vamos eliminar os grandes negócios secretos, o que muda é que terão que acontecer dentro de um ambiente de transparência plena.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dia do Ministério Público


O Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à justiça, imparcial, com liberdade para responsabilizar quem insiste em desobedecer a lei.
É um poder da sociedade que está procurando ainda um caminho para se aproximar do cidadão e ser um agente indutor das transformações sociais, que promovam a ética e a moralidade.
Seu principal desafio é o de gerar sinergia, pelo trabalho vinculado as orientações estratégicas institucionais.
Neste 14 de dezembro, Dia Nacional do Ministério Público, estão de parabéns todas os membros da instituição (Procuradores e Promotores de Justiça, Administradores, Arquitetos, Assistentes Sociais, Bibliotecários, Contadores, Economistas, Engenheiros, Psicólogos, …), que de forma integrada, no âmbito de suas competências, possibilitam a geração dos resultados sociais tão desejados.

O fim das humanidade?


Para que servem os estudos humanísticos? A pergunta, embora pareça absurda, tem a sua pertinência quando, por todo o mundo e também em Portugal, se parece assistir, cada vez mais, à redução das Faculdades de Letras ao estatuto de simples e utilitárias escolas de línguas.
Para quê a literatura? De que serve? Para quê a História, a Arte, a Filosofia? Como verme daninho, o utilitarismo estreito e o economicismo, a propósito e a despropósito, infiltram-se insidiosamente no espírito dos burocratas da Educação e dos empresários da investigação e tudo corroem, como cancro incontrolável e sinistro. Cada professor ou investigador tem que apresentar resultados, medidos em número de papers por ano ou por semestre ou por década... É tudo submetido a um critério economicista que rejeita vigorosamente o desperdício e a aparente inutilidade do lazer, da arte e da cultura.
Há que planear, orientar, organizar, medir, avaliar. O lazer, o divagar, o viver cinco, dez anos teimosos a ruminar uma ideia ou uma hipótese que pode eventualmente não resultar – é anátema. Einstein desperdiçou os seus últimos trinta anos a ruminar obstinadamente uma ideia que não deu, mas, num único ano – 1905 – produziu quatro papers que revolucionaram a ciência moderna. Não ganhou com isso o direito de gastar o resto da vida perseguindo, sem ser chateado pelos contabilistas do talento, as ideias que melhor lhe parecessem, mesmo que se revelassem infrutíferas? Princeton, na América, deu-lhe esse direito ao desperdício, que os organizadores, hoje à solta por todo o lado, parecem não prezar por aí além. Foi o fundamentalismo da investigação exclusivamente orientada – para objetivos previamente definidos pelas empresas – que ia dando cabo da investigação científica nos Estados Unidos. E foi a clarividência de empresas como a Bell – não se importando de valorizar o tempo desperdiçado em divagações pelos seus cientistas – que finalmente a salvou. As grandes descobertas da ciência não se fizeram quase nunca por cientistas corretamente arregimentados e bem vigiados por burocratas e organizadores que sabem melhor como se deve proceder. Para esses organization men, Einstein e Newton não passariam de bloody wasters com algum gênio, sim, mas sem o sentido da produtividade e do bom aproveitamento que a disciplina da empresa exige e promove.
Compreende-se cada vez menos que as grandes ideias exigem disponibilidade de tempo, teimosia e o direito ao fracasso, isto é, à eventualidade de maus resultados que podem ser apenas o prefácio de grandes triunfos. O mesmo Newton que não descobriu a pedra filosofal e perdeu tempo com ocultismos e alquimias de carregar pela boca, foi, como físico e astrônomo, o maior inovador que o mundo já viu. Uma coisa deve fazer esquecer a outra e não precisamos, para coisa nenhuma, dos contabilistas do tempo desperdiçado.
É esta mentalidade estreita dos contabilistas que está também na origem de se andar a desprezar o valor eminente das humanidades que, até, por acaso, podem ter utilidades inesperadas. Vou contar uma história: nos tempos em que desempenhava funções seniores, no domínio dos petróleos, e frequentei alguns interessantes cursos de gestão de empresas, lembro-me de ter lido um interessantíssimo livro sobre estas matérias, no qual se contava uma história edificante. O responsável de topo de uma grande indústria que empregava vários engenheiros, no domínio da investigação que estava na origem da produção dos principais produtos que a empresa lançava no mercado, tomou um dia consciência de que os seus engenheiros, que eram afinal os principais responsáveis pela saúde e perpetuação do negócio, nunca ascendiam ao topo do organograma. Ganhavam bem, eram devidamente apreciados, recebiam bons bônus anuais, mas os lugares de topo iam sempre para os senhores do marketing ou do administrative. O engenheiro era considerado um técnico (com o não sei quê de pejorativo associado ao termo), um elemento utilíssimo na sua área específica, alguém sem o qual a empresa não começaria a existir, mas... de voo necessariamente limitado. A metafísica da gestão era território que lhe ficava vedado. O homem da economia, das finanças ou do direito – eram promovíveis. Os engenheiros, não - eram dados como demasiado terráqueos para se alcandorarem às altitudes rarefeitas da direção de empresas,. Pois bem, o nosso homem, responsável pela empresa referida, decidira que iria pôr fim a isso: os engenheiros iriam ter as mesmas possibilidades de ascensão pela escada hierárquica acima – até ao topo.
E, se assim o decidiu, melhor o fez. E os engenheiros começaram a subir... até chegarem a um nível bastante elevado. Porém, verificou-se algo de surpreendente: até determinado patamar (elevado, mas não o mais elevado de todos) os engenheiros iam-se de fato acomodando à desoxigenação das alturas. Porém, de aí em diante, sentiam-se inconfortáveis, deslocados: nem eles gostavam do lugar, nem o lugar gostava muito deles: não faziam bom trabalho e acabavam por decidir voltar para trás. Durante anos o responsável pela empresa (uma empresa importante, de dimensão internacional) bateu com a cabeça nas paredes, tentando perceber o que se passava: que faltaria aos seus engenheiros que lhes não permitia chegar ao topo? Que não tinham eles que deviam ter para se tornarem managing directors? Até que, ao fim de perto de, salvo erro, quinze anos de mágica no problema, fez-se-lhe luz: o que lhes faltava era , muito simplesmente, um bom bocado de cultura geral.
Custara-lhe chegar a uma conclusão que agora ofuscava, pela sua evidência, mas não tinha agora dúvidas: aquilo que a cultura geral dá – uma maior abertura de espírito, uma visão alargada dos comportamentos humanos, da complexidade do ser humano, da beleza, do conhecimento e do seu valor, dos incentivos que o homem valoriza, da complexidade dos relacionamentos, do apreço pelo prazer que a música e a literatura e a arte dão, para além do que ensinam, a descoberta de que “os escritores transformam os fatos que o mundo produz – pessoas, lugares e objetos – em experiências que sugerem significados” (1) – tudo isto dá a quem o possui um maior à vontade, uma maior fluência no comércio de todos os dias com os outros, seja no âmbito privado, seja no âmbito profissional. São vantagens que ajudam quando, no desempenho das suas funções, o engenheiro não tem que se confinar ao técnico, mas tem, sobretudo, que resolver problemas de relacionamento com os outros: de persuasão, de convicção na “venda” de uma ideia ou de um projeto, que em muito depende de uma avaliação correta do interlocutor, ou da empatia que se saiba construir e pode depender de uma súbita revelação de sintonia de gostos ou de valores...
É isto que o ensino das humanidades pode trazer, mesmo aos técnicos, aos empresários e aos economistas: estes últimos, em grande parte, responsáveis pelo economismo redutor que se tem estado a tornar no principal inimigo do espírito da universitas.
Vem aqui a propósito citar o nunca assaz citado Ortega y Gasset, que, no seu seminal Misión de la Universidad, diz isto, que deveria estar sempre na secretária e na mesa de cabeceira dos nossos ministros da educação e dos nossos reitores e empresários e alunos e pais de alunos: “A sociedade”, dizia o grande pensador e escritor espanhol, “necessita de bons profissionais – juízes, médicos, engenheiros – e para isso aí está a Universidade com o seu ensino profissional. Mas necessita, antes disso e mais do que isso, de assegurar outro gênero de profissão: a de mandar. Em toda a sociedade, manda alguém – grupo ou classe, poucos ou muitos -. E, por mandar, não entendo tanto o exercício jurídico de uma autoridade quanto a pressão ou influxo difusos sobre o corpo social. Hoje mandam nas sociedades européias as classes burguesas, a maioria de cujos indivíduos é profissional. Importa, pois, muito, àquelas, que estes profissionais, aparte a sua especial profissão, sejam capazes de viver e influir vitalmente, segundo a ocasião dos tempos. Por isso é inelutável criar de novo, na Universidade, o ensino da cultura ou ideias vivas que o tempo possui. Essa é a tarefa universitária radical. É isso que tem que ser, antes e mais do que qualquer outra coisa, a Universidade”.
É, de fato, esta tarefa radical que se impõe. É por isso que, mais do que estar a transformar os departamentos de humanidades em escolas de línguas, para os salvar de forma pífia, haveria que utilizar o saber dos seus docentes, no sentido de se poder ensinar aos alunos de todos os departamentos da Universidade aquele sistema de ideias vivas que o tempo possui e dá pelo nome de... cultura.
Num momento em que o número de alunos encolhe, a melhor maneira de aproveitar o corpo docente das humanidades é saber reconhecer que ele pode ser utilizado – e de modo radicalmente importante – a ensinar algo de fundamental aos alunos de física, de química, de engenharia, de... economia. E, já agora, e inversamente, não seria também má ideia que aulas de introdução à ciência e à filosofia fossem ministradas nos cursos de humanidades. É que a segregação das duas culturas não interessa a ninguém – e, hoje, menos do que nunca.
A proposta que aqui faço nada tem de utópico. É, bem pelo contrário, escandaloso que nada disto seja hoje parte rotineira da estrutura do ensino universitário. Aproveite-se o que se tem à mão – e dar-se-á aos profissionais da ciência e da tecnologia competências de que necessitam para, mais tarde, se sentirem relativamente confortáveis nos labirintos da vida e da... profissão.
Eugénio Lisboa
(1) Michael Meyer, The Bedford Introduction to Literature, St. Martin’s Press, New York, 1987, p. 4.

Publicado no blog De Rerum Natura